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quarta-feira, 2 de maio de 2012

A MINHA GERAÇÃO: Nada para se orgulhar e tudo para se envergonhar

Copiado do Blog de Anatoli Oliynik
http://anatolliumblogpolitico-conservador.blogspot.com.br/

A MINHA GERAÇÃO: 
Nada para se orgulhar e tudo para se envergonhar
Por Anatoli Oliynik, 01/05/2012

A minha maior frustração na vida, e talvez a única, é ter pertencido a uma geração perdida que não tem nada do que se orgulhar e tudo para se envergonhar. Você, que me lê, talvez também faça parte desta geração. Se não faz, com certeza já foi ou será afetado por ela.
A grande missão de uma geração, segundo os meus conceitos cristãos, é entregar aos seus sucessores – filhos e netos – um conjunto de valores ainda melhor do que aquele que herdou dos seus pais, a geração que os antecedeu.
A minha geração fracassou fragorosamente. Fracassou em tudo. Uma geração que não conseguiu preservar os valores éticos, morais, religiosos e cristãos, recebidos de seus pais e avos e tão caros a eles, e não os transmitiu aos seus filhos e netos, ao contrário, produziu uma sociedade cuja base se assenta na inveja, no cinismo, na delinqüência, no paganismo, no materialismo, no narcisismo, no hedonismo, no niilismo e no ateísmo, além de revolucionária e psicótica.
Homossexualismo, legalização do assassinato de inocentes e indefesos, mulheres siliconadas, corpos artificiais, corpos deformados por furos em locais imagináveis e inimagináveis, que se mais parecem com os velhos armazéns de ferragens do que com um corpo humano, tatuagens horrendas, são alguns dos produtos da minha geração. A geração “PAZ E AMOR, BICHO!”
            De fato, impossível distinguir se ainda somos homens pertencentes à espécie humana ou já somos bichos pertencentes à subespécie animal dos irracionais. Peço escusas aos animais irracionais pela ousadia e ofensa da comparação. Eles, os animais irracionais, certamente, já são superiores. Nada lhes alterou a natureza ou as características da criação. Duas coisas nos distinguem deles: nós falamos e matamos os nossos semelhantes por paixão e prazer. Eles não falam, e aqueles que matam, fazem-no para preservação da espécie seguindo o ciclo natural pelo qual foram criados. Isso lhes dá superioridade, se comparados a minha geração. Razão das desculpas que dirijo a eles. São puros, autênticos, verdadeiros, seguem a natureza e respeitam-na.
            Se evolucionista fosse, diria que a minha geração está evoluindo celeremente para se transformar em AMEBA.
            Finalizando, mas não esgotando o assunto digo que acordei bem humorado e de bem com a vida, BICHO!!!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

REUNIÃO DE DEMÔNIOS


Dizem que Satanás convocou uma Convenção Mundial de Demônios. Em seu discurso de abertura, ele disse:
- Não podemos impedir os cristãos de irem à igreja. Não podemos impedi-los de ler as suas Bíblias e conhecerem a Verdade. Nem mesmo podemos impedi-los de formar um relacionamento íntimo com o seu Salvador. E, uma vez que eles ganham essa conexão com Jesus, o nosso poder sobre eles está quebrado. Então vamos deixá-los ir para suas igrejas, vamos deixá-los com os almoços e jantares que nelas eles organizam. Mas... vamos roubar-lhes o TEMPO que têm, de maneira que não sobre tempo algum para desenvolver um relacionamento com Jesus Cristo. O que eu quero que vocês façam é o seguinte: distraiam-nos, a ponto de que não consigam aproximar-se do seu Senhor.
- Como vamos fazer isso? - gritaram os seus demônios.
Ele respondeu-lhes:
- Mantenham-nos ocupados nas coisas não essenciais da vida, e inventem inumeráveis assuntos e situações que ocupem as suas mentes.
- Tentem-nos a gastarem, gastarem, e tomar emprestado, tomar emprestado.
-  Persuadam as suas esposas a irem trabalhar durante longas horas, e os maridos a trabalharem de 6 a 7 dias por semana, durante 10 a 12 horas por dia, a fim de que eles tenham capacidade financeira para manter os seus estilos de vida fúteis e vazios.
- Criem situações que os impeçam de passar algum tempo com seus filhos.
- À medida que suas famílias forem se fragmentando, muito em breve seus lares já não mais oferecerão um lugar de paz para se refugiarem das pressões do trabalho.
- Estimulem suas mentes com tanta intensidade que eles não possam mais escutar aquela voz suave e tranquila que orienta seus espíritos.
- Encham as mesinhas de centro de todos os lugares com revistas de fofocas.
- Bombardeiem as suas mentes com notícias, 24 horas por dia.
- Invadam os momentos em que estão dirigindo, fazendo-os prestar atenção a cartazes chamativos.
- Inundem as suas caixas de correio com mensagens totalmente inúteis, catálogos de lojas que oferecem vendas pelo correio, loterias, bolos de apostas, ofertas de produtos gratuitos, serviços e falsas esperanças.
- Mantenham lindas e delgadas as modelos nas revistas e na TV, para que seus maridos acreditem que a beleza externa é o que é importante e eles se tornarão mal satisfeitos com suas próprias esposas.
- Mantenham as esposas demasiadamente cansadas para amarem seus maridos à noite, e dê-lhes estresse, desconforto e dor de cabeça também. Se elas não derem a seus maridos o amor que eles necessitam, eles então começarão a procurá-lo em outro lugar, e isto, sem dúvida, fragmentará as suas famílias rapidamente.
- Dê-lhes Papai Noel, para que esqueçam a necessidade de ensinarem aos seus filhos o significado do Natal.
- Dê-lhes o Coelho da Páscoa, para que eles não falem sobre a Ressurreição de Jesus Cristo e do Seu poder sobre o pecado e a morte.
- Até mesmo quando estiverem se divertindo, se distraindo, que tudo seja feito com excessos, para que, ao voltarem dali, estejam exaustos.
- Mantenha-os de tal modo ocupados que nem pensem em caminhar na natureza, e assim não reflitam na criação de Deus. Ao invés disso, mande-os somente aos parques de diversão, acontecimentos esportivos, peças de teatro, concertos e ao cinema. Mantenha-os ocupados, ocupados.
- E, quando se reunirem para um encontro, ou mesmo uma reunião espiritual, envolva-os em mexericos e conversas sem importância, para que, ao saírem, o façam com as consciências pesadas.
- Encham as vidas de todos eles com tantas causas nobres e importantes a serem defendidas, que eles se achem importantes, poderosos, mais capazes que o seu Deus.
- Muito em breve eles estarão buscando em suas próprias forças as soluções para seus problemas e causas que defendem, sacrificando sua saúde e suas famílias pelo bem da causa.
- Isto vai funcionar! Vai funcionar!

