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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Capitão Covarde: eis nosso admirável novo mundo sexualmente emancipado

Hilary White, correspondente em Roma


ANTA MARINELLA, Itália, 23 de janeiro de 2012 (LifeSiteNews.com) — Que tipo de homem foge, sob o manto da escuridão, de seu navio que está afundando, deixando aproximadamente 4.200 passageiros e tripulação para se virarem sozinhos? Que tipo de homens empurra violentamente mulheres idosas, menininhas e jovens mães para entrar primeiro nos botes salva-vidas? Ora, ora, os homens modernos, os homens sexualmente emancipados que foram criados conforme as doutrinas do feminismo e de nossos costumes “modernos”.


O que significa uma expressão como “mulheres e crianças primeiro” para homens modernos que foram ensinados a vida inteira que as mulheres nada mais são do que brinquedos sexuais e que as crianças nada mais são do que uma carga descartável?


Os detalhes do tombamento do Costa Concordia, um dos maiores navios cruzeiros que navegam pelo Mediterrâneo, chegaram à imprensa de língua inglesa uma semana mais tarde e todo mundo agora conhece a conversa de telefone gravada na qual o capitão da guarda costeira, Gregorio De Falco, ordena furiosamente que o capitão do navio, Francesco Schettino, volte a seu navio. Schettino respondeu mentindo repetidamente, enquanto estava tentando fugir num bote salva-vidas.


Os passageiros foram abandonados para se resgatarem sozinhos, ajudados por artistas contratados e poucos membros da tripulação. Uma mulher disse: “Havia homens grandalhões, membros da tripulação, empurrando todos nós para entrarem nos botes salva-vidas”. Outra passageira, uma avó, disse: “Eu estava ao lado dos botes salva-vidas, e homens grandalhões estavam me acertando e empurrando as meninas com brutalidade”.


Nos primeiros dias depois que o Costa Concordia tombou na água rasa a quase 300 metros da praia, toda a Itália foi pega em vergonha com as reportagens sobre a conduta de Schettino. Ele foi preso depois que chegou à praia e acusado de homicídio involuntário e abandono de seu navio. Ele foi apanhado tentando entrar num táxi, tendo, pelo que foi relatado, pedido ao taxista: “Tire-me daqui o mais rápido possível”.

Francesco Schettino (“Capitão Covarde”) é o símbolo do moderno homem sexualmente emancipado, criado por uma cultura feminista.

