Paz é ter um pai, uma mãe, uma família,
é ter filhos bons, disciplinados, obedientes, honestos - com saúde ou não.
É almoçar juntos, esposa e marido,
filhos e netos, numa mesma mesa.
É ter um marido fiel, trabalhador, presente,
ciente dos seus deveres de pai.
É ter uma esposa dedicada, virtuosa,
que saiba administrar a família e doar-se.
É ter um trabalho digno, ainda que o ofício seja simples,
e sustentar a família com o próprio trabalho.
É não desejar muito, ser feliz com o necesssário,
e possuir condições de ter o necessário para viver.
É ter um prato de comida na mesa,
somente aquele que baste para alimentar o corpo.
É ter roupas para vestir,
que apenas cumpram a sua finalidade: vestir.
É dormir tranquilo, com a consciência de que
tudo se fez pelo bem e para o bem.
É abrir a janela pela manhã
e respirar o ar que o dia nos traz gratuitamente.
É contemplar a vida, as crianças, os animais,
as árvores, as flores, a música, o sorriso, o milagre da vida.
É ter serenidade mesmo nas dificuldades,
sabendo que tudo concorre para o bem dos que amam a Deus.
É aceitar os desafios com tranquilidade,
dando os passos, um por um, sem parar nunca.
A PAZ é interior, brota das boas ações,
da presença íntima de Deus nos corações.
Nada a desejar, nada mais a querer
somente o viver na simplicidade, na amizade e no amor.
Para ter PAZ é preciso acostumar-se a viver com pouco,
despojar-se dos excessos e até de si mesmo.
Pois quem possui muitos bens,
se enche de preocupações e perde a PAZ.
E quem é vaidoso passa o dia preocupado
com as suas vaidades, e nunca tem paz.
Quem possui um coração vazio
e busca preenchê-lo com coisas passageiras,
coloca a sua felicidade nos bens terrenos.
E os bens passam, como tudo passa.
Só o amor permanece, e com ele, a PAZ.
Que 2011 seja para você e para os seus um ano de muita PAZ!
Raquel
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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Casal de Andarilhos desenha imagens sagradas (1)
O casal Aristides e Neuza, "andarilhos por opção e unidos por amor a Cristo" mora na rua e vive de esmolas. Aristides desenha imagens sagradas com caneta ou lápis, e usa como tela o isopor, aquelas bandejinhas que trazemos dos mercados e jogamos no lixo.
Os paroquianos do Santuário de Fátima, em Curitiba, já lhes ofereceram moradia e trabalho, mas eles não aceitaram. Porém, eu tomei emprestadas algumas gravuras a fim de escanear e publicar aqui no blog, pois um talento desses não pode ser desperdiçado! Se você conhece alguém que possa ajudá-lo a desenvolver esta arte, entre em contato comigo: raquel.nascimento.pereira@gmail.com.
Veja abaixo alguns de seus desenhos.
Os paroquianos do Santuário de Fátima, em Curitiba, já lhes ofereceram moradia e trabalho, mas eles não aceitaram. Porém, eu tomei emprestadas algumas gravuras a fim de escanear e publicar aqui no blog, pois um talento desses não pode ser desperdiçado! Se você conhece alguém que possa ajudá-lo a desenvolver esta arte, entre em contato comigo: raquel.nascimento.pereira@gmail.com.
Veja abaixo alguns de seus desenhos.
Fátima e os Pastorinhos |
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Chega ao país campanha sobre inexistência de Deus
Nas pegadas de uma sucessão presidencial ensopada de religião, chega ao Brasil uma campanha publicitária que questiona a existência de Deus.
Iniciada no Reino Unido, em 2009, a coisa é replicada aqui pela Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos).
Consiste na difusão de mensagens em ônibus, por ora apenas em Salvador e Porto Alegre. Circulariam também em São Paulo, porém...
Porém, a empresa responsável pela veiculação se negou a cumprir o contrato depois de tomar conhecimento do conteúdo das peças.
Contêm frases assim: "Religião não define caráter"; "A fé não dá respostas. Ela só impede perguntas"; “Se Deus existe, tudo é permitido”.
A amplitude e o prazo da campanha estão condicionados à capacidade da Atea de recolher doaçõe$. Por enquanto, obtiveram-se escassos R$ 10 mil.
Metade veio de pequenos doadores e do caixa da Atea. Outra metade foi provida por um doador paulista, cujo nome é mantido no anonimato.
O objetivo da campanha, informam seus organizadores, é o de atenuar “o enorme preconceito que existe contra ateus”.
Considerando-se o veículo escolhido (os ônibus) e o público-alvo (os brasileiros pobres), a chance de êxito da campanha é diminuta.
Cercada de problemas por todos os lados, a bugrada é, por assim dizer, tentada a acreditar em Deus. Fica difícil dar crédito a qualquer outra coisa.
Os mais céticos preferem jogar na megasena e oferecer a Deus, semanalmente, uma oportunidade de provar que existe.
Escrito por Josias de Souza às 18h51
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
METALLICA - Don't tread on me
EDIÇÃO DE ALEX E RUBENS
Don't Tread On Me
Composição: James Hetfield / Lars Ulrich
Não Pise Em Mim
Então não pise em mim
Liberdade ou morte, aquilo que aclamamos com orgulho
Assim que você a provoca, ela chacoalha sua cauda
Ela nunca começa, nunca, mas uma vez preparada
Nunca se rende, mostrando as presas da fúria
Então não pise em mim
Então que assim seja, nunca mais ameace
Assegurar a paz é se preparar para a guerra
Então que assim seja, acerte as contas
Toque-me novamente para as palavras que você irá ouvir para sempre...
Não pise em mim
Ame-a ou deixe-a, aquela com a mordida fatal
Rápida é a língua azul, bifurcada como um relâmpago que cai
Brilhando, sempre de vigia
[Os olhos nunca se fecham], emblema da vigília
Então não pise em mim
Então que assim seja, nunca mais ameace
Assegurar a paz é se preparar para a guerra
Então que assim seja, acerte as contas
Toque-me novamente para as palavras que você irá ouvir para sempre...
Não pise em mim
Então que assim seja, nunca mais ameace
Assegurar a paz é se preparar para a guerra
Liberdade ou morte, aquilo que aclamamos com orgulho
Assim que você a provoca, ela chacoalha sua cauda
Então que assim seja, nunca mais ameace
Assegurar a paz é se preparar para a guerra
Então que assim seja, acerte as contas
Toque-me novamente para as palavras que você irá ouvir para sempre...
Não pise em mim
Composição: James Hetfield / Lars Ulrich
Não Pise Em Mim
Então não pise em mim
Liberdade ou morte, aquilo que aclamamos com orgulho
Assim que você a provoca, ela chacoalha sua cauda
Ela nunca começa, nunca, mas uma vez preparada
Nunca se rende, mostrando as presas da fúria
Então não pise em mim
Então que assim seja, nunca mais ameace
Assegurar a paz é se preparar para a guerra
Então que assim seja, acerte as contas
Toque-me novamente para as palavras que você irá ouvir para sempre...
Não pise em mim
Ame-a ou deixe-a, aquela com a mordida fatal
Rápida é a língua azul, bifurcada como um relâmpago que cai
Brilhando, sempre de vigia
[Os olhos nunca se fecham], emblema da vigília
Então não pise em mim
Então que assim seja, nunca mais ameace
Assegurar a paz é se preparar para a guerra
Então que assim seja, acerte as contas
Toque-me novamente para as palavras que você irá ouvir para sempre...
Não pise em mim
Então que assim seja, nunca mais ameace
Assegurar a paz é se preparar para a guerra
Liberdade ou morte, aquilo que aclamamos com orgulho
Assim que você a provoca, ela chacoalha sua cauda
Então que assim seja, nunca mais ameace
Assegurar a paz é se preparar para a guerra
Então que assim seja, acerte as contas
Toque-me novamente para as palavras que você irá ouvir para sempre...