Os demônios ansiosamente partiram para cumprir as determinações do Chefe, fazendo com que os cristãos, em todo o mundo, ficassem mais ocupados e mais apressados, indo daqui para ali e vice-versa, tendo pouco tempo para Deus e para suas famílias, finalmente esquecendo-se do seu Deus.

Creio que a pergunta é: Teve o diabo sucesso nas suas maquinações?

domingo, 15 de abril de 2012

POIS QUE VENHA O DILÚVIO!

por Raquel Nascimento Pereira

Estou começando a pensar que num futuro bem próximo tudo isso vai acontecer mesmo. Não haverá mais ninguém que impeça a liberação do aborto, a utilização de fetos ou a construção de humanos híbridos para “experiências científicas”, a liberação das drogas, a inversão dos valores morais, o cisma na Igreja (retrógrada), a concupiscência dentro dos lares, a destruição da família (instituição falida), a descriminalização de todos os demais crimes... e tudo será permitido, “como o diabo gosta”. 

Enfim, a humanidade toda, enfraquecida, mergulhada na miséria moral, agonizando, sucumbirá. Desta vez não será a queda da Babilônia, nem a queda do Império Romano, mas a queda da humanidade inteira. Sim, tudo irá mesmo ruir - com a conivência de muitos de nós - e será devastador.  A guerra e a fome virão em seguida, para completar o cenário. E então os poderosos deste mundo brindarão a sua vitória: atingiram o seu objetivo.

Mas a alegria deles vai durar pouco. Pois o que será que farão esses donos-do-mundo quando se derem conta de que governam um bando de mortos-vivos estirados em terra árida? Será que pensaram mesmo que isso daria certo? Tão astutos e tão burros! Deixaram de lado a sabedoria, esqueceram-se de que cada um colhe o que planta, invariavelmente. Tanto tempo perdido, tanto dinheiro investido para dar em nada! Derrotados, lamentarão a sua incompetência e, culpando-se mutuamente, submergirão no lamaçal da sua própria arrogância. "Quem vive de churrasco cria boi gordo!", já dizia eu. Simples assim.

Finalmente, quando a humanidade tiver sido dizimada pelo poder do mal e quando o mal vier à falência por não ter mais a quem subjugar, ficaremos quites: zero a zero. No entanto, há uma carta na manga: nesse momento - e só então - sorrateiramente surgirá do nada um pequeno resto (porque sempre há um pequeno resto) renascendo das cinzas, empunhando um raio de luz. Saindo silenciosamente da sua Arca de Noé, de par em par, esta nova raça de homens, mulheres e crianças começará tudo de novo. Um a zero.

E assim nascerá uma nova humanidade. Um novo Adão e uma nova Eva para contarem uma nova História. Quem de nós fará parte desse grupo?
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quarta-feira, 11 de abril de 2012

MÁ FORMAÇÃO CONGÊNITA É MOTIVO PARA ABORTAR?

Hoje o Brasil discute sobre o aborto.  Pois aqui vai a minha história.

Engravidei com 30 anos da minha filha caçula. Eu já tinha três filhos, com 12, 9 e 8 anos. O filho mais novo pegou rubéola na escola, contaminando seus irmãos e a mim, na minha terceira semana de gravidez. Mal eu soube que estava grávida e já estava contaminada pela rubéola.

RUBÉOLA CONGÊNITA
A transmissão da rubéola ao feto se dá principalmente por ocasião da infecção materna. A passagem transplacentária do vírus ocorre durante a viremia materna e estudos epidemiológicos mostram que esta transmissão é altamente provável quando a infecção se dá no primeiro trimestre da gestação, sendo de suma gravidade a ação teratogênica (terato = monstro; gênica = gens) neste período. A incidência de malformações varia de acordo com o momento da infecção materna: 40-60% de risco nos dois primeiros meses de gestação (aborto espontâneo ou defeitos congênitos múltiplos), 30-35% no 3º mês (surdez ou doença coronariana congênita), caindo para 10% no 4º mês. A partir do 5º mês de gravidez, o risco de lesão fetal é praticamente nulo.
O recém-nascido infectado vai se transformar em reservatório do vírus, propagando a doença aos seus contatos, já que sua eliminação pode se dar até 18 ou 24 meses de idade. 
O quadro clínico da rubéola congênita é visto como uma doença crônica e progressiva, frequentemente silenciosa na sua evolução, sendo que os casos assintomáticos são em número muito maior do que os sintomáticos, mas nem por isso causam menos prejuízo à criança. Além disso, deve-se lembrar que crianças que foram infectadas intra-útero e se mostram aparentemente normais ao nascimento podem apresentar as manifestações tardias da rubéola congênita, que estão associadas com a persistência e reativação do vírus e também com mecanismos auto-imunes (diabetes mellitus) em alguns casos. 
Os casos clínicos sintomáticos podem apresentar uma variedade muito grande de sinais que já estão presentes ao nascimento ou que vão se evidenciar dentro do primeiro ano de vida.

