Por: Gustavo Caro
Segue a livre tradução de um texto bastante forte sobre as
tremendas experiências que uma pessoa teve com alguns sacerdotes. Ouso dizer
que esses formam parte da maioria. Cuidado com eles…
“Quanto era muito criança, sem ter consciência, sem liberdade,
sem poder defender-me, um deles me fez filho de Deus, herdeiro da Vida Eterna,
Templo do Espírito Santo e membro da Igreja, nunca poderei perdoar-lhe por
ter-me feito tanto bem.
Outro insistiu em meus tenros anos em inculcar-me, violentando a
minha vontade, o respeito pelo nome de Deus, a necessidade absoluta da oração
diária, a obediência e a reverência aos meus pais, o amor pela minha pátria, e
me ensinou a utopia de não mentir, não roubar, não falar mal dos outros,
perdoar e todas essas coisas que nos fazem tão hipócritas e ridículos…
Outro apareceu mencionando que o Espírito Santo devia vir
completar a obra começada no Batismo, que me fariam falta seus dons e seus
frutos, que já era hora de que viesse em minha ajuda Aquele que me faria
defender a Fé, como um soldado. Que ousadia falar em termos tão bélicos! Fez
nessa época que eu cuidasse minha alma frente ao mundo, que fosse nobre, leal e
honesto…
Outro abusou dando-me livros para ler, não lhe bastassem seus
conselhos, que faziam colocar o olhar na eternidade e viver como estranho aqui
na terra. Quem tirará agora da minha cabeça os quatro Evangelhos? As glórias de
Maria? A imitação de Cristo? As Confissões? As Moradas? Etc. Quem será capaz de
curar-me de todos esses tesouros que me marcaram para sempre?
Outro abusou da minha ignorância ensinando-me coisas que não
sabia. Outro não falava, mas sua vida virtuosa me inclinava cada vez mais a
imitá-lo. Houve alguns que se aproveitaram de mim em momentos inesperados e me
corrigiram, me alentaram, e até rezaram por mim.
Outros, quando eu já estava em um círculo do qual não podia
sair, insistiram com minha natureza caída e me incitaram a receber a Jesus
Cristo em Corpo e Sangue, para resistir aos embates do inimigo, para fortalecer
minha fraqueza e santificar-me cada dia mais. Embora, para aquele que leia esta
denúncia, pareça que isso já é demasiado e que não seja possível, digo-lhe que
os abusos seguiram aumentando, e tudo passou a coisas maiores. Cada vez que
conhecia um sacerdote, se aproveitava de mim com renovados métodos, relíquias,
santinhos, água benta, terços, bênçãos e orações de todo tipo, armavam um cerco
com tremendos benefícios que chegaram ao limite do suportável.
Quero deixar clara esta injustiça cheia de perversidade, e que
atendam a minha reclamação nesta denúncia, por que sei que alguns deles estarão
esperando-me para seguir com essa iniqüidade, sentado num confessionário ou ao
lado de minha cama quando estiver moribundo, e, ainda que desapareça, seguirão
com sufrágios pela minha alma e súplicas de misericórdia.
Quero que se somem a minha voz todos aqueles que foram vítimas
desses incidentes, e se sentiram ultrajados por estas pessoas, pois sei que a
outros os uniram em matrimônio, a outros lhes descobriram a vocação, a outros
até chegaram a ajudar-lhes materialmente ou guardaram com chave em seu coração,
para sempre, segredos tremendos de suas misérias humanas.
Cuidemos seriamente para não termos trato com eles. Não demos a
eles nossos dados. Não os olhemos nos olhos, não os consultemos absolutamente
para nada. Não sigamos nenhum de seus passos, pois corremos o risco de um dia
cair em suas armadilhas e salvar-nos eternamente”.
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