Apelidado de “Capitão Covarde”, Schettino se tornou o centro da fúria nacional para os italianos que já estão fartos do estereótipo — que com demasiada frequência é acurado — dos homens italianos como permanentes adolescentes vaidosos, preguiçosos, irresponsáveis, egoístas e inconfiáveis.
Mas o problema não está limitado à Itália. A propósito, na mesma semana do caso do navio o grande apologeta católico americano Michael Voris estava fazendo uma série de vídeos sobre a feminilização dos homens e o efeito do feminismo na Igreja Católica e no mundo em geral, um assunto que poucos na Igreja Católica ousam puxar.
Num vídeo, Voris mencionou o tipo de homem que é aprovado pelos meios de comunicação controlados pelas feministas: fraco, burro e inútil, que precisa ser governado por mulheres fortes, modernas e inteligentes. Nos 50 anos passados, a Igreja Católica vem seguindo o mundo ao adotar o modelo feminista. Esse ideal, diz Voris, expulsou os homens fortes da Igreja e da vida familiar, empurrando-os para encontrar um canal para sua masculinidade em caminhos prejudiciais como a criminalidade e o tratamento das mulheres como meros objetos.
Depois de assistir ao vídeo, enviei um email a Michael perguntando se ele havia se lembrado de falar sobre o outro lado do feminismo: o ódio feminista aos homens e sua atitude de difamar e demonizar a força dos homens. De acordo com as doutrinas da ideologia feminista, os homens fortes são violentos, malignos e apavorantes. Em vez de heróis protegendo mulheres e crianças, o feminismo retrata homens fortes como monstros brutais, surradores de esposas e estupradores de crianças.
O desastre do Costa Concordia trouxe ao centro das atenções os efeitos que o feminismo, e sua filha prostituta, a Revolução Sexual, tiveram nos homens. O feminismo matou a prioridade cultural dos homens protegendo e se responsabilizando pelas mulheres. Num vídeo, Michael Voris falou da “jornada do herói”, o modelo original da cultura ocidental do rapaz que deixa o lar, enfrenta e vence adversidades e se torna um homem com capacidade de proteger uma família. Mas nossa cultura inspirada pelo feminismo, juntando forças com o materialismo consumista que mata a alma, jogou esses conceitos na lata de lixo.
Ao dizer às mulheres que elas não precisam dos homens e ao demonizar o valor da masculinidade, o feminismo ao mesmo tempo diz aos homens que eles nunca precisam crescer. Se o feminismo disse às mulheres que elas podem sair por aí dormindo com qualquer um “como se fossem homens”, devemos nos lembrar de que isso significa que os homens podem, em retribuição, fazer a mesma coisa. Em vez de insistirem em que os homens cresçam, se casem com uma mulher e protejam e cuidem de seus filhos, o feminismo oferece aos homens as mulheres como brinquedos e ao mesmo tempo oferece às mulheres a pílula anticoncepcional, aborto e tribunais para resolver questões de pensão alimentícia como plano B. O feminismo define “igualdade” como homens e mulheres competindo igualmente no mercado de trabalho e usando um ao outro igualmente como objetos.
Algum tempo atrás li um site interessante, embora profundamente assustador, que afirmava dar apoio aos homens contra o mundo feminista. Num artigo, os homens claramente irados apontavam para o injusto padrão duplo nas leis relativas à família. O sistema legal, agora preso firmemente nas garras das feministas, mantem os homens financeiramente responsáveis pelos filhos que eles geram quando se separam da mãe. Mas o artigo apontou, com suficiente lógica, que ao mesmo tempo o feminismo exige que a contracepção e o aborto sejam disponibilizados gratuitamente. Por que então, se as mulheres têm agora a liberdade de usar os homens como objetos sexuais, um homem deveria em algum momento ser responsabilizado pela paternidade? Por que os homens deveriam ser rotineiramente arruinados por ações legais de pensão alimentícia quando o aborto é legal e muito mais barato e fácil de conseguir?
Realmente, por quê? O feminismo, pelo fato de que é essencialmente desonesto, pueril e age só em causa própria, nunca confessará francamente as conclusões lógicas de suas suposições.
Recentemente, os papas escreveram contra o tipo de feminismo que promove o aborto e a contracepção e ao mesmo tempo cria uma divisão de hostilidade entre homens e mulheres. A promiscuidade geral, a contracepção, o aborto legal, o divórcio fácil, junto com uma cultura que adora a juventude e é loucamente materialista, disseram eles, criaram uma sociedade individualista de consumidores isolados para os quais todos os relacionamentos rotineiramente terminam em abandono. Uma vasta catástrofe cultural que deixa os filhos sem pais, diz às mulheres que elas não precisam dos homens e que diz aos homens que eles podem permanecer a vida inteira como adolescentes felizes e despreocupados.
Essa mensagem parece ter tido resultado especialmente evidente na Itália onde é facílimo encontrar homens que são a personificação do estereótipo consumista. O homem-criança efeminado é uma praga na Itália; meninos das mamães vaidosos, convencidos, superficiais e egoístas que vivem na casa dos pais quando já estão com trinta e quarenta anos de idade. Outrora, o centro de vida dos italianos era a família; agora eles estão cada vez mais se divorciando ou se recusando a casar em primeiro lugar.
A jornalista italiana Rosaria Sgueglia escreve no Huffington Post que o ex-capitão do Costa Concordia é um daqueles homens italianos que estão à altura desse estereótipo ponto por ponto. Os italianos estão “furiosos”, escreveu ela, com “gente como o sr. Schettino que não fazem nada a não ser comprometer a imagem já danificada que o resto do mundo tem do povo italiano”.
“Diz-se que o homem italiano comum é narcisista, egomaníaco, covarde, egoísta, incapaz de seguir procedimentos básicos e incapaz de seguir as regras. Verdade ou não, é um estereótipo, um estereótipo que é fortemente comprovado pelos eventos trágicos mais recentes na Itália”.
Embora os italianos estejam descarregando sua fúria em Francesco Schettino por ser tudo o que eles odeiam em si mesmos, precisamos nos lembrar de que muitos países estavam representados na lista da tripulação do Costa Concordia. O desastre tem, por todos os lados, as impressões digitais de nossa cultura ocidental que está envenenada e morrendo.
Lendo as reportagens do Costa Concordia, não pude evitar reconhecer os resultados das novas prioridades de nossa sociedade. Muitos observadores fizeram a comparação com o desastre do Titanic. Cem anos atrás, os homens da primeira classe levantaram as mulheres e crianças da classe pobre e as colocaram nos botes salva-vidas tendo plena consciência de que estavam dando suas vidas. O capitão do Titanic, de acordo com os relatos, foi visto pela última vez segurando uma criança em seus braços buscando um jeito de salvá-la. Cem anos mais tarde, o que vemos é um oficial da guarda-costeira gritando para o “Capitão Covarde”: “Vada a bordo, cazzo!” que significa “Volte à bordo, caralho!”
Eis nosso admirável novo mundo sexualmente emancipado.
Tradução: Julio Severo