Fui ao obstetra, que me advertiu da grande possibilidade de má formação do feto e me indicou o aborto, marcando uma data para o procedimento.  Apesar de eu não ter nenhuma religião naquela época, havia o senso moral: o aborto era algo que eu não aceitaria.  Fui para casa pensativa e um tanto amedrontada. Não falei para ninguém, nem mesmo para meu marido.
Naquela época, minha sogra morava em Rondônia. Ela é evangélica e mandou um recado por telefone para mim, através do trabalho do meu marido, dizendo: “Eu estive na igreja ontem e tenho um recado para a Raquel. Diga a ela que a doença não passou para a criança.” Meu marido chegou em casa à noite e me passou o recado, sem saber direito do que se tratava e que a data para o aborto já estava agendada.
No dia do “procedimento cirúrgico”, durante a consulta preliminar perguntei ao médico se havia possibilidade de a rubéola não ter contaminado o feto. Ele riu, disse que compreendia a minha aflição, mas que infelizmente o vírus da rubéola atravessa a placenta. Então, pedi-lhe um exame no cordão umbilical do feto. Para não me desagradar, o médico concordou e naquele dia realizou esse exame.

Aspectos Imunológicos: na gestante, a IgG cruza a placenta e esta transferência passiva só ocorre de maneira substancial após a 16ª até a 20ª semana, sendo que antes dessa época somente 5-10% dos níveis de anticorpos maternos são detectados no sangue fetal. Por outro lado, a resposta fetal humoral só se torna efetiva também por volta da segunda metade da gestação, quando se consegue encontrar anticorpos fetais em quantidades tituláveis. Desta maneira, existe um hiato de alguns meses entre a época de infecção do concepto (quando ela ocorre nas primeiras semanas da gestação) e a resposta imune efetiva, deixando campo aberto para que a invasão viral do feto se faça de maneira devastadora, atingindo praticamente todos os órgãos. 
Normalmente, durante a 19ª à 25ª semana, o anticorpo IgM específico fetal pode ser detectado e, a partir daí, ele aumenta gradativamente até constituir parcela importante do pool de anticorpos do cordão umbilical. Às vezes, se a infecção é muito severa, encontra-se também a IgA fetal. A IgG fetal também é produzida em pequenas quantidades, mas se confunde com a IgG materna. 
Resumindo, por ocasião do nascimento o sangue de cordão de um recém-nascido infectado contém:
IgG materna em grandes quantidades;
IgA e IgM fetal e;
IgG fetal ( em pequenas quantidades ).
A IgM fetal continua a ser produzida de 3 a 5 meses após o nascimento, se tornando a imunoglobulina dominante neste período devido à baixa de IgG materna pelo catabolismo natural. Mais tarde, quando diminui a replicação viral, usualmente após o 6º mês, cai o nível de IgM e começa a aumentar IgG, desta vez de origem da criança, já que por essa ocasião a IgG materna praticamente inexiste.
Níveis altos de IgG são mantidos durante vários anos, variando consideravelmente entre pacientes, demonstrando de maneira indireta que a replicação viral continua por tempo variável.

No dia seguinte fui buscar o resultado e encontrei o médico surpreso: por algum motivo, a minha rubéola não havia contaminado o bebê.

Bárbara nasceu com oito meses de gestação, 3,5kg e 52cm, em perfeita saúde e mais: imune à rubéola. Hoje tem 21 anos. Em 2011 formou-se em Administração, trabalha e é independente. Ela mesma diz: "Sinto que tenho algo muito importante para fazer nesta vida!" Sim, por certo Bárbara não veio à toa para este mundo.



domingo, 1 de abril de 2012

A HISTÓRIA OFICIAL DE 1964

Olavo de Carvalho
O Globo, 19 de janeiro de 1999

Se houve na história da América Latina um episódio sui generis, foi a Revolução de Março (ou, se quiserem, o golpe de abril) de 1964. Numa década em que guerrilhas e atentados espoucavam por toda parte, seqüestros e bombas eram parte do cotidiano e a ascensão do comunismo parecia irresistível, o maior esquema revolucionário já montado pela esquerda neste continente foi desmantelado da noite para o dia e sem qualquer derramamento de sangue.

O fato é tanto mais inusitado quando se considera que os comunistas estavam fortemente encravados na administração federal, que o presidente da República apoiava ostensivamente a rebelião esquerdista no Exército e que em janeiro daquele ano Luís Carlos Prestes, após relatar à alta liderança soviética o estado de coisas no Brasil, voltara de Moscou com autorização para desencadear – por fim! – a guerra civil no campo. Mais ainda, a extrema direita civil, chefiada pelos governadores Adhemar de Barros, de São Paulo, e Carlos Lacerda, da Guanabara, tinha montado um imenso esquema paramilitar mais ou menos clandestino, que totalizava não menos de 30 mil homens armados de helicópteros, bazucas e metralhadoras e dispostos a opor à ousadia comunista uma reação violenta. Tudo estava, enfim, preparado para um formidável banho de sangue.

Na noite de 31 de março para 1o. de abril, uma mobilização militar meio improvisada bloqueou as ruas, pôs a liderança esquerdista para correr e instaurou um novo regime num país de dimensões continentais – sem que houvesse, na gigantesca operação, mais que duas vítimas: um estudante baleado na perna acidentalmente por um colega e o líder comunista Gregório Bezerra, severamente maltratado por um grupo de soldados no Recife. As lideranças esquerdistas, que até a véspera se gabavam de seu respaldo militar, fugiram em debandada para dentro das embaixadas, enquanto a extrema-direita civil, que acreditava ter chegado sua vez de mandar no país, foi cuidadosamente imobilizada pelo governo militar e acabou por desaparecer do cenário político.