Não pise em mim
terça-feira, 23 de novembro de 2010
PAPA BENTO XVI FALA AOS BISPOS DA CNBB: A CONFERÊNCIA EPISCOPAL AJUDA O BISPO, MAS NÃO O SUBSTITUI
CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 15 de novembro de 2010 (ZENIT.org)
A conferência episcopal é um instrumento útil para ajudar cada bispo, mas nunca deve substituí-lo ou agir como intermediária entre esse prelado e o Bispo de Roma.
Esta foi a mensagem de Bento XVI hoje, ao receber em audiência os bispos do Regional Centro-Oeste da Conferência Nacional de Bispos do Brasil, o último grupo de prelados desse país em realizar a visita ad limina apostolorum nos últimos 14 meses.
A conferência episcopal, explicou o Papa aos presentes, "nasceu como concreta aplicação do afeto colegial dos bispos em comunhão hierárquica com o Sucessor de Pedro".
Sua missão é a de "ser um instrumento de comunhão afetiva e efetiva entre todos os membros, e de eficaz colaboração com o pastor de cada Igreja particular na tríplice função de ensinar, santificar e governar as ovelhas do próprio rebanho".
Igualmente, "apresenta-se como uma das formas, encontradas sob a guia do Espírito Santo, que consente exercitar conjunta e harmoniosamente algumas funções pastorais para o bem dos fiéis e de todos os cidadãos dum determinado território".
Mas advertiu que, ainda que ela promova "a união de esforços e de intenções dos bispos, tornando-se um instrumento para que possam compartilhar as suas fatigas", deve "evitar colocar-se como uma realidade paralela ou substitutiva do ministério de cada um dos bispos, ou seja, não mudando a sua relação com a respectiva Igreja particular e com o Colégio Episcopal, nem constituindo um intermediário entre o bispo e a Sé de Pedro".
"Ao mesmo tempo, é necessário lembrar que os assessores e as estruturas da conferência episcopal existem para o serviço aos Bispos, não para substituí-los."
"Trata-se, em definitiva, de buscar que a conferência episcopal, com seus organismos, funcione sempre mais como órgão propulsor da solicitude pastoral dos bispos, cuja preocupação primária deve ser a salvação das almas, que é, aliás, a missão fundamental da Igreja", acrescentou.
Ação conjunta
A missão fundamental de toda conferência episcopal é ajudar os bispos a uma maior comunicação e comunhão em tarefas que os afetam por igual.
"No fiel exercício da função doutrinal que vos corresponde, quando vos reunis nas vossas assembleias, queridos bispos, deveis sobretudo estudar os meios mais eficazes para fazer chegar oportunamente o magistério universal ao povo que vos foi confiado", disse o Papa.
Essa função doutrinal, explicou o Papa, deve ajustar-se aos termos indicados pelo Papa João Paulo II, no Motu Próprio Apostolos suos, "também ao abordar as novas questões emergentes, para depois poder orientar a consciência dos homens para encontrarem a reta solução para os novos problemas suscitados pelas transformações sociais e culturais".
Segundo o Pontífice, alguns temas "recomendam hoje uma ação conjunta dos bispos: a promoção e a tutela da fé e da moral, a tradução dos livros litúrgicos, a promoção e formação das vocações de especial consagração, elaboração de subsídios para a catequese, o compromisso ecumênico, as relações com as autoridades civis".
Outros temas a serem abordados conjuntamente, prosseguiu, são: "a defesa da vida humana, desde a concepção até a morte natural, a santidade da família e do matrimônio entre homem e mulher, o direito dos pais a educar seus filhos, a liberdade religiosa, os outros direitos humanos, a paz e a justiça social".
Testemunho
Recordando que hoje o Brasil comemora a Proclamação da República, o Pontífice quis aproveitar a audiência para "sublinhar uma vez mais a importância da ação evangelizadora da Igreja na construção da identidade brasileira".
"A atual sociedade secularizada exige dos cristãos um renovado testemunho de vida para que o anúncio do Evangelho seja acolhido como aquilo que é: a Boa Notícia da ação salvífica de Deus que vem ao encontro do homem", observou.
Neste sentido, recordou que, "há quase 60 anos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil é um ponto de referência da sociedade brasileira, propondo-se sempre mais e acima de tudo como um lugar onde se vive a caridade".
Bento XVI concluiu seu discurso aos bispos brasileiros convidando-os a "olhar para o futuro com os olhos de Cristo, depondo n'Ele a vossa esperança".
Mas... quem dá ouvidos ao papa?
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quinta-feira, 4 de novembro de 2010
PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS - PNDH3
Entenda melhor o Programa. São 4 vídeos postados abaixo, em sequência. Perca um pouco do seu tempo, porque o assunto é sério!
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Igreja e política
por Raquel Nascimento Pereira
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A discussão entre Igreja e política vem desde o Antigo Testamento. Quem leu a Bíblia sabe das intervenções do próprio Deus junto ao seu povo. Para começo de conversa, Ele mesmo nos deu a Lei, ou seja, a tábua dos Dez Mandamentos, através de Moisés. Deu orientações de todo tipo, não só por Moisés, mas por muitos de seus profetas, de como deveria se organizar a sociedade, de como lutaria nas guerras, de como os governantes deveriam procurar a sabedoria para governar... Veja mais:
A finalidade do Governo – Deuteronômio 1,12-18
Como poderia eu sozinho encarregar-me de vós e levar o fardo de vossas contendas?
Escolhei, de cada uma de vossas tribos, homens sábios, prudentes e experimentados, que eu ponha à vossa frente.
Vós então me respondesses: é uma boa coisa o que nos propões.
Tome, pois, dentre vós, homens sábios e experimentados que pus à vossa frente como chefes de milhares de centenas, de cinquentenas e de dezenas e como escribas em vossas tribos.
Nesse mesmo tempo dei esta ordem aos vossos juízes: dai audiência aos vossos irmãos e julgai com equidade as questões de cada um deles com o seu irmão ou com o estrangeiro que mora com ele.
Não fareis distinção de pessoas em vossos julgamentos. Ouvireis o pequeno como o grande, sem temor de ninguém, porque o juízo é de Deus. Se uma questão vos parecer muito complicada, trá-la-eis diante de mim para que eu a ouça.
É assim que, naquele tempo, vos ordenei tudo o que devíeis fazer
O sistema tribal não atendia mais às necessidades do povo. Moisés propõe um novo sistema, mostrando que a finalidade principal do Governo é servir à população de uma nação, proporcionando uma fonte confiável e objetiva de arbitragem e Justiça.
A primeira coisa que Deus fez através de Moisés ao estabelecer um Governo, foi dar ao povo o direito e a autoridade de escolher. Deus não impôs a Sua vontade: ele deu ao povo de Israel o direito de escolher os seus líderes políticos; deu a autoridade de Governo ao povo ao dar o direito e a responsabilidade de escolher quem iria governá-los. Ele fez isto instituindo uma linha de autoridade que era de baixo para cima, diferentemente do sistema dos faraós que eles conheceram no Egito.
Devemos nos perguntar qual o motivo de Deus ter estabelecido um sistema de governo onde a autoridade fosse do povo.
O caráter de um líder político é importante e deve ser considerado pelo povo nas suas escolhas
A primeira coisa que Deus fez através de Moisés ao estabelecer um Governo, foi dar ao povo o direito e a autoridade de escolher. Deus não impôs a Sua vontade: ele deu ao povo de Israel o direito de escolher os seus líderes políticos; deu a autoridade de Governo ao povo ao dar o direito e a responsabilidade de escolher quem iria governá-los. Ele fez isto instituindo uma linha de autoridade que era de baixo para cima, diferentemente do sistema dos faraós que eles conheceram no Egito.
Devemos nos perguntar qual o motivo de Deus ter estabelecido um sistema de governo onde a autoridade fosse do povo.