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Nós valemos mais do que numerosos pardais

Não se vendem cinco pardais por dois asses? 
E, entretanto, nem um só deles passa despercebido diante de Deus. 
Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. 
Não temais, pois. 
Mais valor tendes vós do que numerosos pardais. 
(Lucas 12, 6-7)





Quando vi esta plantinha, não pude deixar de fotografá-la. Olhando para ela eu me recordei de um fato que me aconteceu há alguns anos.

Era Sábado de Aleluia, dia da Ressurreição de Jesus Cristo, dia da Bênção da Água e do Fogo e da Renovação das Promessas Batismais.

Os fiéis chegavam à Igreja e recebiam, já na porta, uma vela para ser acesa durante a celebração, no momento da Renovação das Promessas.

Eu me atrasei e cheguei à celebração em cima da hora, acompanhada da minha filha, e não havia mais velas. De repente alguém apareceu com uma, a última. Então eu disse: - Sem problemas, eu e minha filha, no momento da Renovação, seguraremos juntas a mesma vela.

E entramos na Igreja. Quando chegou o momento, as luzes se apagaram e as velas de toda a comunidade foram sendo acesas, aos poucos, pela luz do Círio Pascal. Acendemos a nossa única vela e a seguramos com as nossas quatro mãos e, de olhos fechados, fomos renovando as nossas promessas batismais.

Quando terminou a oração, abrimos nossos olhos, e o que vimos? Duas chamas! Sim, surgiu mais um pavio e havia duas chamas distintas. Guardei esta vela como uma relíquia, para sempre me lembrar de que Deus está atento a todas as nossas necessidades, por mais simples que nos possam parecer.

Eis aí a vela, com os dois pavios.





terça-feira, 17 de janeiro de 2012

SEMANA DE ORAÇÕES PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS. REZEMOS TODOS!



Período das Orações:
No Hemisfério Norte: de 18 a 25 de Janeiro
No Hemisfério Sul: na Semana de Pentecostes

PONTIFÍCIO CONSELHO
PARA A PROMOÇÃO DA UNIDADE DOS CRISTÃOS

Todos seremos transformados  
pela vitória  de nosso Senhor Jesus Cristo 
(Cf 1 Cor 15, 51-58) 


Preparado conjuntamente por 
Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e 
Comissão Fé e Constituição do Conselho Mundial de Igrejas


PARA AQUELES QUE ESTÃO ORGANIZANDO A SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS


A busca da unidade ao longo de todo o ano
O período tradicional, no hemisfério norte, para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos vai de 18 a 25 de janeiro. Essas datas foram propostas em 1908 por Paul Watson porque cobriam os dias entre as festas de São Pedro e São Paulo, tendo portanto um valor simbólico. No hemisfério sul, já que janeiro  é tempo de férias, as Igrejas freqüentemente acham outros dias para celebrar a Semana de Oração, como, por exemplo, ao redor de Pentecostes (de acordo com o que foi sugerido pelo movimento Fé e Ordem em 1926), que é também uma data simbólica para a unidade da Igreja. Cientes da necessidade de flexibilidade, propomos que se use este material ao longo de todo o ano para expressar o grau de comunhão que as Igrejas já tem atingido e para orar juntos pela plena unidade que é o desejo de Cristo.

Adaptando o texto
Este material é oferecido com a compreensão de que, sempre que possível, será adaptado para uso em situações específicas locais; Deve-se levar em conta a prática litúrgica e devocional, bem como o conjunto do contexto social e cultural. O ideal é que essa adaptação seja feita de forma ecumênica. Em alguns lugares já existem estruturas ecumênicas para a adaptação deste material; em outros, esperamos que a necessidade de adaptação venha a ser um estímulo para a criação de tais estruturas.

Usando o material da Semana de Oração 
Para Igrejas e comunidades cristãs que vivem juntas a Semana de Oração foi providenciado um texto para a celebração ecumênica.  Igrejas e comunidades cristãs podem também incorporar material da Semana de Oração em suas próprias celebrações. Orações do culto ecumênico, os “oito dias” e a seleção de materiais adicionais podem ser usadas como se julgar apropriado em cada situação.  As comunidades que têm celebrações da Semana de Oração em todos os dias durante a semana podem usar para isso o material proposto para os “oito dias”.  Os que desejam fazer estudo bíblico sobre o tema da Semana podem usar como base os textos e reflexões dados para os oito dias. A cada dia, a reflexão pode levar a um tempo final de oração de intercessão.  Os que desejarem orar de modo privado podem encontrar material útil para orientar as intenções de suas preces. Podem assim ter consciência de estar em comunhão com outros que oram no mundo inteiro pela maior visibilidade da unidade da Igreja de Cristo.