Qualquer pessoa no pleno uso da razão percebe que houve aí um fenômeno estranhíssimo, que requer investigação. No entanto, a bibliografia sobre o período, sendo de natureza predominantemente revanchista e incriminatória, acaba por dissolver a originalidade do episódio numa sopa reducionista onde tudo se resume aos lugares-comuns da "violência" e da "repressão", incumbidos de caracterizar magicamente uma etapa da história onde o sangue e a maldade apareceram bem menos do que seria normal esperar naquelas circunstâncias.

Os trezentos esquerdistas mortos após o endurecimento repressivo com que os militares responderam à reação terrorista da esquerda, em 1968, representam uma taxa de violência bem modesta para um país que ultrapassava a centena de milhões de habitantes, principalmente quando comparada aos 17 mil dissidentes assassinados pelo regime cubano numa população quinze vezes menor. Com mais nitidez ainda, na nossa escala demográfica, os dois mil prisioneiros políticos que chegaram a habitar os nossos cárceres foram rigorosamente um nada, em comparação com os cem mil que abarrotavam as cadeias daquela ilhota do Caribe. E é ridículo supor que, na época, a alternativa ao golpe militar fosse a normalidade democrática. Essa alternativa simplesmente não existia: a revolução destinada a implantar aqui um regime de tipo fidelista com o apoio do governo soviético e da Conferência Tricontinental de Havana já ia bem adiantada. Longe de se caracterizar pela crueldade repressiva, a resposta militar brasileira, seja em comparação com os demais golpes de direita na América Latina seja com a repressão cubana, se destacou pela brandura de sua conduta e por sua habilidade de contornar com o mínimo de violência uma das situações mais explosivas já verificadas na história deste continente.

No entanto, a historiografia oficial – repetida ad nauseam pelos livros didáticos, pela TV e pelos jornais – consagrou uma visão invertida e caricatural dos acontecimentos, enfatizando até à demência os feitos singulares de violência e omitindo sistematicamente os números comparativos que mostrariam – sem abrandar, é claro, a sua feiúra moral – a sua perfeita inocuidade histórica.

Por uma coincidência das mais irônicas, foi a própria brandura do governo militar que permitiu a entronização da mentira esquerdista como história oficial. Inutilizada para qualquer ação armada, a esquerda se refugiou nas universidades, nos jornais e no movimento editorial, instalando aí sua principal trincheira. O governo, influenciado pela teoria golberiniana da "panela de pressão", que afirmava a necessidade de uma válvula de escape para o ressentimento esquerdista, jamais fez o mínimo esforço para desafiar a hegemonia da esquerda nos meios intelectuais, considerados militarmente inofensivos numa época em que o governo ainda não tomara conhecimento da estratégia gramsciana e não imaginava ações esquerdistas senão de natureza inssurrecional, leninista. Deixados à vontade no seu feudo intelectual, os derrotados de 1964 obtiveram assim uma vingança literária, monopolizando a indústria das interpretações do fato consumado. E, quando a ditadura se desfez por mero cansaço, a esquerda, intoxicada de Gramsci, já tinha tomado consciência das vantagens políticas da hegemonia cultural, e apegou-se com redobrada sanha ao seu monopólio do passado histórico. É por isso que a literatura sobre o regime militar, em vez de se tornar mais serena e objetiva com a passagem dos anos, tanto mais assume o tom de polêmica e denúncia quanto mais os fatos se tornam distantes e os personagens desaparecem nas brumas do tempo.

Mais irônico ainda é que o ódio não se atenue nem mesmo hoje em dia, quando a esquerda, levada pelas mudanças do cenário mundial, já vem se transformando rapidamente naquilo mesmo que os militares brasileiros desejavam que ela fosse: uma esquerda socialdemocrática parlamentar, à européia, desprovida de ambições revolucionárias de estilo cubano. O discurso da esquerda atual coincide, em gênero, número e grau, com o tipo de oposição que, na época, era não somente consentido como incentivado pelos militares, que viam na militância socialdemocrática uma alternativa saudável para a violência revolucionária.

Durante toda a história da esquerda mundial, os comunistas votaram a seus concorrentes, os socialdemocratas, um ódio muito mais profundo do que aos liberais e capitalistas. Mas o tempo deu ao "renegado Kautsky" a vitória sobre a truculência leninista. E, se os nossos militares tudo fizeram justamente para apressar essa vitória, por que continuar a considerá-los fantasmas de um passado tenebroso, em vez de reconhecer neles os precursores de um tempo que é melhor para todos, inclusive para as esquerdas? 

Para completar, muita gente na própria esquerda já admitiu não apenas o caráter maligno e suicidário da reação guerrilheira, mas a contribuição positiva do regime militar à consolidação de uma economia voltada predominantemente para o mercado interno – uma condição básica da soberania nacional. Tendo em vista o preço modesto que esta nação pagou, em vidas humanas, para a eliminação daquele mal e a conquista deste bem, não estaria na hora de repensar a Revolução de 1964 e remover a pesada crosta de slogans pejorativos que ainda encobre a sua realidade histórica?

sexta-feira, 2 de março de 2012

Inglaterra: a guerra da religião


O matrimônio homossexual, a proibição de rezar e o cartão religioso
ROMA, segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org). - "Não podemos permitir que este ato de vandalismo cultural e teológico aconteça”. Com estas palavras, o ex-arcebispo de Canterbury, Lord Carey, descreveu a sua oposição ao projeto do primeiro-ministro britânico de legalizar o "matrimônio” entre pessoas do mesmo sexo.

Lord Carey é uma das pessoas que está por detrás da recém-formada Coalition for Marriage (Coalizão para o Casamento), que lançou uma campanha de protesto contra a legalização do matrimônio entre pessoas do mesmo sexo, conforme relatado segunda-feira, 20 de fevereiro pelo The Telegraph.