O caráter de um líder político é importante e deve ser considerado pelo povo nas suas escolhas
Deus deu diretrizes que focalizavam o caráter, a sabedoria, e a reputação do líder. O povo era responsável por avaliar o caráter dos líderes aos quais iria conferir poder político, e então viver com as consequências dessas escolhas. Para que estes atributos de caráter fossem avaliados, os líderes tinham que ser conhecidos pelo povo e o povo tinha que determinar o que sábio e experiente significavam. O que faz um indivíduo ser respeitado? Como a sabedoria é demonstrada? O que significava ser compreensivo?
Representantes do povo
Representantes do povo
“… de cada uma de vossas tribos”. Deus enfatizou a importância da inclusão de todos nos processos políticos e judiciais. Eles não deveriam deixar nenhuma tribo sem representação.
Consenso
“Vós me respondesses: é uma boa coisa o que nos propões.”
Moisés constata que seu plano tinha o apoio da nação. Israel concordou em ser governada daquela maneira. Nem sempre foi assim. Após espiar Canaã na primeira vez, Israel decidira que não iria em frente. Ali o Governo não tinha consenso e não podia seguir adiante.
Jesus disse que: “Um reino dividido contra si mesmo será arruinado…”, ou seja, uma nação que tenha consenso possui um Governo mais estável. Uma nação sem consenso é uma nação enfraquecida. Um Governo que tenta impor suas decisões sobre o povo será menos estável com o passar do tempo, que um Governo que administra usando o consenso.
O Setor Jurídico
Todos os tribunais justos do mundo utilizam os Princípios de Justiça descritos aqui, inclusive a nossa Constituição:
Primeiro, os juízes deviam julgar justamente. Oferecer a mesma qualidade de justiça para qualquer pessoa, israelita ou estrangeiro. Deveria ser ‘cega’ quanto à nacionalidade, cor, ao sexo, crença ou à política.
No vs. 17 também julgar imparcialmente, sem fazer distinção entre ‘grande’ e ‘pequeno’. Todas as pessoas deveriam ser ouvidas. A Justiça pertence a Deus, e o juiz não deveria ter medo de homens – antes lembrar que eram responsáveis primeiramente diante de Deus. Moisés também mostrou que precisaria haver um sistema de apelação judicial. O sistema devia permitir outra audiência, em outra instância.
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No Novo Testamento, vemos em diversos momentos Jesus se pronunciar abertamente contra a hipocrisia dos fariseus, dos saduceus (na época, partidos políticos) e dos escribas (os intelectuais, que faziam as leis). Aliás, Jesus foi perseguido por Herodes e crucificado pelas mãos de Pôncio Pilatos, os governantes daquela época. Por quê? Por denunciá-los, por apontar-lhes o erro. Lembram-se disso? Vamos refrescar a memória:
Mateus 23
Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Pagais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia, a fidelidade. Eis o que era preciso praticar em primeiro lugar, sem contudo deixar o restante.
Guias cegos! Filtrais um mosquito e engolis um camelo.
Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Limpais por fora o copo e o prato e por dentro estais cheios de roubo e de intemperança.
Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o que está fora fique limpo
Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois semelhantes aos sepulcros caiados: por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos, de cadáveres e de toda espécie de podridão.
Assim também vós: por fora pareceis justos aos olhos dos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade.
Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Edificais sepulcros aos profetas, adornais os monumentos dos justos
e dizeis: Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos manchado nossas mãos como eles no sangue dos profetas...
Testemunhais assim contra vós mesmos que sois de fato os filhos dos assassinos dos profetas.
Acabai, pois, de encher a medida de vossos pais!
Serpentes! Raça de víboras! Como escapareis ao castigo do inferno?
Vede, eu vos envio profetas, sábios, doutores. Matareis e crucificareis uns e açoitareis outros nas vossas sinagogas. Persegui-los-eis de cidade em cidade,
para que caia sobre vós todos o sangue inocente derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem matastes entre o templo e o altar.
Em verdade vos digo: todos esses crimes pesam sobre esta raça.
Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas aqueles que te são enviados! Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne seus pintinhos debaixo de suas asas... e tu não quiseste!
Pois bem, a vossa casa vos é deixada deserta.
Porque eu vos digo: já não me vereis de hoje em diante, até que digais: Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor.
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Enfim, João Batista morreu por denunciar o casamento ilícito de Herodes com Herodíades, mulher de seu irmão. Quantos padres e pastores há hoje, tais como João Batista, denunciando com todas as suas forças toda essa imoralidade? São verdadeiros PROFETAS, que sofrem perseguições e incompreensões inclusive por parte de seu próprio povo!
Com efeito, é coisa agradável a Deus sofrer contrariedades e padecer injustamente, por motivo de consciência para com Deus.
Que mérito teria alguém se suportasse pacientemente os açoites por ter praticado o mal? Ao contrário, se é por ter feito o bem que sois maltratados, e se o suportardes pacientemente, isto é coisa agradável aos olhos de Deus.
Ora, é para isto que fostes chamados. Também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo para que sigais os seus passos. (IPedro 2, 19-21)
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
PRONUNCIAMENTO DE BENTO XVI SOBRE AS ELEIÇÕES NO BRASIL
Se havia ainda um cristão que não estava levando o assunto a sério, agora pode parar para pensar. Depois de mobilizar a comunidade católica e evangélica com inúmeros pronunciamentos de pastores, bispos e padres nos meios de comunicação, o assunto das Eleições no Brasil e das propostas do PNDH-3 do PT agora tem mais um pronunciamento importante: o próprio Papa Bento XVI se pronunciou na manhã de hoje a respeito.
Bento XVI e o Silêncio dos Bispos
Faltando três dias para a votação do segundo turno, o acalorado debate eleitoral ganhou um interlocutor de peso: o Papa Bento XVI.
Num discurso pronunciado, nesta manhã de quinta-feira, para bispos do Nordeste – reconhecida base eleitoral do PT de Dilma Rousseff – Bento XVI condenou com clareza “os projetos políticos” que “contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto”.
Com o discurso de hoje, Bento XVI rompe, desde o mais alto grau da hierarquia católica, o patrulhamento ideológico que o PT vem impondo a bispos do Brasil através de ameaças, pressões diplomáticas, xingamentos e abusos de poder.
É conhecida a absurda apreensão, a pedido do PT, de milhares de folhetos contendo o “Apelo a Todos os Brasileiros e Brasileiras”, em que a Comissão em Defesa da Vida, da Regional Sul I da CNBB, exortava os católicos a não votar em políticos que defendam a descriminalização do aborto. É conhecida a denúncia do bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, de que tem sido vítima de censura e perseguição por parte do PT. É arquiconhecida a prisão de leigos católicos que realizavam o “ato subversivo” de distribuir nas ruas o documento dos bispos de São Paulo.
O Papa convida os bispos à coragem de romper este patrulhamento e falar. Ao defender a vida das crianças no ventre das mães, os bispos não devem temer “a oposição e a impopularidade, recusando qualquer acordo e ambigüidade”.
O pronunciamento de Bento XVI ainda exorta os bispos a cumprirem “o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas”. E, numa clara alusão a uma das propostas do PNDH-3 do PT, se opõe à ausência “de símbolos religiosos na vida pública”.
Com seu discurso, o Papa procura evitar que o Brasil continue protagonista de um fenômeno que seria mais típico do feudalismo medieval, do que de uma suposta democracia moderna. De fato, durante a Baixa Idade Média, era comum que os posicionamentos e protestos mais decididos fossem os do Papa, enquanto os do episcopado local, mais exposto às pressões e ao poder imediato dos senhores feudais, eram como os de um cão atado à coleira. Pode até ensaiar uns latidos, mas quem passa por perto sabe que se trata de barulho inofensivo.
Ao apagar das luzes da campanha de segundo turno, o Pontífice parece preparar o terreno para que a Igreja do Brasil compreenda, sejam quais forem os resultados das eleições, que é inútil apelar para um currículo de progressos sociais e de defesas dos oprimidos do Partido dos Trabalhadores, quando seu “projeto político” está tão empenhado em eliminar os seres humanos mais fracos e indefesos no ventre das mães.