TEXTO BÍBLICO 
1ª Coríntios 15, 51-58 
Vou dar-vos a conhecer um mistério. Nós  não morreremos todos, mas todos seremos transformados, num instante, num piscar de olhos, ao som da trombeta final. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e, quanto a nós, seremos transformados. Com efeito, é necessário que este ser corruptível revista a incorruptibilidade, e que este ser mortal revista a imortalidade. Quando, portanto,  este ser corruptível tiver revestido a incorruptibilidade e este ser mortal tiver revestido a imortalidade, então se realizará a palavra da Escritura: “A morte foi tragada na vitória. Ó morte, onde está a tua vitória? Morte, onde está teu aguilhão?” O aguilhão da morte é o pecado, e o poder do pecado é a lei. Rendamos graças a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo. Assim, meus irmãos bem amados, sede firmes, inabaláveis, fazei sem cessar progressos na obra do Senhor, sabendo que a vossa fadiga não é inútil no Senhor. Nova Edição Revisada da versão normal da Bíblia.




INTRODUÇÃO AO TEMA PARA O ANO 2012 
Todos seremos transformados pela vitória de nosso Senhor Jesus Cristo 
(cf 1 Cor 15, 51-58)


O material para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos em 2012 foi preparado por um grupo de trabalho composto por representantes da Igreja Católica Romana, da Igreja Ortodoxa e dos Antigos Católicos e Igrejas protestantes em atividade na Polônia. A partir de amplas discussões de que participaram os representantes de vários círculos ecumênicos na Polônia, ficou decidido focalizar um tema que diz respeito ao poder transformador da fé em Cristo, particularmente no que se refere à nossa oração pela unidade 
visível da Igreja, o Corpo de Cristo. Isso foi baseado nas palavras de São Paulo aos coríntios, que se referem à natureza temporária da nossa  vida presente (com todas as suas aparentes “vitórias” e “derrotas”) em comparação com o que recebemos através da vitória de Cristo pelo mistério pascal.


Por que este tema?  
A história da Polônia tem sido marcada por uma série de derrotas e vitórias. Podemos mencionar as muitas vezes em que a Polônia foi invadida, as divisões de território, a opressão por poderes estrangeiros e sistemas hostis. A constante luta para superar toda escravidão e o desejo de liberdade são características da história polonesa que têm levado a significativas mudanças na vida nacional. E ainda onde há vitória há também perdedores que não compartilham da alegria e do triunfo dos vitoriosos.


Essa particular história nacional polonesa levou o grupo ecumênico que escreveu o material deste ano a refletir mais profundamente  sobre o que significa “vencer” e “perder”, especialmente considerando o modo como a  linguagem de “vitória” é tão freqüentemente entendida em termos de triunfalismo. Mas Cristo nos apresenta um caminho bem diferente!


Em 2012 o campeonato europeu de futebol acontecerá na Polônia e na Ucrânia. Isso nunca teria sido possível em anos passados. Para muitos isso é um sinal de outra “vitória nacional” , quando centenas de milhões de fãs ansiosamente aguardam notícias de times vencedores jogando nessa parte da Europa. Pensar nesse exemplo pode nos levar a considerar o apelo dos que não são vencedores – não apenas no esporte, mas em suas vidas e comunidades: quem dedicará um pensamento aos perdedores, àqueles que constantemente sofrem derrotas porque lhes é negada a vitória por causa de várias  condições e circunstâncias? A rivalidade é uma característica permanente, não apenas no esporte, mas também na política, nos negócios, na cultura e mesmo na vida da Igreja.


Quando os discípulos de Jesus entraram em disputa sobre “quem era o maior” (Mc 9,34) ficou claro que esse impulso era forte. Mas a reação de Jesus foi muito simples: “quem quiser ser o primeiro seja o último de todos e servo de todos” (Mc 9,35). Essas palavras falam de vitória através do serviço, da ajuda mútua, promovendo a auto estima daqueles que são os “últimos”, os esquecidos, os excluídos. Para todos os cristãos, a melhor expressão de tal serviço humilde é Jesus Cristo, sua vitória através da morte e sua ressurreição. É em sua vida, ação, ensinamento, sofrimento, morte e ressurreição  que desejamos buscar inspiração para uma moderna e vitoriosa vida de fé que se expressa no compromisso social em espírito de humildade, serviço e fidelidade ao Evangelho. E, quando se viu na expectativa do sofrimento e da morte que estavam para vir, ele orou pedindo que seus discípulos fossem um a fim de que o mundo pudesse crer. Essa “vitória” só é possível através de uma transformação espiritual, uma conversão. É por isso que consideramos que o tema para nossas meditações deveria vir daquelas palavras do Apóstolo das nações. O objetivo é conquistar uma vitória que integre todos os cristãos ao redor do serviço a Deus e ao próximo.