A Igreja Católica cumprimentou favoravelmente a a criação desta coalizão. "O matrimônio é uma instituição social fundamental e nem o Estado e nem a Igreja têm o direito de redefinir o significado”, disse o arcebispo de Southwark, monsenhor Peter Smith, presidente do Departamento de Responsabilidade Cristã e Cidadania da Conferência Episcopal da Inglaterra e de Gales.

"Junto com a Igreja da Inglaterra e da nova Coalition for Marriage, vamos incentivar as pessoas a assinarem a petição, registrando a sua oposição à mudança da lei sobre o matrimônio”, acrescentou o prelado num comunicado de imprensa do 20 de fevereiro.

O debate promete ser muito aquecido. "Lord Carey fica do lado errado, não só da história, mas da moralidade, da compaixão e da razão", disse um editorial publicado nesta terça-feira, 21 de fevereiro no jornal The Independent.

A oração nos conselhos municipais
A mudança nas leis do matrimônio não é a única polêmica neste momento. A Alta Corte declarou recentemente que o Conselho comunal de Bideford (Devon) agiu ilegalmente quando permitiu orar nas reuniões.

O processo, que começou em 2010, foi lançado pela National Secular Society, depois de uma queixa apresentada por um membro ateu do Conselho, Bone Clive, segundo relatos, do dia 10 de fevereiro, da BBC.

De acordo com o julgamento do juiz Ouseley, as orações podem ser ditas se os conselheiros nao forem formalmente convidados a participar.

"A marginalização do cristianismo significa esvaziar o nosso sistema de valores e a nossa cultura, e isso me preocupa mais do que qualquer outra coisa," disse Lord Carey em um artigo publicado dia 11 de Fevereiro pelo jornal The Times.

O concílio Municipal anunciou, portanto, que vai recorrer à decisão e que nesse interim teria mantido o momento de oração antes do início das suas reuniões, conforme relatado pela BBC dia 16 de Fevereiro.

O nível de tensão sobre o tema da religião é tão alto na Grã-Bretanha que a rainha Elizabeth II fez uma rara declaração pública sobre a questão.

"O conceito da nossa Igreja estabelecida vem ocasionalmente mal interpretado, e acredito que, geralmente subestimado", disse a Rainha, segundo referido pelo Times do 15 de fevereiro.

Em um discurso pronunciado na residência em Londres do Arcebispo de Canterbury, Lambeth Palace, a rainha tinha se dirigido aos chefes de nove credos diferentes, isto é, cristãos, bahá'ís, budistas, hindus, jainistas, judeus, muçulmanos, sikhs e zoroastrianos, declarando: "As nossas religiões nos oferecem uma guia básica de como vivemos nossas vidas e da maneira como tratamos uns aos outros."

Há uma longa história de controvérsias e batalhas legais nos últimos anos. A hostilidade contra os cristãos tem sido objeto de um relatório publicado em janeiro pela Media Premier.

Do Report on the Marginalisation of Christianity in British Public Life 2007-2011 (Relatório sobre a marginalização do cristianismo na organização da vida pública britânica 2007-2011) emerge, de fato, que um número significativo de cristãos sentem um forte preconceito contra os cristãos e contra os cristãos na vida pública.

O relatório criticou a maneira como a mídia cobriu os processos judiciais sobre a discriminação dos cristãos e da investigação emerge, além do mais, a existência de um número injustificável de representações negativas dos cristãos nas novelas e nos programas televisivos.

No que diz respeito à maneira como os juízes interpretam as normas sobre a igualdade e sobre a anti-discriminação Media Premier faz notar que "quando se trata dos direitos em concorrência entre os diferentes grupos, os direitos dos cristãos parecem ser 'sacrificados no altar do politicamente correto".

Cartão Católico
Como reação a tudo isso, a Igreja Católica está distribuindo um milhão de cartões religiosos ou "faith cards” (cartão de fé) nos meses de fevereiro e março.


Trata-se de uma ideia do Departamento para a Evangelização e a Catequese da Conferência Episcopal da Inglaterra e de Gales. De acordo com um comunicado de imprensa do 31 de janeiro, são do tamanho de um cartão de crédito e têm um espaço onde o proprietário pode assinar uma declaração clara, dizendo que o portador é católico, bem como uma lista de seis coisas que os católicos estão chamados a fazer.

Há também a frase que diz "em caso de emergência, por favor, ligue para um sacerdote católico."

"O cartão religioso para os católicos tem como objetivo oferecer um lembrete diário do que significa ser um seguidor de Jesus Cristo", disse monsenhor Kieran Conry, presidente do Departamento para a Evangelização e a Catequese.

Diante da crítica da mídia, um desenvolvimento positivo é a transmissão de uma mini-série televisiva em três episódios sobre os católicos, que começou dia 23 de fevereiro no canal 4 da televisão pública, BBC Four.

Um comunicado de imprensa dos bispos da Inglaterra e de Gales informou que o primeiro episódio está dedicado aos seminaristas e os outros dois oferecem uma visão sobre a vida de algumas crianças e mulheres.

Justamente sobre os seminaristas, então, há algumas notícias positivas, de acordo com o referido pelo The Independent do 19 de Fevereiro. Para o padre Christopher Jamison, diretor do Departamento Nacional  para as Vocações em Londres, o número atingiu o fundo do poço em 2001 com apenas 26 candidatos que entraram nos seminários da Inglaterra e de Gales. Em 2010, entretanto, o número mais que duplicou para 56.

Uma boa notícia que estávamos esperando!

