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sábado, 13 de setembro de 2025

Sobre Santa Hildegarda de Bingen

Santa Hildegarda nasceu por volta do ano 1100 (século XII). Desde criança tinha visões místicas e locuções interiores sobre as coisas criadas e seus benefícios ao homem.

Conta-se que uma de suas primeiras visões foi ter visto um tumor dentro do corpo de uma vaca que pastava. Ela, além de comunicar aos pais o que viu, ainda receitou o remédio para aquele tumor, o que mais tarde se constatou ser verdade.

Devido a essas visões e locuções, aos 8 anos de idade seus pais a levaram para um mosteiro das irmãs beneditinas, e foi lá que ela aprendeu a ler e escrever através das Sete Artes Liberais (Gramática, Lógica, Retórica, Aritmética, Geometria, Música e Astronomia).

As visões continuaram e ela teve o conhecimento infuso da Revelação e das Verdades Divinas, da cura do corpo, espirito e alma através dos bens criados.

Ela comentava sobre essas visões e locuções com a Superiora do Mosteiro, que lhe pediu para anotar tudo.

Passou quase toda a sua vida escrevendo. Mais tarde, seus escritos foram analisados por teólogos e cientistas que constataram ali uma preciosidade peculiar, de Revelação: tudo estava de pleno acordo com os ensinamentos da Santa Igreja.

Porém, muitos de seus escritos foram perdidos ou extraviados no decorrer dos séculos. Outros, manipulados por seitas esotéricas, como a cura pelos bens criados, dentre eles, das pedras preciosas e dos elementos, que colocavam suas crenças pagãs nas costas de Santa Hildegarda.

Por isso, a Igreja demorou para divulgar seus livros, sendo que o primeiro a ser impresso foi no século XIX.

Dentre seus livros, os que tratam sobre doenças, alimentação e saúde são: Physica e Causae et curae (Causa e cura).

Só recentemente essas traduções vieram a público, e mais recentemente ainda, publicadas no Brasil.

Santa Hildegarda foi a inspiradora e mestra dos botânicos e biólogos.

Alguns de seus ensinamentos parecem realmente esotéricos, mas foram estudados pela ciência e aceitos como verdadeiros pela Santa Igreja, ainda que tardiamente.

Santa Hildegarda via o ser humano como uma unidade indivisível de corpo, alma e espírito, onde a saúde e a doença são reflexos da harmonia ou desequilíbrio entre esses três aspectos.

Ela associava os elementos "quente", "frio", "úmido" e "seco" aos humores corporais e acreditava que a doença surgia do desequilíbrio nesses humores.

O calor representa a alma e o frio representa o corpo.

As plantas, árvores e seus frutos, metais, pássaros, peixes, animais terrestres, todos podem ser quentes ou frios, de acordo com sua espécie.

As pedras preciosas podem ser fogo ou umidade, de acordo com sua espécie.

Além disso, Hildegarda via as plantas como portadoras de virtudes espirituais, capazes de atuar no corpo, alma e espírito, como o caso da samambaia, que "afasta o mal; o relâmpago, trovão ou granizo raramente caem numa casa onde haja samambaia".

Vejam como essas coisas favorecem as crendices populares. Ainda bem que a Igreja nos dá o respaldo!

A Santa nos dá muitos conselhos práticos e receitas para uma vida plena.

Foi de Santa Hildegarda a ideia do lúpulo na cerveja. Ela chamava a cerveja de "pão líquido", pelo seu alto teor nutricional. Acrescida do lúpulo, a cerveja ou outra bebida alcoólica demora mais a se corromper.

Seu livro Physica tem muitas receitas e indicações. Sobre o morango, por exemplo, ela diz que os frutos rasteiros são "venenosos" e devem ser comidos sempre cozidos.

Segundo Hildegarda, nem tudo da natureza nos faz bem. Assim como o homem se corrompeu, também a natureza está corrompida. Os frutos, plantas, animais e elementos da natureza nos fazem ou bem ou mal, é preciso discernir. Alguns, apenas cozidos, outros crus, outros como chás, ou emplastros e compressas, outros cozidos no sal ou vinagre ou vinho ou outro elemento, para serem queimados na sua toxidade.

Sobre a ansiedade, ela prescreve o "vinho apagado": ferva 60ml de vinho bom, seco. Quando começar a ferver, adicione 20ml de água pura fria, e o vinho será "apagado", sua força alcoólica é reduzida ao mínimo. Deve ser bebido ainda morno e em pequenos goles, 20ml 3 vezes ao dia. Fala também sobre as ervas, entre elas a Erva de São João, atualmente bastante utilizada no alivio da depressão.

https://youtu.be/nwq863K8gb0?si=XV_3oa6_8ybigh_o

Quanto a essa Erva de São João, eu mesma conheci uma senhora que havia tentado o suicídio por três vezes, por depressão. Ela me contou como tomou essa erva: um punhadinho para uma xícara de água quente, tome pela manhã e à noite. Foi o que a livrou da depressão definitivamente.