À medida que oramos e trabalhamos pela plena unidade visível da Igreja nós – e as tradições a que pertencemos - seremos mudados, transformados e moldados à semelhança de Cristo. A unidade pela qual oramos pode exigir a renovação de formas da vida eclesial com as quais estamos familiarizados. Isso é uma visão emocionante mas pode nos trazer algum tipo de medo! A unidade pela qual oramos não é simplesmente uma noção “confortável” de amizade e cooperação. Ela exige uma disposição de renunciar à competição entre nós. Precisamos nos abrir uns aos outros, oferecer e receber  dons uns dos outros, para que possamos verdadeiramente entrar na nova vida em Cristo, que é a única verdadeira vitória.


Há lugar para todos no plano de salvação de Deus. Através de sua morte e ressurreição, Cristo abraça a todos, independentemente de vencer ou perder, “a fim de que todo aquele que crê tenha nele a vida eterna”.  (Jo 3,15) Nós também podemos participar da sua vitória! É suficiente crer nele, assim acharemos mais fácil vencer o mal com o bem.


Oito dias de reflexão sobre nossa mudança em Cristo
Na Semana que se aproxima somos convidados a entrar mais profundamente em nossa fé para que sejamos todos transformados pela vitória de nosso Senhor Jesus Cristo. As leituras bíblicas, comentários, preces e perguntas para reflexão são recursos que exploram diferentes aspectos do que isso significa para as vidas  dos cristãos e sua unidade uns com os outros dentro do mundo de hoje e para esse mundo. Começamos contemplando o Cristo que serve e nossa jornada nos leva à celebração final do  reino de Cristo, por  meio de sua cruz e ressurreição.


Primeiro dia:   Transformados pelo Cristo servidor
O Filho do Homem veio para servir (cf Mc 10,45) 
Neste dia encontramos Jesus no caminho para a vitória através do serviço. Nós o vemos como “aquele que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate pela multidão” (Mc 3,45). 
Conseqüentemente, a Igreja de Jesus Cristo é uma comunidade servidora. O uso de nossos diversos dons em serviço comum à humanidade torna visível nossa unidade em Cristo.


Segundo dia:   Transformados na paciente espera pelo Senhor 
Agora é assim que nos convém cumprir toda a justiça. (Mt 3,15) 
Neste dia nos concentraremos na espera  paciente pelo Senhor. Para obter qualquer transformação, são necessárias a perseverança e a paciência. Orar a Deus por qualquer tipo de transformação é também um ato de fé e confiança em suas promessas. Tal espera pelo Senhor é essencial a todos aqueles que oram pela unidade visível da Igreja nesta Semana. Todas as atividades ecumênicas requerem tempo, atenção mútua e ação conjunta. Somos todos chamados a cooperar com o trabalho do Espírito na união dos cristãos.


Terceiro dia:   Transformados pelo Servo Sofredor 
Cristo sofreu por nós (cf 1 Pd 2,21)
Este dia nos chama a refletir sobre o sofrimento de Cristo. Seguindo Cristo, o Servo Sofredor, os cristãos são chamados à  solidariedade com todos os que sofrem. Quanto mais perto estivermos da cruz de Cristo, mais próximos estaremos uns dos outros.


Quarto dia:   Transformados pela vitória do Senhor sobre o mal 
Sê vencedor do mal por meio do bem (Rom 12,21) 
Este dia nos leva a aprofundar as lutas contra o mal. Vitória em Cristo é a superação de tudo que danifica a criação de Deus e nos mantém separados uns dos outros. Em Jesus somos chamados a ´participar dessa nova vida, lutando junto com ele contra o que está errado em nosso mundo, com renovada confiança e tendo satisfação no que é bom. Em nossas divisões não podemos ser suficientemente fortes para vencer o mal em nossos tempos.


