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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Prova filosófica da existência de Deus (Olavo de Carvalho)


Resumo em dois minutos:
Se um dia aconteceu um fenômeno chamado Big Bang (a origem do cosmos), é porque determinadas forças se juntaram numa determinada proporção matemática capaz de produzir esse efeito. Se isso aconteceu num determinado momento, é porque essa proporção matemática já era válida para produzir esse efeito, desde muito antes que ela se produzisse. 
Todos os fenômenos da natureza expressam proporções matemáticas que são válidas antes de os fenômenos se manifestarem.  A totalidade das proporções matemáticas que regem o cosmos existem eternamente, muito antes da existência do cosmos, inclusive as proporções matemáticas que permitem que um animal dotado de um cérebro pense e tenha consciência. Se você tomar a totalidade dessas proporções e dessas relações, você obtém o Logos Divino. O Logos Divino preexiste ao Universo. Ponto. Isto é um dado científico. Não há ninguém que possa responder a isso.
Agora, se um sujeito disser: "Não, as proporções não eram válidas na esfera das possibilidades, elas só se tornaram válidas na esfera da realidade.", aquilo que é real é, por definição, possível. O esquema total das possibilidades realizáveis é o Logos Divino, e ele necessariamente preexiste à existência da própria realidade cósmica.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

EUCARISTIA


A vítima, o cordeiro,
o holocausto.

O filho único,
a oferenda perfeita
na lenha e no fogo:
a consumação.

Do maior e do mais forte,
do Santo.

Do menor e do mais frágil,
do mais humilde.

Do primeiro e do último,
do único.

Um nascimento, uma parábola,
uma pregação.

O rosto do Pai, a vontade do Pai,
o amor do Pai.

Uma paixão, um silêncio:
a ressurreição.

A ignomínia, a pobreza,
a cruz.

A humanidade, a divindade,
o pleno.

A razão e a loucura,
a realidade e o sonho,
a violência e a paz.

A fina flor do trigo,
o trabalho do homem,
a procissão.

A palavra,
o milagre,
a hóstia viva:
a redenção.

Por Raquel Nascimento Pereira
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domingo, 19 de junho de 2011

A Santíssima Trindade

As três pessoas da Santíssima Trindade é um só Deus em Três Pessoas distintas.
O Pai, o Filho e o Espírito Santo possuem a mesma natureza divina,
a mesma grandeza, bondade e santidade.

Apesar disso, através da história, a Igreja tem observado que certas atividades
são mais apropriadas a uma pessoa que a outra.

A Criação do mundo é mais apropriada ao Pai; a redenção, ao Filho,
e a Santificação, ao Espírito Santo.

Nenhuma das Três Pessoas Trinitárias exerce mais ou menos poder sobre as outras.
Cada uma delas tem toda a divindade, todo poder e toda a sabedoria.

E justamente, nesta breve dissertação, constatamos a profundidade do mistério da Santíssima Trindade, ante a complexidade em assimilar a magnitude
de Três Pessoas distintas formando um só Deus.

Trata-se, portanto, de um grande mistério, central da fé cristã.

As Escrituras são claras a respeito da Santíssima Trindade,
desde o Antigo até o Novo Testamento.

A festa da Santíssima Trindade é um dos dias mais importantes do ano litúrgico.

Nós, como cristãos, a celebramos convictos, pelos ensinamentos da Igreja,
que possui a plenitude das verdades reveladas por Cristo.

É dogma de fé estabelecido, a essência de um só Deus em Três Pessoas distintas:
Pai, Filho e Espírito Santo.

É um mistério de difícil interpretação,
impossível de ser assimilado pelas limitações humanas.

Há séculos a Santa Igreja ensina o mistério de Três Pessoas em um só Deus, baseada nas claras e explícitas citações bíblicas. Mas desaconselha a investigação no sentido de decifrar tão grande mistério, dada a complexidade natural que avança e se eleva para as coisas sobrenaturais.

Santo Agostinho de Hipona, grande teólogo e doutor da Igreja,
tentou exaustivamente compreender este inefável mistério.

Certa vez, passeava ele pela praia e, completamente compenetrado, pediu a Deus luz para que pudesse desvendar o enigma. Até que se deparou com uma criança brincando na areia. Fazia ela um trajeto curto, mas repetitivo. Corria com um copo na mão até um pequeno buraco feito na areia, e ali despejava a água do mar; sucessivamente voltava, enchia o copo e o despejava novamente.