Segue abaixo o discurso do Santo Padre
Amados Irmãos no Episcopado,
«Para vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo» (2 Cor 1, 2). Desejo antes de mais nada agradecer a Deus pelo vosso zelo e dedicação a Cristo e à sua Igreja que cresce no Regional Nordeste 5. Lendo os vossos relatórios, pude dar-me conta dos problemas de caráter religioso e pastoral, além de humano e social, com que deveis medir-vos diariamente. O quadro geral tem as suas sombras, mas tem também sinais de esperança, como Dom Xavier Gilles acaba de referir na saudação que me dirigiu, dando livre curso aos sentimentos de todos vós e do vosso povo.
Como sabeis, nos sucessivos encontros com os diversos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tenho sublinhado diferentes âmbitos e respectivos agentes do multiforme serviço evangelizador e pastoral da Igreja na vossa grande Nação; hoje, gostaria de falar-vos de como a Igreja, na sua missão de fecundar e fermentar a sociedade humana com o Evangelho, ensina ao homem a sua dignidade de filho de Deus e a sua vocação à união com todos os homens, das quais decorrem as exigências da justiça e da paz social, conforme à sabedoria divina.
Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma ordem social justa é próprio dos fiéis leigos, que, como cidadãos livres e responsáveis, se empenham em contribuir para a reta configuração da vida social, no respeito da sua legítima autonomia e da ordem moral natural (cf. Deus caritas est, 29). O vosso dever como Bispos junto com o vosso clero é mediato, enquanto vos compete contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais necessárias para a construção de uma sociedade justa e fraterna. Quando, porém, os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas (cf. GS, 76).
Ao formular esses juízos, os pastores devem levar em conta o valor absoluto daqueles preceitos morais negativos que declaram moralmente inaceitável a escolha de uma determinada ação intrinsecamente má e incompatível com a dignidade da pessoa; tal escolha não pode ser resgatada pela bondade de qualquer fim, intenção, conseqüência ou circunstância. Portanto, seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural (cf. Christifideles laici, 38). Além disso no quadro do empenho pelos mais fracos e os mais indefesos, quem é mais inerme que um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal? Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático – que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana – é atraiçoado nas suas bases (cf. Evangelium vitæ, 74). Portanto, caros Irmãos no episcopado, ao defender a vida «não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambigüidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo» (ibidem, 82).
Além disso, para melhor ajudar os leigos a viverem o seu empenho cristão e sócio-político de um modo unitário e coerente, é «necessária — como vos disse em Aparecida — uma catequese social e uma adequada formação na doutrina social da Igreja, sendo muito útil para isso o “Compêndio da Doutrina Social da Igreja”» (Discurso inaugural da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, 3). Isto significa também que em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum (cf. GS, 75).
Neste ponto, política e fé se tocam. A fé tem, sem dúvida, a sua natureza específica de encontro com o Deus vivo que abre novos horizontes muito para além do âmbito próprio da razão. «Com efeito, sem a correção oferecida pela religião até a razão pode tornar-se vítima de ambigüidades, como acontece quando ela é manipulada pela ideologia, ou então aplicada de uma maneira parcial, sem ter em consideração plenamente a dignidade da pessoa humana» (Viagem Apostólica ao Reino Unido, Encontro com as autoridades civis, 17-IX-2010).
Só respeitando, promovendo e ensinando incansavelmente a natureza transcendente da pessoa humana é que uma sociedade pode ser construída. Assim, Deus deve «encontrar lugar também na esfera pública, nomeadamente nas dimensões cultural, social, econômica e particularmente política» (Caritas in veritate, 56). Por isso, amados Irmãos, uno a minha voz à vossa num vivo apelo a favor da educação religiosa, e mais concretamente do ensino confessional e plural da religião, na escola pública do Estado.
Queria ainda recordar que a presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia do seu respeito. Eles têm um valor particular, no caso do Brasil, em que a religião católica é parte integral da sua história. Como não pensar neste momento na imagem de Jesus Cristo com os braços estendidos sobre a baía da Guanabara que representa a hospitalidade e o amor com que o Brasil sempre soube abrir seus braços a homens e mulheres perseguidos e necessitados provenientes de todo o mundo? Foi nessa presença de Jesus na vida brasileira, que eles se integraram harmonicamente na sociedade, contribuindo ao enriquecimento da cultura, ao crescimento econômico e ao espírito de solidariedade e liberdade.
Amados Irmãos, confio à Mãe de Deus e nossa, invocada no Brasil sob o título de Nossa Senhora Aparecida, estes anseios da Igreja Católica na Terra de Santa Cruz e de todos os homens de boa vontade em defesa dos valores da vida humana e da sua transcendência, junto com as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens e mulheres da província eclesiástica do Maranhão. A todos coloco sob a Sua materna proteção, e a vós e ao vosso povo concedo a minha Benção Apostólica.
Fonte: http://press.catholica.va/news_services/bulletin/news/26281.php?index=26281&lang=po
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Num discurso pronunciado, nesta manhã de quinta-feira, para bispos do Nordeste – reconhecida base eleitoral do PT de Dilma Rousseff – Bento XVI condenou com clareza “os projetos políticos” que “contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto”.
Com o discurso de hoje, Bento XVI rompe, desde o mais alto grau da hierarquia católica, o patrulhamento ideológico que o PT vem impondo a bispos do Brasil através de ameaças, pressões diplomáticas, xingamentos e abusos de poder.
É conhecida a absurda apreensão, a pedido do PT, de milhares de folhetos contendo o “Apelo a Todos os Brasileiros e Brasileiras”, em que a Comissão em Defesa da Vida, da Regional Sul I da CNBB, exortava os católicos a não votar em políticos que defendam a descriminalização do aborto. É conhecida a denúncia do bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, de que tem sido vítima de censura e perseguição por parte do PT. É arquiconhecida a prisão de leigos católicos que realizavam o “ato subversivo” de distribuir nas ruas o documento dos bispos de São Paulo.
O Papa convida os bispos à coragem de romper este patrulhamento e falar. Ao defender a vida das crianças no ventre das mães, os bispos não devem temer “a oposição e a impopularidade, recusando qualquer acordo e ambigüidade”.
O pronunciamento de Bento XVI ainda exorta os bispos a cumprirem “o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas”. E, numa clara alusão a uma das propostas do PNDH-3 do PT, se opõe à ausência “de símbolos religiosos na vida pública”.
Com seu discurso, o Papa procura evitar que o Brasil continue protagonista de um fenômeno que seria mais típico do feudalismo medieval, do que de uma suposta democracia moderna. De fato, durante a Baixa Idade Média, era comum que os posicionamentos e protestos mais decididos fossem os do Papa, enquanto os do episcopado local, mais exposto às pressões e ao poder imediato dos senhores feudais, eram como os de um cão atado à coleira. Pode até ensaiar uns latidos, mas quem passa por perto sabe que se trata de barulho inofensivo.
Ao apagar das luzes da campanha de segundo turno, o Pontífice parece preparar o terreno para que a Igreja do Brasil compreenda, sejam quais forem os resultados das eleições, que é inútil apelar para um currículo de progressos sociais e de defesas dos oprimidos do Partido dos Trabalhadores, quando seu “projeto político” está tão empenhado em eliminar os seres humanos mais fracos e indefesos no ventre das mães.
Segue abaixo o discurso do Santo Padre
Amados Irmãos no Episcopado,
«Para vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo» (2 Cor 1, 2). Desejo antes de mais nada agradecer a Deus pelo vosso zelo e dedicação a Cristo e à sua Igreja que cresce no Regional Nordeste 5. Lendo os vossos relatórios, pude dar-me conta dos problemas de caráter religioso e pastoral, além de humano e social, com que deveis medir-vos diariamente. O quadro geral tem as suas sombras, mas tem também sinais de esperança, como Dom Xavier Gilles acaba de referir na saudação que me dirigiu, dando livre curso aos sentimentos de todos vós e do vosso povo.