Quinto dia:   Transformados pela paz do Senhor ressuscitado 
Jesus veio, pôs-se no meio deles e lhes disse: A paz esteja convosco. (Jo 20,19) 
Hoje celebramos a paz do Senhor ressuscitado. O Ressuscitado é o grande Vitorioso sobre a morte e o mundo das trevas. Ele une seus discípulos, que estavam paralisados com medo. Ele nos abre novas perspectivas de vida e de ação pelo Seu reino que vem chegando. O Senhor Ressuscitado une e fortalece todos os que crêem. Paz e unidade são as marcas de nossa transformação na ressurreição.


Sexto dia:   Transformados pelo amor persistente de Deus 
Esta é a vitória, nossa fé ( Cf 1 Jo 5,4)
Neste dia concentramos nossa atenção no amor persistente de Deus. O mistério pascal revela a firmeza desse amor, e nos chama a um novo caminho de fé. Essa fé supera o medo e abre nossos corações ao poder do  Espírito. Tal fé nos chama à amizade com Cristo e conseqüentemente de uns com os outros.


Sétimo dia:   Transformados pelo Bom Pastor 
Apascenta as minhas ovelhas (Jo 21,17) 
Neste dia os textos bíblicos nos mostram o Senhor fortalecendo o seu rebanho. Seguindo o Bom Pastor, somos chamados a nos fortalecer uns aos outros no Senhor, e a sustentar e fortalecer os fracos e perdidos. Há um só Pastor e nós somos o seu povo.


Oitavo dia:    Unidos no Reino de Cristo 
Ao vencedor, concederei sentar-se comigo no trono (Ap 3,21) 
Neste último dia de nossa Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos celebramos o Reino de Cristo. A vitória de Cristo nos capacita a olhar para o futuro com esperança. Essa vitória supera tudo que nos impede de partilhar vida plena com ele e uns com os outros. Os cristãos sabem que a unidade entre nós é, acima de tudo, um dom de Deus. É uma participação na gloriosa vitória de Cristo sobre tudo que gera divisão.


REFLEXÕES BÍBLICAS E ORAÇÕES PARA OS OITO DIAS


PRIMEIRO DIA 
Tema: Transformados pelo Cristo Servidor 
Texto: O Filho do Homem veio para servir (Cf Mc 10, 45) 
Leituras:
Zacarias 9, 8-10  Um rei justo e vitorioso... e humilde 
Salmo 131   Meu coração está sem pretensões 
Romanos 12, 3-8  Temos diferentes dons para prestar serviço 
Marcos 10, 42-45  O Filho do Homem veio para servir 
Comentário 
A vinda do Messias e sua vitória foram realizadas através do serviço. Jesus quer que um espírito de serviço encha os corações de seus seguidores também. Ele ensina que a verdadeira grandeza consiste em servir a Deus e ao próximo. Cristo nos dá a coragem para descobrir que Ele é aquele para quem servir é reinar – como dizia um antigo provérbio cristão. 
A profecia de Zacarias a respeito de um vitorioso e humilde rei se realizou em Jesus Cristo. Ele, o Rei da Paz, vem aos seus , a Jerusalém – a Cidade da Paz. Ele não a conquista com engodo ou violência, mas com delicadeza e humildade. 
O salmo 131 descreve brevemente mas com eloqüência o estado de paz espiritual que é o fruto da humildade. A figura de uma mãe com seu filho é um sinal do terno amor de Deus e da confiança em Deus, à qual a comunidade inteira é chamada. 
O apóstolo Paulo nos desafia a fazer uma sóbria e humilde avaliação de nós mesmos e a descobrir nossas habilidades. Tendo uma diversidade de dons, somos um só corpo de Cristo. Em nossas divisões cada uma de nossas tradições tem sido agraciada pelo Senhor com dons que somos chamados a colocar a serviço de outros. “Pois o Filho do Homem veio não para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate pela multidão.” (Mc 10, 45). Com seu serviço, Cristo redimiu nossa recusa a servir a Deus. Ele se tornou um exemplo para regenerar todas as relações entre as pessoas: aquele que quiser ser grande entre vós deve ser vosso servidor – esses são os novos padrões de grandeza e prioridade. 
Na Carta aos Romanos, Paulo nos relembra  que os diversos dons nos são dados para o serviço: profecia, ministério, ensino, exortação, doação, liderança e compaixão. Em nossa diversidade somos sempre um único corpo de Cristo, e membros uns dos outros. O uso de nossos diversos dons no serviço comum à humanidade torna visível a nossa unidade em Cristo. A ação conjunta dos cristãos para o benefício da humanidade, para combater a pobreza e a ignorância, para defender os oprimidos, para se ocupar com a paz e a preservação da vida, para desenvolver a ciência, a cultura, a arte são uma expressão da prática do ecumenismo, de que a Igreja e o mundo tanto necessitam. A imitação do Cristo Servidor propicia eloqüente testemunho do evangelho, atingindo não só as mentes mas também os corações. Tal serviço comum é um sinal do Reino de Deus que vem chegando – o Reino do Cristo Servidor. 
Oração 
Poderoso e eterno Deus, percorrendo a estrada real do serviço, teu filho nos conduz da arrogância da nossa desobediência à humildade de coração. Une-nos uns aos outros por teu Santo Espírito, para que através do serviço a nossos irmãos e irmãs, tua verdadeira face possa ser revelada. Assim nos dirigimos a ti, que vives e reinas para sempre. Amém. 
Questões para refletir 
1.  Que oportunidades para o serviço ficam mais ameaçadas pelo orgulho e a arrogância? 
2. O que deve ser feito para garantir que todos os ministérios cristãos sejam melhores experiências de serviço? 
3.  Em nossa comunidade, o que os cristãos de diferentes tradições podem fazer melhor juntos do que isoladamente para revelar o Cristo Servidor?


