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O que
aconteceria se:
Quando
faltou vinho na festa das bodas de Caná, Maria orientou os serventes:
- Fazei tudo
o que ele vos disser.
E Jesus
disse:
- Enchei de
água essas talhas.
- De água?
Mas por que “de água”? Não! Vamos colocar suco de uva.
* * *
Na entrada
de Jesus em Jerusalém, Jesus disse a seus discípulos:
- Vão àquela
aldeia ali à frente, logo que vocês entrarem encontrarão um jumentinho
amarrado. Desprendam-no e tragam ele para mim.
- Mas o que?
Você quer que a gente vá lá e “roube” um jumentinho?
- Se alguém
perguntar, digam que o Senhor precisa dele, e que devolverá depois.
- Mas
precisa para quê? Estamos andando à pé todo esse tempo, por que só agora você
quer andar sobre um jumento? Não, vamos à pé mesmo. Eu é que não vou lá tomar o
jumento do seu dono.
* * *
Naamã era um
leproso, servo do Rei da Síria. O Rei o mandou, com uma carta de recomendação,
ao Rei de Israel, para que fosse curado de sua lepra. Na carta, dizia: “Quando
esta carta chegar a tuas mãos, saberás que eu te enviei Naamã, meu servo, para
que o cures da lepra”.
Naamã foi.
Quando entregou a carta ao Rei, este ficou indignado e disse:
- Acaso sou
Deus para curar-te da lepra? -, e rasgou as suas vestes.
Eliseu, que
era um homem de Deus, ouviu dizer que o Rei rasgara suas vestes, e mandou dizer
ao Rei:
- Por que
rasgaste tuas vestes? Manda Naamã a mim, e saberás que há um profeta em Israel.
Naamã foi
até à casa de Eliseu, que não o recebeu, mas mandou-lhe um mensageiro, que lhe passou
as orientações:
- Vai e
lava-te sete vezes no Jordão, e ficarás curado.
Naamã ficou
furioso. Pensou que Eliseu ao menos o recebesse pessoalmente, lhe impusesse as
mãos e o curasse. E disse, furioso:
-Os rios de
Damasco (de onde vim) não são melhores que todas as águas de Israel? Eu não
poderia lavar-me neles e ficar curado? - E voltou-se, irritado.
Os seus
servos intervieram:
- Meu pai,
se o profeta te pedisse alguma coisa difícil, porventura não a farias? Mas o
profeta só disse: “Vai ali e lava-te, e ficarás purificado”.
Pensando
nisso, Naamã resolveu fazer aquilo que nada lhe custaria, e mergulhou sete
vezes no rio Jordão. A sua carne tornou-se como a carne de um menino, e ficou
curado.
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Quem não
aprendeu desde pequeno a obediência e a submissão aos pais, não saberá obedecer
e submeter-se:
- às leis
- aos
professores
- ao patrão
ou chefe
- às
autoridades em geral (autoridades civis e militares)
- aos
sacerdotes
- à Igreja
- e por fim,
se rebela contra Deus.
A
DESOBEDIÊNCIA é o pecado de Adão:
“Pela
desobediência de um só homem, todos se tornaram pecadores” (Rm 5, 19).
OBEDIÊNCIA
NA IMITAÇÃO DE CRISTO
Grande coisa
é viver na obediência, sob a direção de um superior, e não dispor da própria
vontade. Muito mais seguro é obedecer que mandar. Muitos obedecem mais por
necessidade que por amor: por isso sofrem e facilmente murmuram. Esses não
alcançarão a liberdade de espírito, enquanto não se sujeitarem de todo o
coração, por amor de Deus. Anda por onde quiseres: não acharás descanso senão
na humilde sujeição e obediência ao superior. A imaginação dos lugares e
mudanças a muitos tem iludido.
Verdade é
que cada um gosta de seguir seu próprio parecer e mais se inclina àqueles que
participam de sua opinião. Entretanto, se Deus está conosco, cumpre-nos, às
vezes, renunciar ao nosso parecer por amor da paz. Quem é tão sábio que possa
saber tudo completamente? Não confies, pois, demasiadamente em teu próprio
juízo; mas atende também, de boa mente, ao dos demais. Se o teu parecer for bom
e o deixares, por amor de Deus, para seguires o de outrem, muito lucrarás com
isso.
Com efeito,
muitas vezes ouvi falar que é mais seguro ouvir e tomar conselho que dá-lo. É
bem possível que seja acertado o parecer de cada um: mas não querer ceder aos
outros, quando a razão ou as circunstâncias o pedem, é sinal de soberba e
obstinação.
* * *
OBEDIÊNCIA NA
MORAL CATÓLICA – por Frederico Tillmann
A lei
natural é a promulgação da lei eterna. É a soma das prescrições morais que o
homem pode, com as luzes da razão, deduzir pela consideração de si mesmo e da
natureza ambiente.
Por exemplo:
Todos reconhecem que o Estado e a Igreja não podem subsistir sem autoridade, da
parte dos chefes, e sem obediência, da parte dos subordinados. Autoridade e
obediência são noções correlatas que decorrem, logicamente, da finalidade do
Estado e da Igreja. A autoridade dos superiores civis e eclesiásticos, bem como
a obediência que lhes prestamos, são, por conseguinte, legítimos corolários da
lei natural. (p. 18)
[...] Daí
segue que a OBEDIÊNCIA a Deus não constrange a nossa liberdade. Pela imposição
de sua vontade, Deus auxilia o homem a vencer-se a si mesmo. Obedecendo aos
impulsos da natureza, o homem seria um escravo de seus instintos e paixões. (p.
61)
[...]
Instituída que foi para zelar o tesouro da fé, a Igreja não só tem o direito,
mas até a obrigação de promulgar leis em defesa da fé, ainda que tais leis
sejam praticamente frustradas pela desobediência de maus católicos. Da parte
dos fiéis existe a estrita obrigação de aceitarem as normas da Igreja, e de
observarem-nas sem acepção de pessoas. (p. 43)
[...] A
OBEDIÊNCIA à Igreja deve ser a atitude de um filho grato e amoroso. Servilismo
é a negação do amor à Igreja. O bom católico sabe perfeitamente que os
preceitos da Igreja não visam outra coisa, senão o maior bem espiritual de seus
filhos. Ainda que não compreenda às vezes as intenções da Igreja, o bom
católico não deixa jamais de observar as suas leis, e de manter a união e a
concórdia entre os fiéis. (p. 115)
* * *
OBEDIÊNCIA no
Catecismo da Igreja Católica
1269 – Feito
membro da Igreja, o batizado não pertence mais a si mesmo, mas àquele que
morreu e ressuscitou por nós. Logo, é chamado a submeter-se aos outros, a
servi-los na comunhão da Igreja, a ser “obediente e dócil” aos chefes da Igreja
e a considerá-los com respeito e afeição.
O PECADO DA
DESOBEDIÊNCIA no Catecismo da Igreja Católica
1733 –
Quanto mais o homem fizer o bem, mais livre se torna. Não há verdadeira
liberdade senão no serviço do bem e da justiça. A opção pela desobediência é um
abuso da liberdade e conduz à escravidão do pecado.
OBEDIÊNCIA
em Santa Teresa de Jesus (Teresa D’Avila)
“Ó virtude
da obediência, que tudo podes! Sempre que o Senhor mandava alguma coisa durante
a oração, se o confessor me mandava outra, o Senhor voltava a falar-me,
dizendo-me que obedecesse ao confessor.”
- Sim,
porque “Tudo - absolutamente TUDO –
concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8, 26).
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