Por Pe. John Flynn, LC
[Tradução Thácio Siqueira]

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

PLAN PARA DESTRUIR LA IGLESIA (INFORME 95)

Encontrei este texto entre os papéis de uma senhora advogada, consagrada a Deus e já falecida, a Dra. Margarida Bacil. Mulher culta, de muitas viagens e bastante conhecida no meio eclesiástico. 
Este texto não tem data nem procedência. Havia muitas cópias, das quais peguei uma e transcrevi aqui, para o conhecimento de todos.
Bom notar que nós, católicos, estamos colaborando com a destruição da nossa Igreja. A ideia pode ser de quem for, mas os destruidores somos nós. Cada vez que respondemos “sim” aos itens abaixo, estamos agindo como instrumentos de destruição, e vamos responder por isso diante de Deus, no dia do nosso Julgamento.
Raquel Nascimento Pereira
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DIFUNDIR COM URGENCIA EL « INFORME 95» DEL PLAN MASONICO PARA LA DESTRUCCION TOTAL DE LA SANTA MADRE IGLESIA CATOLICA APOSTOLICA ROMANA



PLAN PARA DESTRUIR LA IGLESIA
«INFORME 95 »


A)    ÊXITOS
A lo largo de metódica y constante lucha para hacer desaparecer a la Iglesia Católica, hemos tenido avances sustanciales, conforme a las metas previstas:
  • Ruptura de una fé única. Ya son muchos los que niegan y dudan de dogmas básicos: presencia eucarística, divinidad y resurrección de Jesús, virginidad de Maria, existencia del infierno, ángeles y demonios, etc.
  • Estado de cisma y apostasia, aún latente, pero ya real.
  • Contestación al Papa y a su doctrina.
  • Control de Editoriales y Publicaciones Católicas.
  •  Entrada en la enseñanza religiosa, sobre todo en Facultades Eclasiásticas y Seminarios.
  • Los que fueron infiltrados en Seminarios y Congregaciones Religiosas, han ido consiguiendo puestos influyentes y actúan con eficacia.
  • Colaboran con nosotros inconsciente, pero eficazmente, Obispos, Sacerdotes y Catequistas, así como varias Congregaciones religiosas masculinas y femeninas (es cierto que apenas tienen vocaciones que garanticen su continuidad, pero no interesa ya).
  • Marginación y desprestigio de los Sacerdotes y Religiosos fieles a la doctrina tradicional.
  • Relegamiento de la confesión, com promoción de la absolución comunitaria.
  • Pérdida de la oración en sus distintas formas: personal, rosario, viacrucis, procesiones, rogativas, etc.
  • Depreciar la devoción a Maria como algo cursi y anticuado.
  • Desvalorización de la Eucaristía.
  • Han sido muy eficaces las medidas que propusimos:
    • Cambiar la estructura de la Misa, diluyendo el aspecto vertical y acentuando lo horizontal.
    •  «Libertad litúrgica», quitando ornamentos, cambiando o eliminando ceremonias, vulgarizando y devaluando los ritos.
    • Comulgar de pie y en la mano, quitando importancia a la Hostia.
    • Eliminar la genuflexión y toda forma de reverencia.
    • Alterar el sentido de pecado.
  • Promoción de la inmoralidad, entendiéndola como libertad y «progreso»: liberación sexual, preservativos, anticonceptivos, homosexualidad, promoción de la pornografía en videos, cines, sex-shops, revistas y, sobre todo, TV.
  • Divorcio libre.
  • Aprobación del aborto. ¡Por fin la «católica» Irlanda lo ha aprobado también!
  • Eliminar la formación religiosa y moral de los jóvenes.
  • Corromper la juventude, promoviendo droga, sexo, diversiones inmorales, juego, blasfemia, violencia, etc.
  • Control de los medios de comunicación social, especialmente la TV.
¿No les recuerda... la ejecución del Master Plan de hace 14 años, llevado a término en todas sus partes?

B)    DIFICULTADES
El avance en la lucha contra la iglesia no ha sido más rápido y eficaz por la postura y actuación de Juan Pablo II y de los que aún le son fieles.
Pero durará ya poco...
También estamos encontrando dificultades por parte de personas y movimientos que están atrayendo a muchos: P. Esteban Gobbi, Vassula Ryden, Medjugorje. etc.

C)    PRÓXIMOS OBJETIVOS
  •     Seguir avanzando en todos los anteriormente expuestos.
  •     Estamos ya en condiciones de ocupar la cima del poder en la Iglesia.
  •     Entonces se difundirá abiertamente y «com autoridad», la última fase de nuestra táctica:
    • Acabar com la dimensión vertical y toda forma de oración.
    • Destruir y vaciar totalmente el contenido del dogma.
    • Sustituir el teocentrismo por antropocentrismo.
    • Relativizar la moral. No hay principios o referencias objetivas, y menos impuestas desde arriba. Todo es subjetivo.
    • Liberalizar las prácticas sexuales, anticonceptivos, homosexualidad...
    • Sacerdocio femenino.
    • Celibato opcional.
    • Etc.
  • Y por fin, como gran aspiración nuestra, la eliminación de la Misa.
    • No puede hacerse quitándola sin más, pues muchos no lo aceptarían.
    • Hay que suprimir el aspecto de «Sacrificio», y limitarlo a la dimensión de «Cena fraterna».
    • De esa manera ya no tendrá valor sacramental, y se habrá convertido en una mera reunión vacía de contenido.
    • Esta es nuestra gran aspiración pues, destruida la Misa Católica, habremos destruido la misma Iglesia desde dentro, sin persecución sangrienta, por capitulación de los mismos católicos.
    • Tenemos el triunfo al alcance de la mano.
    • Ya sólo podría evitarlo una intervención directa y extraordinaria de Dios.


    • Pronto, muy pronto, podremos gritar: «Te vencimos. Galileo!»
      ______________________________________________
As pessoas que bolam esses planos mirabolantes e os põe em prática não o fazem por pura maldade. Para nós, católicos, elas estão sendo usadas pelo Mal. Mas o que essas pessoas entendem é que a Igreja Católica é um entrave à evolução do homem.