SEGUNDO DIA 
Tema: Transformados na paciente espera pelo Senhor 
Texto: Agora é assim que nos convém cumprir toda a justiça (Mt 3,1 5) 
Leituras:
1 Sm 1, 1-20   A confiança e a espera paciente de Haná 
Sl 40   Paciente espera pelo Senhor 
Hb 11, 32-34   Graças à fé conquistaram reinos, praticaram a justiça 
Mt 3, 13-17   Agora é assim que nos convém cumprir toda a justiça 
Comentário 
A vitória é freqüentemente associada com triunfo imediato. Todo mundo conhece o gosto do sucesso quando, depois de uma penosa luta, chegam as congratulações, o reconhecimento e os elogios. Em tal momento de alegria, dificilmente alguém percebe que, a partir de uma perspectiva cristã, a vitória é um processo de transformação de longo prazo. Esse tipo de compreensão da vitória, que é transformadora, nos ensina que ela acontece no prazo de Deus, não no nosso, exigindo de nós uma paciente confiança e uma profunda esperança em Deus.  
Haná deu testemunho dessa paciente confiança e esperança. Após os muitos anos de espera por uma gravidez, ela orou a Deus por um filho, correndo o risco de ter sua lacrimosa prece desprezada como embriaguês pelo sacerdote no portal do templo. Quando Eli lhe assegurou que Deus atenderia a sua prece, ela simplesmente confiou, esperou, e não mais ficou triste. 
Haná concebeu e deu à luz um filho, a que chamou Samuel. A grande vitória aqui não é a de nações ou exércitos, mas é um vislumbre no campo de uma luta pessoal e privada. Ao final, a confiança e a esperança de Haná produziram não somente a própria transformação dela, mas também a de seu povo, em favor de quem o Deus de Israel agiu através de Samuel. 
O salmista faz eco à espera paciente de Haná por Deus, no meio de um outro tipo de luta. O salmista também buscava libertação de uma situação que permanece desconhecida para nós, mas que é sugerida pela linguagem que menciona o “lamaçal do atoleiro”. Ele agradece a Deus por ter transformado sua vergonha e confusão e continua a confiar no amor persistente de Deus. 
O autor da Carta aos Hebreus relembra a paciência de pessoas como Abraão e outros que se capacitaram para a vitória através de sua fé e confiança em Deus. A percepção de que Deus interfere e entra na narrativa da história humana elimina a tentação de triunfalismo em termos humanos. 
No evangelho, a voz do céu no batismo de Jesus anunciando “ este é o meu Filho bem amado” parece ser a garantia do imediato sucesso de sua missão messiânica. Ao resistir ao demônio, no entanto, Jesus não cede à tentação de introduzir tudo no Reino de Deus sem demora, mas pacientemente revela o que a vida no Reino significa através de sua própria vida e do ministério que leva à sua morte na cruz. Embora o Reino de Deus desponte de um modo decisivo pela ressurreição, não está ainda plenamente realizado. A derradeira vitória virá somente com a segunda vinda de nosso Senhor. Assim, aguardamos em paciente esperança e confiança com o grito “Vem, Senhor Jesus!” 
Assim também, nosso anseio pela visível unidade da Igreja requer espera paciente e confiante. Nossa prece pela unidade cristã é como a prece de Haná e do salmista. Nosso trabalho pela unidade cristã é como os feitos registrados na carta aos Hebreus. Nossa atitude de espera paciente não é desamparo ou passividade, mas uma profunda confiança na unidade da Igreja como dom de Deus, não conquista nossa. Esse tipo de paciente espera, oração e confiança nos transforma e nos prepara para a unidade visível da Igreja, não como a planejamos, mas como Deus há de nos dar. 
Oração 
Deus fiel, cumpres tua palavra em todos os tempos. Possamos nós, como Jesus, ter paciência e confiança na firmeza do teu amor. Ilumina-nos com teu Santo Espírito para não obstruirmos a plenitude da tua justiça com nossos julgamentos apressados, e para que possamos perceber tua sabedoria e amor em todas as coisas. Assim nos dirigimos a ti, que vives e reinas para sempre. Amém. 
Questões para refletir 
1. Em que situações de nossa vida deveríamos ter uma maior confiança nas promessas de Deus? 
2.  Em que áreas da vida da Igreja é mais comum o risco que vem da tentação de agir apressadamente?
3. Em que situações os cristãos deveriam esperar? E quando deveriam agir juntos?