Curioso, perguntou à criança o que ela pretendia fazer.

A criança lhe disse que queria colocar toda a água do mar dentro daquele buraquinho.
No que o Santo lhe explicou ser impossível realizar aquele intento.

Aí a criança lhe disse: “É muito mais fácil o oceano todo ser transferido para este buraco,
do que se compreender o mistério da Santíssima Trindade”.
E a criança, que era um anjo, desapareceu...

Santo Agostinho concluiu que a mente humana é extremante limitada
para poder assimilar a dimensão de Deus e que, por mais que se esforce,
jamais poderá entender esta grandeza por suas próprias forças ou por seu raciocínio.

Só o compreenderemos plenamente na eternidade,
quando nos encontrarmos no céu com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Ao participarmos da Santa Missa observamos que, desde o início,
no sinal da cruz, até o momento da bênção trinitária final,
constantemente o sacerdote invoca a Santíssima Trindade,
particularmente durante a pregação eucarística.

As orações que o padre pronuncia após a consagração,
que por certo são dignas de serem ouvidas com atenção e recolhimento,
são dirigidas a Deus Pai, por mediação de Jesus Cristo,
em unidade com o Espírito Santo.

E é na missa onde o cristão logra vislumbrar, pela graça do Espírito Santo,
o mistério da Santíssima Trindade.

Devemos, neste momento, invocar a Deus Trino que aumente nossa fé,
porque sem ela será impossível crer neste mistério, mistério de fé no sentido estrito.

Mesmo sem conseguir penetrar na sua essência o cristão deverá, simplesmente, crer nele.

O mistério da Santíssima Trindade é uma das maiores revelações
feita por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Os judeus adoram a unicidade de Deus
e desconhecem a pluralidade de pessoas e a sua unidade substancial.

Os demais povos adoram a multiplicidade de deuses.

O cristianismo é a única religião que, por revelação de Jesus,
prega ser Deus Uno, em Três Pessoas distintas:

DEUS PAI
Não foi criado e nem gerado. É o “princípio e o fim, princípio sem princípio”;
por si só é Princípio de Vida, de quem tudo procede;
possui absoluta comunhão com o Filho e com o Espírito Santo.
Atribui-se ao Pai a Criação do mundo.

DEUS FILHO
Procede eternamente do Pai, por quem foi gerado, não criado.
Gerado pelo Pai porque assumiu no tempo a sua natureza humana, para nossa Salvação.
É Ele eterno e consubstancial ao Pai (da mesma natureza e substância).
Atribui-se ao Filho a Redenção do Mundo.

DEUS ESPÍRITO SANTO
Procede do Pai e do Filho;
é como uma expiração, sopro de amor consubstancial entre o Pai e o Filho;
pode-se dizer que Deus, em sua vida íntima, é o Amor que se personaliza no Espírito Santo. Manifestou-se primeiramente no Batismo e na Transfiguração de Jesus;
depois, no dia de Pentecostes, sobre os discípulos.
Habita nos corações dos fiéis com o dom da caridade.
Atribui-se ao Espírito Santo a Santificação do mundo.

O Pai é pura Paternidade, o Filho é pura Filiação e o Espírito Santo, puro nexo de Amor.
São relações subsistentes que, em virtude de seu impulso vital,
saem um ao encontro do outro em perfeita comunhão,
onde a totalidade da Pessoa está aberta à outra, distintamente.

Este é o paradigma supremo da sinceridade e liberdade espiritual
a que devem ter as relações interpessoais humanas,
num perfeito modelo transcendente,
só assim, compreensível ao entendimento humano.

É desta forma que devemos conhecer a mensagem da Santíssima Trindade,
mesmo sem alcançar os segredos do seu mistério.

Desta maneira, devemos nos comprometer a adquirir certas atitudes
nas nossas relações humanas.

A Igreja nos convida a “glorificar a Santíssima Trindade”
como manifestação da celebração.

Não há melhor forma de fazê-lo senão revisando as relações com nossos irmãos,
para melhorá-las e assim viver a unidade querida por Jesus:

“Que todos sejam um”.