Tempos atrás vi uma entrevista com George Soros - um dos homens mais ricos do mundo e quem atualmente dita os procedimentos aos governantes dos grandes países - (pena que perdi o link, se alguém tiver, por favor me envie) onde ele dizia, segundo me lembro, que “devemos incentivar as feministas, devemos incentivar suas ideias pró-aborto, devemos pagar mais às mulheres, devemos deixar que elas cresçam no trabalho, que sejam bastante valorizadas, que saiam de suas casas, que abandonem seus maridos e seus filhos, e que os jovens se entreguem às drogas, ao sexo livre, à violência... Devemos lutar para abolir de vez a velha instituição familiar, o casamento monogâmico, a ideia de que homem é homem e mulher é mulher. Sim, todas essas coisas devem acontecer, nem que haja milhares de mortes, para que a sociedade se modifique e evolua! Nós precisamos crescer, precisamos sair deste marasmo! Talvez eu não esteja vivo para ver isto, já tenho 80 anos, mas meus netos haverão de viver nesse futuro não muito distante, e se orgulharão de mim!”


Isto mostra que eles acham que estão fazendo um bem à sociedade, livrando-a primeiro da Igreja Católica, que é a Instituição que proclama ao mundo inteiro os valores morais cristãos. A Igreja Católica é, então, um “empecilho à evolução”. Eles se orgulham tanto desse trabalho que empregam todas as suas forças e lutam sem cessar, dia após dia, ano após ano, para implementar seus projetos. Eles realmente acreditam que Deus não existe, que é pura invenção de moralistas para impor rédeas à sociedade.

Porém, como sabemos, seu plano será um fracasso. Infelizmente para eles, Deus existe, sim. O Demônio sabe disto, tanto que diz: Ya sólo podría evitarlo una intervención directa y extraordinaria de Dios. Sim, nosso Deus e Criador fará a Sua intervenção no tempo oportuno, quem estiver vivo, verá. Jesus Cristo mesmo disse que as forças do Inferno não prevaleceriam sobre a Igreja, e Nossa Senhora também disse que “Por fim, o Meu Imaculado Coração Triunfará”.  Então, não devemos temer.

ENTRETANTO, nós católicos temos sido ingênuos INSTRUMENTOS nas mãos do Mal. Cada vez que deixamos de rezar, de admitir que somos pecadores (ah!, isso não é pecado!), cada vez que concordamos com o aspecto horizontal da missa (agradar os fiéis, ter a igreja cheia, benzer pãezinhos ao invés de consagrar, missas shows, enfim, tudo o que “o povo gosta”...), cada vez que concordamos com os preservativos, os anticoncepcionais, o aborto, a masculinização da mulher, a liberação da maconha, enfim, tudo o que nos vem sido proposto ultimamente em nosso País e no mundo contra a moral cristã, estamos colaborando para a destruição da Igreja e, obviamente, com a destruição dos nossos irmãos e irmãs. A Igreja não será destruída. Porém, ai dos que foram pedras de tropeço! 

sábado, 4 de fevereiro de 2012

BENDITAS PROFECIAS!



E se Deus descesse dos céus hoje, em toda a sua glória;
e se por entre os Anjos surgisse o Todo-Poderoso;
e se a toda a terra estremecesse com a sua chegada;
e se as estrelas caíssem do céu, num espetáculo de luzes e cores,
e se as águas dos oceanos se agitassem em tsunamis majestosos;
e se a terra se abrisse engolindo as cidades
e se todos os poderes da terra sucumbissem em suas covas;
e se o Sol deixasse de transmitir a sua luz,
dando lugar à Luz Magnífica que constrange as criaturas;
e se a Voz do Senhor se fizesse ouvir desde os confins do universo,
sacudindo e fazendo tremer todos os seres vivos,
então – e só então – o homem se ajoelharia.
Na sua pequenez, se ajoelharia.
Nas suas mentiras, se ajoelharia.
Na sua mediocridade, se ajoelharia.
Na sua hipocrisia, se ajoelharia.
Na sua inteligência soberba, se ajoelharia.
Diante da glória do Deus Criador, se ajoelharia.
Diante do terror bem à frente de seus olhos,
ele, cheio de pavor, se ajoelharia.
E então, talvez fosse tarde.


Olhe para o céu: ele ainda existe!
O sol está lá, nos esquentando nos dias de verão.
Sim, e as nuvens às vezes cobrem a sua luz,
e delas nos caem a chuva que rega as plantações.
Olhe para as cidades, elas ainda existem,
apesar das guerras, apesar de todo o mal.
Olhe para a noite, as estrelas ainda estão lá,
e a lua ainda tem as suas fases.
Olhe para a água do mar, no vai-e-vem de suas ondas.
Sim, ele ainda está ali, como no verão passado,
e você pode senti-lo acariciando seus pés!
Olhe para as plantas, elas ainda crescem
e dão seu fruto, e têm o seu sabor.
Olhe para as crianças, elas ainda nascem, apesar de você,
e há brilho em seus olhos!
Olhe para as pessoas à sua volta,
ainda há sorriso, há esperança, há amor.
Olhe para dentro de si, Deus está ali.
Descubra-O em seu coração,
antes que seja tarde.


Benditas profecias
que nos fazem pensar na morte,
que nos fazem refletir na dor,
na pobreza, na humilhação,
na fome, no abandono,
no nada que somos.
Pois é no nada que encontramos o Tudo,
ali, no vazio, onde repousa DEUS.

por Raquel Nascimento Pereira

Don't panic, organise!


