Padre João Batista Chemin
Reitor do Seminário Filosófico Bom Pastor
Arquidiocese de Curitiba
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Segundo os estudos científicos, um dos sinais de
maturidade psicológica presente nas pessoas é a tolerância diante das
provações, das dificuldades, dos sofrimentos, dos conflitos.
A partir dessa constatação, percebe-se este sinal de
maturidade psicológica, a saber, esta virtude da tolerância diante dos
conflitos, das provações, das dificuldades, dos sofrimentos na pessoa de Maria
Santíssima, Mãe de Deus, Mãe de todos nós. À medida que iam aparecendo os conflitos,
ela os aceitava, confiante.
Nas Sagradas Escrituras estão registradas algumas
passagens em que Maria demonstra a sabedoria na administração dos conflitos:
• A gravidez de Maria Santíssima: A dúvida que toma
conta de Maria: como convencer José, os seus parentes, as suas amigas de que
está grávida por obra do Espírito Santo?
• A rejeição de José (cf. Mt 1,19): José era um homem bom e justo. Maria ficou
três meses com Isabel, tempo suficiente para que José se convencesse da
inocência dela.
• A longa viagem de Maria, grávida, para Jerusalém:
São mais de cem quilômetros de distância entre Nazaré e Belém. Maria não
reclama, não se queixa.
• Maria em Belém é rejeitada pelos seus parentes:
Maria e José chegaram a Belém para o recenseamento. O dia do nascimento de
Jesus vai chegando e ninguém se importa com eles.
• Profecia de Simeão: Quanta angústia de Maria ao
ouvir as palavras de Simeão que “uma espada transpassará sua alma”.
• Fuga ao Egito: Quanta aflição ao saber que o rei
Herodes, por inveja, queria matar o menino Jesus.
• Maria e os apóstolos: Todos os apóstolos, menos
João, depois da prisão de Jesus, fugiram. Maria não critica ninguém.
• Maria e a paixão e morte de seu filho Jesus: Quando
uma pessoa perde os seus avós e os seus pais, chamamos de crise evolutiva. Agora,
quando uma pessoa perde o seu filho ou a sua filha, trata-se de uma crise
traumática. Maria vivenciou a crise traumática. Maria não se irrita. Maria não
reclama da vida. Ela aceita e confia no Pai.
Diante desse contexto, pergunta-se: Qual é o segredo
de Maria para ser tolerante diante de tantos sofrimentos? O segredo está na sua
vida dedicada à oração. Após a ressurreição de seu filho Jesus, Maria e os
apóstolos estão reunidos no cenáculo (cf. Atos dos Apóstolos 1,14).
Portanto, pelas atitudes que Maria tomou face ao seu
cotidiano, pelas reações equilibradas face às suas provações, aos seus
sofrimentos, todos os cristãos são chamados, através da sua espiritualidade contemplativa,
a bem administrarem os sofrimentos que porventura surgirem em suas vidas.
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