Como sabeis, nos sucessivos encontros com os diversos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tenho sublinhado diferentes âmbitos e respectivos agentes do multiforme serviço evangelizador e pastoral da Igreja na vossa grande Nação; hoje, gostaria de falar-vos de como a Igreja, na sua missão de fecundar e fermentar a sociedade humana com o Evangelho, ensina ao homem a sua dignidade de filho de Deus e a sua vocação à união com todos os homens, das quais decorrem as exigências da justiça e da paz social, conforme à sabedoria divina.
Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma ordem social justa é próprio dos fiéis leigos, que, como cidadãos livres e responsáveis, se empenham em contribuir para a reta configuração da vida social, no respeito da sua legítima autonomia e da ordem moral natural (cf. Deus caritas est, 29). O vosso dever como Bispos junto com o vosso clero é mediato, enquanto vos compete contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais necessárias para a construção de uma sociedade justa e fraterna. Quando, porém, os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas (cf. GS, 76).
Ao formular esses juízos, os pastores devem levar em conta o valor absoluto daqueles preceitos morais negativos que declaram moralmente inaceitável a escolha de uma determinada ação intrinsecamente má e incompatível com a dignidade da pessoa; tal escolha não pode ser resgatada pela bondade de qualquer fim, intenção, conseqüência ou circunstância. Portanto, seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural (cf. Christifideles laici, 38). Além disso no quadro do empenho pelos mais fracos e os mais indefesos, quem é mais inerme que um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal? Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático – que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana – é atraiçoado nas suas bases (cf. Evangelium vitæ, 74). Portanto, caros Irmãos no episcopado, ao defender a vida «não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambigüidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo» (ibidem, 82).
Além disso, para melhor ajudar os leigos a viverem o seu empenho cristão e sócio-político de um modo unitário e coerente, é «necessária — como vos disse em Aparecida — uma catequese social e uma adequada formação na doutrina social da Igreja, sendo muito útil para isso o “Compêndio da Doutrina Social da Igreja”» (Discurso inaugural da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, 3). Isto significa também que em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum (cf. GS, 75).
Neste ponto, política e fé se tocam. A fé tem, sem dúvida, a sua natureza específica de encontro com o Deus vivo que abre novos horizontes muito para além do âmbito próprio da razão. «Com efeito, sem a correção oferecida pela religião até a razão pode tornar-se vítima de ambigüidades, como acontece quando ela é manipulada pela ideologia, ou então aplicada de uma maneira parcial, sem ter em consideração plenamente a dignidade da pessoa humana» (Viagem Apostólica ao Reino Unido, Encontro com as autoridades civis, 17-IX-2010).
Só respeitando, promovendo e ensinando incansavelmente a natureza transcendente da pessoa humana é que uma sociedade pode ser construída. Assim, Deus deve «encontrar lugar também na esfera pública, nomeadamente nas dimensões cultural, social, econômica e particularmente política» (Caritas in veritate, 56). Por isso, amados Irmãos, uno a minha voz à vossa num vivo apelo a favor da educação religiosa, e mais concretamente do ensino confessional e plural da religião, na escola pública do Estado.
Queria ainda recordar que a presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia do seu respeito. Eles têm um valor particular, no caso do Brasil, em que a religião católica é parte integral da sua história. Como não pensar neste momento na imagem de Jesus Cristo com os braços estendidos sobre a baía da Guanabara que representa a hospitalidade e o amor com que o Brasil sempre soube abrir seus braços a homens e mulheres perseguidos e necessitados provenientes de todo o mundo? Foi nessa presença de Jesus na vida brasileira, que eles se integraram harmonicamente na sociedade, contribuindo ao enriquecimento da cultura, ao crescimento econômico e ao espírito de solidariedade e liberdade.
Amados Irmãos, confio à Mãe de Deus e nossa, invocada no Brasil sob o título de Nossa Senhora Aparecida, estes anseios da Igreja Católica na Terra de Santa Cruz e de todos os homens de boa vontade em defesa dos valores da vida humana e da sua transcendência, junto com as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens e mulheres da província eclesiástica do Maranhão. A todos coloco sob a Sua materna proteção, e a vós e ao vosso povo concedo a minha Benção Apostólica.
Fonte: http://press.catholica.va/news_services/bulletin/news/26281.php?index=26281&lang=po
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quarta-feira, 27 de outubro de 2010
domingo, 24 de outubro de 2010
VÍDEOS SOBRE O ABORTO - Cenas fortes
O que diz a candidata Dilma Rousseff sobre o aborto?
"Não conheço nenhuma mulher que ache aborto uma coisa maravilhosa. Não se deve tratar a questão como religiosa, mas de saúde pública", afirmou. "Tanto eu quanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não somos pessoas que acham que o aborto é algo para se falar que se defende. O aborto é uma violência contra corpo de mulher", disse a candidata.
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Aborto é ASSASSINATO. A mulher pode ter direito sobre seu corpo, mas não tem direito algum sobre o corpo de terceiros. A criança que carrega no ventre é OUTRA PESSOA, com outro coração, outra alma, outra vida, e abortá-la é CRIME CONTRA A VIDA, confome os artigos 124, 125 e 126 do Código Penal Brasileiro.
Assista a seguir o documentário sobre um dos mais cruéis genocídios do mundo moderno. Quem não viu, especialmente as mulheres, deveria vê-lo.
No total, apenas 27 minutos, em 3 partes.
NÃO DEIXE DE ASSISTIR!
"Não conheço nenhuma mulher que ache aborto uma coisa maravilhosa. Não se deve tratar a questão como religiosa, mas de saúde pública", afirmou. "Tanto eu quanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não somos pessoas que acham que o aborto é algo para se falar que se defende. O aborto é uma violência contra corpo de mulher", disse a candidata.
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Aborto é ASSASSINATO. A mulher pode ter direito sobre seu corpo, mas não tem direito algum sobre o corpo de terceiros. A criança que carrega no ventre é OUTRA PESSOA, com outro coração, outra alma, outra vida, e abortá-la é CRIME CONTRA A VIDA, confome os artigos 124, 125 e 126 do Código Penal Brasileiro.
Assista a seguir o documentário sobre um dos mais cruéis genocídios do mundo moderno. Quem não viu, especialmente as mulheres, deveria vê-lo.
No total, apenas 27 minutos, em 3 partes.
NÃO DEIXE DE ASSISTIR!
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
A QUESTÃO DO ABORTO, REVISITADA
(Uma argumentação não-religiosa a respeito do aborto.)
Por João Pereira Coutinho
Folha Ilustrada 19/10/2010
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O ABORTO regressou. Tudo por causa das eleições presidenciais, que trouxeram o tema para cima da mesa com seus cortejos de oportunismo e ignorância.
Concordo com Contardo Calligaris: não se discutem esses temas no calor demagógico de uma eleição.
Por outro lado, se não fosse a eleição, não seria possível ler o importante texto que o meu amigo Antonio Cicero escreveu nesta Folha sábado passado ("A questão do aborto", Ilustrada, 16/10).
Ponto prévio: sou contra a descriminalização do aborto, excetuando casos de perigo para a saúde física ou psíquica da mãe. Não por motivos religiosos, contrariamente ao que Cicero imagina, mas por motivos éticos e políticos, que apresentarei no final.
Dito isso, o texto de Cicero aborda o problema com inteligência e seriedade e merece ser discutido. Diz o poeta brasileiro que, no aborto, é preciso fazer uma distinção importante entre "estar vivo" e "ser um ser vivo", distinção inicialmente operada por Francis Kaplan no livro "O Embrião É um Ser Vivo?".
Para Cicero, um embrião (ou um feto) "está vivo", mas apenas porque depende de um "ser vivo" (a mãe, naturalmente). O embrião (ou o feto), sem o suporte vital, não pode ser considerado um "ser vivo" da mesma forma que o olho humano não o é: o olho humano "está vivo" porque vivo está o ser onde esse olho está alojado. Sem um corpo humano em que pulsa ainda a vida humana, o olho não passa de um órgão inútil e dispensável.