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O relativismo no ambiente da fé


Quantos ventos de doutrina viemos a conhecer nestes últimos decênios



O relativismo é uma linha de pensamento que nega que possa haver uma verdade absoluta e permanente, ficando por conta de cada um definir a “sua” verdade e aquilo que lhe parece ser o seu bem. Nessa ótica tudo é relativo ao local, à época ou a outras circunstâncias. É o engano do historicismo. Para seus adeptos, “a pessoa se torna a medida de todas as coisas”, como dizia o filósofo grego Protágoras.
Evidentemente, a Igreja rejeita o relativismo porque há verdades que são permanentes. As verdades da fé e da moral cristã são perenes porque foram dadas por Deus. Cristo afirmou solenemente: “Eu sou a Verdade” (Jo 14,6); “a verdade vos libertará” (Jo 8,32); e disse a Pilatos que veio ao mundo exatamente “para dar testemunho da verdade” (Jo 18,37). São Paulo relatou que “Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4) e que “ a Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1Tm 3, 15).
Ora, se negarmos que existe a verdade objetiva e perene, o Cristianismo fica destruído desde a sua raiz. O Evangelho é o dicionário da Verdade.
Segundo o relativismo, no campo moral não existe “o bem a fazer e o mal a evitar”, pois o bem e o mal são relativos. Isso destrói completamente a moral católica, a qual moldou o Ocidente, e a nossa civilização. Contudo,esse relativismo hoje está penetrando cada vez mais nas universidades, na imprensa e até na Igreja. Ele ignora a lei natural, que é a lei de Deus colocada na consciência de todo ser humano – desde que este dispõe do uso da razão.
Por causa do relativismo moral os governantes propõem leis contra a Lei Natural que Deus colocou no coração de todos os homens. Dessa forma, a palavra do legislador humano vai superando a do Legislador Divino, a qual é a mesma para todos os homens.
O Papa Bento XVI tem falado insistentemente do perigo da “ditadura do relativismo”, que vai oprimindo quem não a aceita. Quem não estiver dentro do “politicamente correto” é anulado, desprezado, zombado com cinismo. Sobre essa mesma ditadura o Sumo Pontífice falou em 18 de abril de 2005 na homilia da Santa Missa preparatória do conclave que o elegeu: “Não vos deixeis sacudir por qualquer vento de doutrina” (Ef 4, 14). “Quantos ventos de doutrina viemos a conhecer nestes últimos decênios, quantas correntes ideológicas, quantas modalidades de pensamento...! O pequeno barco do pensamento de não poucos cristãos foi freqüentemente agitado por essas ondas, lançado de um extremo para o outro: do marxismo ao liberalismo ou mesmo libertinismo; do coletivismo ao individualismo radical; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo... Todos os dias nascem novas seitas e se realiza o que diz São Paulo sobre a falsidade dos homens, sobre a astúcia que tende a atrair para o erro (cf. Ef 4, 14). O ter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, é, muitas vezes, rotulado como fundamentalismo. Entrementes, o relativismo ou o deixar-se levar para cá e para lá por qualquer vento de doutrina aparece como orientação única à altura dos tempos atuais. Constitui-se assim uma ditadura do relativismo, que nada reconhece de definitivo e deixa como último critério o próprio eu e suas veleidades”.
O relativismo derruba as normas morais válidas para todos os homens; ele é ateu; vê na religião e na moral católicas um obstáculo e um adversário, pois Deus é visto como um escravizador do homem e a moral católica destinada a tornar o homem infeliz.
O relativismo atual coloca a ciência como uma deusa que vai resolver todos os problemas do homem; a qual está acima da moral e da religião.Mas se esquece de dizer que o homem nunca foi tão infeliz como hoje; nunca houve tantos suicídios, nunca se usou tanto antidepressivo e remédios para os nervos; nunca se viu tanta decadência moral (aborto, prostituição, pornografia, prática homossexual...), destruição da família e da sociedade.
O relativismo é embalado também pelo ceticismo e pelo utilitarismo, os quais só aceitam o que pode ajudar a viver num bem-estar hedonista, aqui e agora. Há uma verdadeira aversão ao sacrifício e à renúncia.
Infelizmente, esse perigoso relativismo religioso, que tudo destrói, penetrou sorrateiramente também na Igreja, especialmente nos seminários e na teologia. Isso levou o Papa João Paulo II a alertar aos bispos na Encíclica “Veritatis Spendor”, de 1992, sobre o perigo desse relativismo que anula a moral católica. No centro da “crise”, o saudoso Pontífice viu uma grave "contestação ao patrimônio moral da Igreja". Ele diz: “Não se trata de contestações parciais e ocasionais, mas de uma discussão global e sistemática do patrimônio moral... Rejeita-se, assim, a doutrina tradicional sobre a lei natural, sobre a universalidade e a permanente validade dos seus preceitos; consideram-se simplesmente inaceitáveis alguns ensinamentos morais da Igreja...” (n. 4). E chama a atenção para o fato grave de que “a discordância entre a resposta tradicional da Igreja e algumas posições teológicas está acontecendo mesmo nos Seminários e Faculdades eclesiásticas" (idem).
No centro da “crise moral”, enfatizada por João Paulo II, ele revela qual é a sua causa – o homem quer ocupar o lugar de Deus: “A Revelação ensina que não pertence ao homem o poder de decidir o bem e o mal, mas somente a Deus” (cf. Gen 2,16-17). Não é lícito que cada cristão queira fazer a fé e a moral segundo o “seu” próprio juízo do bem e do mal.
É por causa desse relativismo moral que encontramos vez ou outra religiosos e sacerdotes que aceitam o divórcio, o aborto, a pílula do dia seguinte, o casamento de homossexuais, a ordenação de mulheres, a eutanásia, a inseminação artificial, a manipulação de embriões, o feminismo... e outros erros que o Magistério da Igreja condena explicita e veementemente. Esse mesmo relativismo é a razão que move os contestadores do Papa, do Vaticano, dos Bispos e da hierarquia da Igreja, como se estes tivessem usurpado o poder sagrado e não o recebido do próprio Cristo pelo Sacramento da Ordem. Esse relativismo fez surgir na Igreja a “teologia liberal” de Rudolf Bultman, que por sua vez alimentou uma teologia “da libertação”, que é “feminista”, e agora falam já de uma “teologia gay”...

Por Felipe Aquino