Lutero morreu no dia 18 de fevereiro de 1546, às 2h45 de uma quinta-feira, numa manhã muito fria em Eisleben, cidade onde nasceu a 10 de novembro de 1483. Tinha, portanto, 63 anos de idade. Na véspera de sua morte, tomou em sua mão um giz e escreveu na parede aquele conhecido verso: “Pestis eram vivus; moriens ero mors tua, papa.” – “Em vida fui tua peste; morto, serei tua morte, ó papa.”
O cadáver ficou durante todo o dia 18 na casa do Dr.
Drachstedt. No dia 19, sexta-feira, pouco depois do meio-dia, foi levado em
procissão, ao toque dos sinos de todas as igrejas, para a paróquia principal de
Santo André, para as últimas homenagens. Lá foi velado durante a noite por dez
homens. Na tarde desse dia (19 de fevereiro), veio a ordem de que o cadáver de
Lutero fosse transladado a Wittenberg. Na manhã do dia 20, antes da comitiva
fúnebre pôr-se em movimento, M. Coelius
fez alocução, exaltando o Reformador, novo profeta da Igreja, narrando com
detalhes todas as circunstâncias de sua morte.
Entre meio-dia e uma hora, enquanto os sinos das igrejas
soavam fúnebres, uma carruagem aproximou-se da igreja de Santo André, na qual,
entre cantos litúrgicos, colocaram o ataúde, e puseram-se em movimento. Algumas
pessoas acompanharam o cortejo até certa altura. Dois jovens condes e outros
quarenta ginetes fizeram a escolta do defunto.
O cortejo parava em quase todas as aldeias. O povo queria
ver Lutero pela última vez. Chegando a Halle na mesma tarde do dia 20, depois
das cinco horas, encontraram crianças de escolas com seus professores, o que
obrigou o carro fúnebre a deter-se mais uma vez. O corpo foi levado até a igreja de Nossa
Senhora, onde foi velado durante a noite. Na manhã seguinte, que era domingo,
pelas seis horas, sob o sonoro badalar dos sinos de todas as igrejas, a
comitiva retomou a viagem.
O cortejo seguiu de Halle até Bitterfeld, e dali até
Kemberg, onde passaram a noite. Por fim,
no dia 22 de fevereiro de 1546, segunda-feira de manhã, teve lugar a majestosa
entrada em Wittenberg, pelas 9 da manhã. O povo acorreu em massa. Prepararam
solene recepção, mas, nessas alturas, era tão forte a putrefação do cadáver,
apesar do rigor do inverno, que não permitiram que o caixão baixasse da
carruagem. Foi então transportado diretamente até a capela do castelo de
Wittenberg, onde se preparou a sepultura junto à do príncipe Frederico.
Precisamente naquele dia 22 de fevereiro – como notou Grisar
– celebrava-se em todo o mundo católico a festividade da Cátedra [1] de São Pedro
e, nas Basílicas de Roma, assim como nas demais igrejas da cristandade, se
cantava a grande promessa de Cristo: “Tu és Pedro e sobre esta Pedra edificarei
a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. (Mt 16, 18).
Do livro Martín Lutero, García-Villoslada, BAC, Madrid 1976
Tradução: Mons. Estanislau Polakowski
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[1] Cátedra: Os antigos romanos tinham o costume de, no dia 22
de fevereiro, honrar a memória dos mortos comendo ao redor de sua cátedra –
cadeira reservada ao morto para significar que estava presente no banquete. A
partir do século IV, os cristãos começaram a honrar uma cátedra muito mais
espiritual: a de Pedro, Chefe da Igreja de Roma.
Em vida fui tua peste; morto, serei tua morte, ó papa.
ResponderExcluir"Sua dissidência, óh Lutero! poderia ter sido o braço forte e vitorioso de Cristo frente às trevas!!! Partistes sedento da confissão e saudoso da eucaristia! Que a misericórdia de Deus o tenha acolhido!"
ResponderExcluirSIM, E DIGO MAIS, ANABELA, SAUDOSO DA VIRGEM MARIA TAMBÉM. REZEMOS POR SUA ALMA.
ResponderExcluirPobre Lutero, falam muita besteira sobre Ele, nem depois de morto o deixam em paz.
ResponderExcluirLutero semeador de joio agora só te resta a misericrdia de nosso senhor!
ResponderExcluirSeguidores de Lutero sera que vocês ainda não perceberão que as portas do inferno nunca prevalecerão contra a igreja de cristo! Volte para casa filhos pródicos nosso Senhor vos espera de braços abertos!
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