As consequências dessa argumentação de Cicero são óbvias: na questão do aborto, o "ser vivo" (a mãe, a portadora) tem o direito de suspender o que "está vivo" (o embrião, o feto).
Acontece que a argumentação de Cicero propositadamente exclui um pormenor fundamental: o que existe de "potencialidade" no embrião humano. Um olho é apenas um olho, não a promessa do que está para vir; um olho não transporta um tempo futuro e jamais será um organismo dotado de autonomia, desejos, racionalidade e tudo aquilo que reconhecemos como intrinsecamente humano. Um olho cumpre uma função no corpo onde está alojado.
Mas um embrião não tem a dimensão orgânica, estática e funcional de um olho. Cicero até pode ter razão quando nega ao embrião o estatuto pleno de "ser vivo", mas ele vai demasiado longe quando reduz um "ser vivo em potência" a um mero apêndice que "está vivo".
Para retomarmos o quadro dicotômico de Francis Kaplan, a divisão entre "ser vivo" e "estar vivo" não esgota a complexidade moral que um embrião representa. Direi mais: um embrião, pela sua potencialidade manifesta, situa-se a meio desses dois polos radicais.
E a autonomia da mãe? Não deve ser respeitada?
Pessoalmente e excetuando os casos de perigo para a saúde da mãe já citados, eu só poderia admitir a prevalência da autonomia se ela, suspendendo o suporte vital ao embrião, permitisse que ele continuasse por outros meios: naturais (no corpo de uma outra "mãe") ou até artificiais (sustentado por uma qualquer "máquina").
Trata-se, como é evidente, de uma hipótese fantasiosa e de uma impossibilidade prática. O que significa que a suspensão do suporte vital do embrião não representa apenas o fim de algo que "está vivo". Como explica Stephen Schwarz em livro que recomendo aos interessados na matéria ("The Moral Question of Abortion"; a questão moral do aborto), essa suspensão significa a morte de um "ser vivo" em potência; significa, em linguagem prosaica, o roubo de um futuro pela autonomia do presente.
É por isso que a minha posição sobre o aborto nada tem de religiosa. Primeiro, porque não atribuo ao embrião um estatuto pleno de "ser humano" e muito menos de "pessoa humana".
Mas, sobretudo, porque é a dimensão política (e ética) do aborto que me interessa: saber, em suma, qual deve ser a posição de uma sociedade politicamente organizada perante situações em que a cessação de vida pode ocorrer.
Creio que uma sociedade será tão mais civilizada quanto maior for a proteção jurídica concedida a esse "ser vivo em potência". Porque, como diria Henry Miller (1891-1980), escritor americano que está longe de ser um beato, "não conheço maior crime do que matar o que luta para nascer".
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Por João Pereira Coutinho
Folha Ilustrada 19/10/2010
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O ABORTO regressou. Tudo por causa das eleições presidenciais, que trouxeram o tema para cima da mesa com seus cortejos de oportunismo e ignorância.
Concordo com Contardo Calligaris: não se discutem esses temas no calor demagógico de uma eleição.
Por outro lado, se não fosse a eleição, não seria possível ler o importante texto que o meu amigo Antonio Cicero escreveu nesta Folha sábado passado ("A questão do aborto", Ilustrada, 16/10).
Ponto prévio: sou contra a descriminalização do aborto, excetuando casos de perigo para a saúde física ou psíquica da mãe. Não por motivos religiosos, contrariamente ao que Cicero imagina, mas por motivos éticos e políticos, que apresentarei no final.
Dito isso, o texto de Cicero aborda o problema com inteligência e seriedade e merece ser discutido. Diz o poeta brasileiro que, no aborto, é preciso fazer uma distinção importante entre "estar vivo" e "ser um ser vivo", distinção inicialmente operada por Francis Kaplan no livro "O Embrião É um Ser Vivo?".
Para Cicero, um embrião (ou um feto) "está vivo", mas apenas porque depende de um "ser vivo" (a mãe, naturalmente). O embrião (ou o feto), sem o suporte vital, não pode ser considerado um "ser vivo" da mesma forma que o olho humano não o é: o olho humano "está vivo" porque vivo está o ser onde esse olho está alojado. Sem um corpo humano em que pulsa ainda a vida humana, o olho não passa de um órgão inútil e dispensável.
As consequências dessa argumentação de Cicero são óbvias: na questão do aborto, o "ser vivo" (a mãe, a portadora) tem o direito de suspender o que "está vivo" (o embrião, o feto).
Acontece que a argumentação de Cicero propositadamente exclui um pormenor fundamental: o que existe de "potencialidade" no embrião humano. Um olho é apenas um olho, não a promessa do que está para vir; um olho não transporta um tempo futuro e jamais será um organismo dotado de autonomia, desejos, racionalidade e tudo aquilo que reconhecemos como intrinsecamente humano. Um olho cumpre uma função no corpo onde está alojado.
Mas um embrião não tem a dimensão orgânica, estática e funcional de um olho. Cicero até pode ter razão quando nega ao embrião o estatuto pleno de "ser vivo", mas ele vai demasiado longe quando reduz um "ser vivo em potência" a um mero apêndice que "está vivo".
Para retomarmos o quadro dicotômico de Francis Kaplan, a divisão entre "ser vivo" e "estar vivo" não esgota a complexidade moral que um embrião representa. Direi mais: um embrião, pela sua potencialidade manifesta, situa-se a meio desses dois polos radicais.
E a autonomia da mãe? Não deve ser respeitada?
Pessoalmente e excetuando os casos de perigo para a saúde da mãe já citados, eu só poderia admitir a prevalência da autonomia se ela, suspendendo o suporte vital ao embrião, permitisse que ele continuasse por outros meios: naturais (no corpo de uma outra "mãe") ou até artificiais (sustentado por uma qualquer "máquina").
Trata-se, como é evidente, de uma hipótese fantasiosa e de uma impossibilidade prática. O que significa que a suspensão do suporte vital do embrião não representa apenas o fim de algo que "está vivo". Como explica Stephen Schwarz em livro que recomendo aos interessados na matéria ("The Moral Question of Abortion"; a questão moral do aborto), essa suspensão significa a morte de um "ser vivo" em potência; significa, em linguagem prosaica, o roubo de um futuro pela autonomia do presente.
É por isso que a minha posição sobre o aborto nada tem de religiosa. Primeiro, porque não atribuo ao embrião um estatuto pleno de "ser humano" e muito menos de "pessoa humana".
Mas, sobretudo, porque é a dimensão política (e ética) do aborto que me interessa: saber, em suma, qual deve ser a posição de uma sociedade politicamente organizada perante situações em que a cessação de vida pode ocorrer.
Creio que uma sociedade será tão mais civilizada quanto maior for a proteção jurídica concedida a esse "ser vivo em potência". Porque, como diria Henry Miller (1891-1980), escritor americano que está longe de ser um beato, "não conheço maior crime do que matar o que luta para nascer".
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O ABORTO NO DIREITO BRASILEIRO
Por Ives Gandra da Silva Martins
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Li, recentemente, parecer do professor Eros Grau, ministro aposentado do STF, em que declara serem constitucionais os artigos 542, 1.609, parágrafo único, 1.779, parágrafo único e 1798 do Código Civil, visto que, sendo o nascituro sujeito de direitos, é alcançado pelo reconhecimento do direito à dignidade da pessoa humana e à inviolabilidade do direito à vida, contemplados na Constituição do Brasil.
De rigor, o eminente jurista reforça a interpretação dos textos superiores (tratados internacionais e Constituição Federal), em que embasa suas conclusões sobre o direito infraconstitucional.
São eles: o artigo 3º da Declaração Universal de Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário, segundo o qual "todo ser humano tem direito à vida" e a Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU, que afirma que "a criança necessita de proteção e cuidados especiais, inclusive a devida proteção legal, tanto antes quanto após seu nascimento" (grifos meus).