Na música, Hildegarda compôs mais de 70 hinos. Só ouvindo para sentir o benefício da "frequência" musical, tão mencionada nos dias atuais.

Clique na tradução automática do YouTube para acompanhar a letra:

https://youtu.be/pRCRQcgbWtA?si=Ya4Xt3D-v_mzLAEO

Ela dizia reiteradamente que todos os seus escritos lhe foram ditados pelo Espírito Santo, e que nada vinha do seu próprio pensamento.

Por fim, em 2012 Santa Hildegarda recebeu o título de Doutora da Igreja por Bento XVI, em virtude da verdade inspirada nos seus escritos. Como os antigos profetas, ela colocava no papel, a mando do Espírito, toda a sabedoria que via e ouvia.

Amparados pela tutela da Santa Madre Igreja, que elevou Santa Hildegarda de Bingen a Doutora, podemos, sem qualquer receio, estudar os seus ensinamentos e adotá-los em nossa vida cotidiana, para uma saúde plena.

Por fim, que Santa Hildegarda interceda por nós junto a Jesus, para que saibamos escolher na natureza o que melhor convém à nossa saúde, evitemos todo desperdício e tenhamos a virtude da temperança, para comermos tão somente o que nos é necessário, lembrando sempre que o nosso corpo é templo do Espírito Santo e o preço de nossa alma é o Sangue derramado por Nosso Senhor, na Cruz. Sejamos sãos (ou santos) de corpo, alma e espírito.

Santa Hildegarda - Resumo

Por Raquel Nascimento Pereira


NOSSOS MORTOS (Sertillanges)

 

A familia não é destruída, é transportada. Uma parte dela é invisível; mas se, de fato, ela estiver dividida, a culpa não é da morte.

Fiéis, não deixamos lugares vazios; o amor e a esperança os ocupam, e, através destes, nossos seres amados estão presentes.

ATRIBUTOS EQUIVOCADOS DA MORTE

Pensa-se que a morte é uma ausência, ao passo que é uma presença secreta.

Dizem que ela cria uma distância infinita, mas ela suprime toda distância, reunindo em espírito o que existia na carne.

É acusada de nos tornar estranhos uns aos outros, quando, na verdade, cria uma unidade ali onde subsistiam, pelo menos, possibilidades de desavenças.

Suspeita-se que traz o abandono para nós, quando nos garante uma perpétua e poderosa proteção.

Quantos laços refaz; quantas barreiras rompe; quantas paredes derruba; quanta fumaça dissipa, se a queremos bem.

A PERPÉTUA PRESENÇA

Viver é com frequência abandonar-se a si mesmo; morrer, unir-se a si mesmo.

Não é um paradoxo afirmá-lo: para todos que penetraram profundamente no amor, a morte é uma consagração, e não uma queda.

O amor torna-se então mais íntimo, mais despojado e mais grave.

O coração aprofunda-se a buscar no mistério aqueles que se foram.

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Via Prof. Sidney Silveira

O visível e o invisível

O mundo não é apenas o que vemos, mas também o que não vemos. O visível e invisível caminham juntos. 

Se um homem nasce, cresce, trabalha, se casa, tem filhos, envelhece e morre na santa paz, tendo cumprido a sua missão aqui na terra em harmonia com o visível e invisível que o cerca, ao deixar este mundo, entrará no mundo invisível para uma vida igualmente harmoniosa.

Se uma criança nasce e logo morre, também cumpriu a sua breve missão visível e inicia a sua missão no Reino invisível. Não acabou, foi só o começo. Por algum motivo essa criança foi criada, chamada a esta missão.

Se um homem, na sua juventude, adoece e fica por anos acamado ou refém daquela doença, também ele é chamado a contribuir - do reino visível ao invisível - pelos errantes deste mundo. É o sentido do sofrimento. 

Imagino algo como uma grande balança do bem e do mal, onde os sofredores pesam para o lado do bem, porque o sofrimento redime, purifica. Se os que sofrem são maus, talvez sofram por sua própria maldade; se são bons, contribuem com o peso de seu sofrimento para a elevação do bem. Mais ainda, se entendem que a doença é um mal e se aceitam com amor que esse mal os corroa por dentro, o peso desse mal é neutralizado pelo contrapeso do bem, e como o bem pesa mais que o mal (porque para fazer o bem é preciso esforço), o saldo da balança fica positivo!

Já pensou se houvesse mais pessoas agindo intencionalmente pelo bem? Poderíamos derrotar o mal no mundo, ou, ao menos, diminuir a sua força!

Por fim, quanto será que pesa a Verdade? 

Se um homem que proclama a verdade aos sete ventos for morto repentinamente, a verdade que proclamava, viva e eterna no Reino invisível, torna-se eco no mundo visível, por anos a fio, muito mais do que se estivesse vivo, e se transforma em memória! Não é verdade isso? 

E também ele, este homem morto, passando a viver no mundo invisível, continua a sua missão. Não acabou, apenas mudou de estado. Neste caso, duplo bem. Um aqui, outro acolá. Qual seria o seu peso na balança?

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