Santa Hildegarda nasceu por volta do ano 1100 (século XII). Desde criança tinha visões místicas e locuções interiores sobre as coisas criadas e seus benefícios ao homem.
Conta-se que uma de suas primeiras visões foi ter visto um tumor dentro do corpo de uma vaca que pastava. Ela, além de comunicar aos pais o que viu, ainda receitou o remédio para aquele tumor, o que mais tarde se constatou ser verdade.
Devido a essas visões e locuções, aos 8 anos de idade seus pais a levaram para um mosteiro das irmãs beneditinas, e foi lá que ela aprendeu a ler e escrever através das Sete Artes Liberais (Gramática, Lógica, Retórica, Aritmética, Geometria, Música e Astronomia).
As visões continuaram e ela teve o conhecimento infuso da Revelação e das Verdades Divinas, da cura do corpo, espirito e alma através dos bens criados.
Ela comentava sobre essas visões e locuções com a Superiora do Mosteiro, que lhe pediu para anotar tudo.
Passou quase toda a sua vida escrevendo. Mais tarde, seus escritos foram analisados por teólogos e cientistas que constataram ali uma preciosidade peculiar, de Revelação: tudo estava de pleno acordo com os ensinamentos da Santa Igreja.
Porém, muitos de seus escritos foram perdidos ou extraviados no decorrer dos séculos. Outros, manipulados por seitas esotéricas, como a cura pelos bens criados, dentre eles, das pedras preciosas e dos elementos, que colocavam suas crenças pagãs nas costas de Santa Hildegarda.
Por isso, a Igreja demorou para divulgar seus livros, sendo que o primeiro a ser impresso foi no século XIX.
Dentre seus livros, os que tratam sobre doenças, alimentação e saúde são: Physica e Causae et curae (Causa e cura).
Só recentemente essas traduções vieram a público, e mais recentemente ainda, publicadas no Brasil.
Santa Hildegarda foi a inspiradora e mestra dos botânicos e biólogos.
Alguns de seus ensinamentos parecem realmente esotéricos, mas foram estudados pela ciência e aceitos como verdadeiros pela Santa Igreja, ainda que tardiamente.
Santa Hildegarda via o ser humano como uma unidade indivisível de corpo, alma e espírito, onde a saúde e a doença são reflexos da harmonia ou desequilíbrio entre esses três aspectos.
Ela associava os elementos "quente", "frio", "úmido" e "seco" aos humores corporais e acreditava que a doença surgia do desequilíbrio nesses humores.
O calor representa a alma e o frio representa o corpo.
As plantas, árvores e seus frutos, metais, pássaros, peixes, animais terrestres, todos podem ser quentes ou frios, de acordo com sua espécie.
As pedras preciosas podem ser fogo ou umidade, de acordo com sua espécie.
Além disso, Hildegarda via as plantas como portadoras de virtudes espirituais, capazes de atuar no corpo, alma e espírito, como o caso da samambaia, que "afasta o mal; o relâmpago, trovão ou granizo raramente caem numa casa onde haja samambaia".
Vejam como essas coisas favorecem as crendices populares. Ainda bem que a Igreja nos dá o respaldo!
A Santa nos dá muitos conselhos práticos e receitas para uma vida plena.
Foi de Santa Hildegarda a ideia do lúpulo na cerveja. Ela chamava a cerveja de "pão líquido", pelo seu alto teor nutricional. Acrescida do lúpulo, a cerveja ou outra bebida alcoólica demora mais a se corromper.
Seu livro Physica tem muitas receitas e indicações. Sobre o morango, por exemplo, ela diz que os frutos rasteiros são "venenosos" e devem ser comidos sempre cozidos.
Segundo Hildegarda, nem tudo da natureza nos faz bem. Assim como o homem se corrompeu, também a natureza está corrompida. Os frutos, plantas, animais e elementos da natureza nos fazem ou bem ou mal, é preciso discernir. Alguns, apenas cozidos, outros crus, outros como chás, ou emplastros e compressas, outros cozidos no sal ou vinagre ou vinho ou outro elemento, para serem queimados na sua toxidade.
Sobre a ansiedade, ela prescreve o "vinho apagado": ferva 60ml de vinho bom, seco. Quando começar a ferver, adicione 20ml de água pura fria, e o vinho será "apagado", sua força alcoólica é reduzida ao mínimo. Deve ser bebido ainda morno e em pequenos goles, 20ml 3 vezes ao dia. Fala também sobre as ervas, entre elas a Erva de São João, atualmente bastante utilizada no alivio da depressão.
https://youtu.be/nwq863K8gb0?si=XV_3oa6_8ybigh_o
Quanto a essa Erva de São João, eu mesma conheci uma senhora que havia tentado o suicídio por três vezes, por depressão. Ela me contou como tomou essa erva: um punhadinho para uma xícara de água quente, tome pela manhã e à noite. Foi o que a livrou da depressão definitivamente.
Na música, Hildegarda compôs mais de 70 hinos. Só ouvindo para sentir o benefício da "frequência" musical, tão mencionada nos dias atuais.
Clique na tradução automática do YouTube para acompanhar a letra:
https://youtu.be/pRCRQcgbWtA?si=Ya4Xt3D-v_mzLAEO
Ela dizia reiteradamente que todos os seus escritos lhe foram ditados pelo Espírito Santo, e que nada vinha do seu próprio pensamento.
Por fim, em 2012 Santa Hildegarda recebeu o título de Doutora da Igreja por Bento XVI, em virtude da verdade inspirada nos seus escritos. Como os antigos profetas, ela colocava no papel, a mando do Espírito, toda a sabedoria que via e ouvia.
Amparados pela tutela da Santa Madre Igreja, que elevou Santa Hildegarda de Bingen a Doutora, podemos, sem qualquer receio, estudar os seus ensinamentos e adotá-los em nossa vida cotidiana, para uma saúde plena.
Por fim, que Santa Hildegarda interceda por nós junto a Jesus, para que saibamos escolher na natureza o que melhor convém à nossa saúde, evitemos todo desperdício e tenhamos a virtude da temperança, para comermos tão somente o que nos é necessário, lembrando sempre que o nosso corpo é templo do Espírito Santo e o preço de nossa alma é o Sangue derramado por Nosso Senhor, na Cruz. Sejamos sãos (ou santos) de corpo, alma e espírito.
Santa Hildegarda - Resumo
Por Raquel Nascimento Pereira
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