Há também o Pacto de São José, do qual o Brasil é signatário, cujo artigo 1º estabelece que "pessoa é todo ser humano"; no artigo 3º, que "tem o direito de reconhecimento de sua personalidade jurídica"; e o artigo 4º, que define que tal direito deve ser protegido pela lei "desde o momento de sua concepção".
O interessante é que o artigo 4º cuida de duas formas de proteção ao direito à vida, ou seja, do nascituro e do nascido. Não abre exceção para o nascituro, mas, quanto aos nascidos, preconiza que os países que tenham pena de morte procurem aboli-la e proíbe aos países que não a tenham de adotá-la.
Estabelece ainda que, se um país signatário deixar de ter a pena de morte, não poderá mais voltar a adotar tal forma de atentado à vida do ser humano nascido.
A nossa Constituição é clara ao dizer, no artigo 5º, "caput", que o direito à vida é inviolável.
Por fim, o artigo 2º do Código Civil está assim redigido: "A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro". Seria ridícula a interpretação do dispositivo que se orientasse pela seguinte linha de raciocínio: "Todos os direitos do nascituro estão assegurados, menos o direito à vida"!
É de se lembrar que o artigo 5º, "caput", da Lei Suprema é cláusula imodificável, por força de seu artigo 60, parágrafo 4º, inciso IV.
Como se percebe, o arsenal de disposições jurídicas internacionais, constitucionais e infraconstitucionais do Direito brasileiro coincide, e todas apontam para a impossibilidade da constitucionalização do aborto em nosso país. Nada obstante, há os que defendem que, pelo neoconstitucionalismo, pode o STF legislar nos vácuos legislativos.
Não é minha posição. Primeiro, porque não há vácuo legislativo; e, segundo, se houvesse, estou convencido de que a tese não se compatibilizaria com o texto maior, visto que, nas ações de inconstitucionalidade por omissão do Congresso, ainda quando julgadas procedentes, não pode o STF impor sanções nem estabelecer prazos para que o Legislativo supra a omissão.
Não tem, pois, o STF a faculdade de legislar positivamente. Não se deve esquecer de que todos os projetos para institucionalização do aborto não têm sido aprovados pelo Congresso Nacional.
Por fim, mas não menos importante, a esmagadora maioria da população brasileira se opõe a essa prática, conforme pesquisa divulgada pela Folha em 11/10, sendo 71% a favor de manter a atual legislação e só 11% a favor de ampliar os casos em que o aborto é permitido.
Em outras palavras, no Estado democrático brasileiro, a população rejeita o aborto, prestigiando o respeito ao direito à vida. Como se percebe, a questão não é religiosa, mas jurídica, refletindo, de rigor, a vontade da maioria da população brasileira, contrária ao aborto.
IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, 75, advogado, professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra, é presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio.
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O arsenal de disposições do Direito brasileiro aponta para a impossibilidade de que haja a constitucionalização da prática do aborto no país.
Li, recentemente, parecer do professor Eros Grau, ministro aposentado do STF, em que declara serem constitucionais os artigos 542, 1.609, parágrafo único, 1.779, parágrafo único e 1798 do Código Civil, visto que, sendo o nascituro sujeito de direitos, é alcançado pelo reconhecimento do direito à dignidade da pessoa humana e à inviolabilidade do direito à vida, contemplados na Constituição do Brasil.
De rigor, o eminente jurista reforça a interpretação dos textos superiores (tratados internacionais e Constituição Federal), em que embasa suas conclusões sobre o direito infraconstitucional.
São eles: o artigo 3º da Declaração Universal de Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário, segundo o qual "todo ser humano tem direito à vida" e a Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU, que afirma que "a criança necessita de proteção e cuidados especiais, inclusive a devida proteção legal, tanto antes quanto após seu nascimento" (grifos meus).
Há também o Pacto de São José, do qual o Brasil é signatário, cujo artigo 1º estabelece que "pessoa é todo ser humano"; no artigo 3º, que "tem o direito de reconhecimento de sua personalidade jurídica"; e o artigo 4º, que define que tal direito deve ser protegido pela lei "desde o momento de sua concepção".
O interessante é que o artigo 4º cuida de duas formas de proteção ao direito à vida, ou seja, do nascituro e do nascido. Não abre exceção para o nascituro, mas, quanto aos nascidos, preconiza que os países que tenham pena de morte procurem aboli-la e proíbe aos países que não a tenham de adotá-la.
Estabelece ainda que, se um país signatário deixar de ter a pena de morte, não poderá mais voltar a adotar tal forma de atentado à vida do ser humano nascido.
A nossa Constituição é clara ao dizer, no artigo 5º, "caput", que o direito à vida é inviolável.
Por fim, o artigo 2º do Código Civil está assim redigido: "A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro". Seria ridícula a interpretação do dispositivo que se orientasse pela seguinte linha de raciocínio: "Todos os direitos do nascituro estão assegurados, menos o direito à vida"!
É de se lembrar que o artigo 5º, "caput", da Lei Suprema é cláusula imodificável, por força de seu artigo 60, parágrafo 4º, inciso IV.
Como se percebe, o arsenal de disposições jurídicas internacionais, constitucionais e infraconstitucionais do Direito brasileiro coincide, e todas apontam para a impossibilidade da constitucionalização do aborto em nosso país. Nada obstante, há os que defendem que, pelo neoconstitucionalismo, pode o STF legislar nos vácuos legislativos.
Não é minha posição. Primeiro, porque não há vácuo legislativo; e, segundo, se houvesse, estou convencido de que a tese não se compatibilizaria com o texto maior, visto que, nas ações de inconstitucionalidade por omissão do Congresso, ainda quando julgadas procedentes, não pode o STF impor sanções nem estabelecer prazos para que o Legislativo supra a omissão.
Não tem, pois, o STF a faculdade de legislar positivamente. Não se deve esquecer de que todos os projetos para institucionalização do aborto não têm sido aprovados pelo Congresso Nacional.
Por fim, mas não menos importante, a esmagadora maioria da população brasileira se opõe a essa prática, conforme pesquisa divulgada pela Folha em 11/10, sendo 71% a favor de manter a atual legislação e só 11% a favor de ampliar os casos em que o aborto é permitido.
Em outras palavras, no Estado democrático brasileiro, a população rejeita o aborto, prestigiando o respeito ao direito à vida. Como se percebe, a questão não é religiosa, mas jurídica, refletindo, de rigor, a vontade da maioria da população brasileira, contrária ao aborto.
IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, 75, advogado, professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra, é presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio.
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terça-feira, 19 de outubro de 2010
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
ESTRATÉGIA REVOLUCIONÁRIA
por Raquel Nascimento Pereira
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Você já parou para pensar porque ultimamente se insiste tanto num discurso contra a ética, a moral e os costumes? Por que, em vez de se apresentar projetos concretos, não se fala em outra coisa senão no aborto, na homofobia, em eliminar os símbolos cristãos e, por conseguinte, os valores morais da sociedade brasileira?
Fiquei pensando sobre isso. Montando as peças desse quebra-cabeças gigante - sempre baseada em fatos e não em boatos - posso vislumbrar uma paisagem nada animadora, a qual vou tentar redesenhar aqui.
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Esses valores estão previstos na Constituição Brasileira. A idéia pivô, que me pareceu muito evidente, seria DESESTRUTURAR, DESEQUILIBRAR a atual legislação, criando confusão na sociedade para, então, entrar com um novo e contundente Plano de Governo.
Analise comigo:
A Lei da Homofobia(1) (Projeto de Lei 5003-b, já aprovado na Câmara dos Deputados). Você terá que se resignar se o seu filho de cinco anos presenciar dois homens beijando na boca, no meio da rua, à luz do dia. Nem os heterossexuais possuem direito irrestrito de demonstrar afeto em público. Por que o beijo gay deve ser admitido, sob pena de reclusão de 2 a 5 anos, se a sociedade repugna o excesso de intimidades entre heterossexuais no meio do público?
Referências:
O projeto é inconstitucional - como tantos outros similares contra a moral e os costumes - com manifesta violação dos direitos à igualdade, à livre manifestação do pensamento, à inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença, à não-discriminação por motivos de crença religiosa, convicção filosófica e política, e ao devido processo legal material ou substantivo (art. 5.º, caput, IV, VI, VIII, LIV, da Constituição). A lei em vigor derruba, portanto, metade da Constituição. De um lado, estará a Constituição; de outro, uma lei que a desmente por completo, porque os Princípios Fundamentais e cláusula pétrea do capítulo mais importante da Constituição Brasileira, que é o que trata das garantias individuais, terá ficado para trás.
Percebo então que essa questão da homofobia - assim como as demais - não tem nada a ver com a proteção aos homossexuais em si, mas uma estratégia revolucionária para a desorganização sistemática da sociedade. A partir do momento em que a sociedade aceitar passivamente uma lei que desmente a Constituição, passarão a existir dois princípios contraditórios que estarão em vigência ao mesmo tempo, ou seja, metade que vale, metade que não vale. Os juristas que se virem!
Vamos a outro exemplo:
Cogitar a possibilidade de que a mulher que se dedica ao meretrício deve ter sua atividade reconhecida como profissão, e como tal, ter o respectivo registro na Carteira Profissional (Projetos de Lei n° 98 e 4.244 respectivamente). De acordo com a proposta, fica garantido à prostituta o direito à carteira assinada, aposentadoria, assistência médico-hospitalar e outros benefícios. O reconhecimento da carga laboral passa até pela escolha da profissão, que constará na Carteira de Trabalho: Profissional da Sexualidade!
Além destas e outras peculiaridades, o Projeto nº 98 traz uma inovação deveras perigosa. Estamos tratando da REVOGAÇÃO dos artigos 228, 229 e 231 do Código Penal.
Os artigos 228 e 231 representam umas das poucas proteções às prostitutas, porque o primeiro pune quem incentiva ou induz alguém à prostituição. Já o segundo conta com uma punição alta no caso de facilitação da entrada ou saída do Brasil da mulher a exercer a prostituição.
No entanto, o escopo principal é a revogação do artigo 229: “Manter, por conta própria ou de terceiro, casa de prostituição ou lugar destinado a encontros para fim libidinoso, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente.”
Segundo o Código Penal ATUAL, considera-se delituosa a atividade dos “cafetões” e de pessoas que promovem a prostituição, ou se beneficiam dela, e daqueles que obrigam outras pessoas a participarem do comércio do sexo. No entanto, os profissionais do sexo, atualmente, não possuem respaldo jurídico. Como as casas de prostituição são proibidas no Brasil, todo o dinheiro arrecadado pelas mesmas é ilegal, e visto a monta advinda desta prática, o interesse destes estabelecimentos em se legalizarem é enorme.
O debate em torno dessa Lei 98 e 4.244 já teve momentos acalorados e contou com o apoio do Ministro Marcio Thomaz Bastos, que também defende a liberação da maconha e defendeu os acusados de atear fogo no índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, em 1997. Observe como os valores morais estão invertidos!
Mais exemplos inconstitucionais? Descriminalização do aborto, eliminar os símbolos religiosos das instituições públicas, liberdade de imprensa, coibir cultos religiosos, sem falar no PNDH 3 que, se aprovado, implicará em reformular a Constituição inteira, segundo o jurista Dr. Ives Gandra.(3)
A desordem que essa inversão de valores causará nos tribunais – e isso vai acontecer o tempo todo – faz parte da estratégia, e nada tem a ver com aborto, homossexualismo ou prostituição em si. De nossa parte, não se trata tanto de combater seja lá o que for, mas de impedir um golpe que visa destruir o edifício constitucional.
O edifício das leis num país é comparado a uma pirâmide: no topo se encontram os Princípios Fundamentais e assim vai descendo, entrelaçando seus tijolos entre si com leis coerentes até a sua base.
Na Constituição não pode haver incoerência. A justiça não funciona com leis incoerentes, e quando a justiça não funciona, entram no seu lugar os GRUPOS DE PRESSÃO. Isto me parece uma estratégia revolucionária, minar o edifício das leis e fazer com que o governo, em vez de ser regido pelas leis, passe a ser regido por grupos de pressão, que fazem as suas leis a cada semana, conforme lhes interessa. ISTO JÁ ESTÁ ACONTECENDO, E FAZ TEMPO! Vemos todos os dias nascerem novas leis para proteger grupos de interesse.
Destruir a ordem legal é o centro da estratégia revolucionária, modelo antigo que está no cerne da mentalidade daquele líder governista que se considera como o próprio Deus, que vive num estado de espírito tal que acredita que está habilitado a reformar, por meio da ação política, não só a sociedade inteira, mas a própria natureza humana, o que é um direito que ninguém possui.
Só a iniciativa espontânea da sociedade - que é uma iniciativa sempre variada e contraditória e que só se resolve pela somatória dos valores ao longo do tempo, e depois de muito tempo - pode reformar a si mesma. Jamais com a imposição de um plano que venha de cima, ditado por “iluminados”.
O QUE FAZER?
O espírito da mentalidade revolucionária é satânico até a base, é psicótico, sociopático e tem que ser ELIMINADO. O que se contrapõe a isso é a MENTALIDADE CONSERVADORA, que é a convicção de que NINGUÉM, NENHUM INDIVÍDUO OU GRUPO, TEM O DIREITO DE REFORMAR UMA SOCIEDADE INTEIRA À SUA IMAGEM E SEMELHANÇA. É preciso respeitar a variedade das iniciativas e a AÇÃO DO TEMPO (décadas, séculos).
A lei não pode ser INVENTADA, ela se aprimora gradativamente, de pouco a pouco. Quais são os países que têm mais ordem, democracia e justiça? São os que têm as leis mais antigas, como os Estados Unidos e a Inglaterra.
Quando a Constituição Americana foi consolidada, estavam ali mais de 200 anos de experiência. A Constituição foi se formando ao longo do tempo, desde Aristóteles e Platão, com muita prudência e sabedoria. Eles não inventaram uma sociedade da cabeça deles. Na Inglaterra o processo legislativo é mais complexo ainda, pois depende dos costumes; é aos poucos, muito lentamente que o processo vai se consolidando.
Concluindo, eu diria que estamos nos acostumando, lentamente, com a inversão de valores. Os valores morais estão se deteriorando, e a liberdade cede lugar à libertinagem. Aos poucos tudo isso nos parece normal, natural, e não percebemos que por detrás dessas novas leis existe a intenção de destruir a instituição da família e da Igreja, sem falar na decomposição dos grupos sociais.
Pensando sobre tudo isso, digitei no Google “estratégia revolucionária”, e encontrei o livro do Sociólogo Karl Mannheim, judeu nascido na Hungria, que faleceu em 1947. Em 1944 escreveu um livro chamado "Diagnosis Of Our Time", que foi lançado no Brasil em 1973, com o título “Diagnóstico de Nosso Tempo”(2), no qual ele explica, num capítulo inteiro intitulado “A Estratégia dos Grupos Nazistas”, a revolução desde cima através da desorganização sistemática da sociedade, anarquizando os seus valores. Vi que não penso sozinha, a ideia é antiga.
Se tudo isso for mesmo assim, e se deixarmos o barco à deriva, em pouco tempo estaremos submissos a um poder arbitrário que comandará o nosso país, terá as instituições sob sua regência e a nossa vida particular sob sua tutela.
“Há mais mistérios entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia.” (Sheakespeare).
Tomara que eu esteja errada!
Referências:
(2) Karl, Mannheim; Diagnóstico de Nosso Tempo, Editora Jorge Zahar, 1961
(3) – Parte 1: http://www.youtube.com/watch?v=sUlpIUuRQ6U&feature=related
– Parte 2: http://www.youtube.com/watch?v=NGydS0nn3tc&feature=related
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