TERCEIRO DIA 
Tema: Transformados pelo Servo Sofredor    
Texto: Cristo sofreu por nós (cf 1 Pd 2, 21) 
Leituras:
Is 53, 3-11   Homem das dores, familiarizado com o sofrimento 
Sl 22, 12-25   Ele não rejeitou um infeliz na miséria 
1 Pr 2, 21-25  Cristo sofreu por nós 
Lc 24, 25-27  Não era preciso que o Cristo sofresse isso? 
Comentário 
O divino paradoxo é que Deus pode transformar o desastre em vitória. Ele transforma todos os nossos sofrimentos e infelicidades, bem como a imensidão das dores da história, numa ressurreição que abrange o mundo inteiro. Embora pareça estar derrotado, Ele é no entanto a verdadeira vitória que nada nem ninguém pode superar. 
A comovedora profecia de Isaías sobre o  sofredor Servo do Senhor foi completamente cumprida em Cristo. Depois de sofrer enorme agonia, o Homem das Dores verá sua descendência. Nós somos essa descendência,  nascidos do sofrimento do Salvador. Dessa maneira, nele nos tornamos uma família. 
Alguém pode dizer que o salmo 22 não é apenas sobre Jesus, mas também para Jesus. O próprio Salvador recorreu a esse salmo na cruz, quando usou suas desoladoras palavras de abertura: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Mesmo assim, na segunda parte do salmo a lamentação, a súplica cheia de dor, se transforma em louvor a Deus por suas obras. 
O apóstolo Pedro é uma testemunha dos sofrimentos de Cristo (1 Pd 5,1), que ele nos apresenta como exemplo: é a esse sofrimento motivado pelo amor que somos chamados. Jesus não amaldiçoou Deus, mas se submeteu a Ele, que julga com retidão. Suas feridas nos curaram e nos trouxeram de volta para o único Pastor. 
Somente à luz da presença do Senhor e de sua Palavra o plano divino do sofrimento do Messias se torna claro. Assim como aconteceu com os discípulos a caminho de Emaús, Jesus é nosso constante companheiro na pedregosa  estrada da vida, movendo nossos corações e abrindo nossos olhos para o misterioso plano de salvação. 
Os cristãos experimentam o sofrimento como um resultado da condição frágil da humanidade; reconhecemos esse sofrimento na injustiça social e em situações de perseguição. O poder da cruz nos atrai para a unidade. Aí encontramos o sofrimento de Cristo como fonte de compaixão e solidariedade com a família humana inteira. É como disse um teólogo contemporâneo: quanto mais nos aproximamos da cruz de Cristo mais próximos ficamos uns dos outros. O testemunho dos cristãos unidos nas situações de sofrimento se reveste de notável credibilidade. Em nossa partilhada solidariedade com todos os que sofrem aprendemos do servo sofredor crucificado as lições de esvaziamento, desprendimento e auto sacrifício. Esses são os dons do seu Espírito de que necessitamos em nosso caminho para nele viver a unidade. 
Oração 
Deus da consolação, tu transformaste a vergonha da cruz num sinal de vitória. Concede-nos que sejamos unidos ao redor da cruz de teu Filho para adorá-lo pela misericórdia que nos ofereceu através do seu sofrimento. Que o Espírito Santo abra nossos olhos e corações para que possamos ajudar os que sofrem e com isso experimentar a tua proximidade. Assim nos dirigimos a ti, que vives e reinas para sempre. Amém. 
Questões para refletir 
1. Como a nossa fé pode nos ajudar em nossa reação a um prolongado sofrimento? 
2.  Que áreas de sofrimento humano são ignoradas e tratadas com descuido hoje? 
3.  Como os cristãos podem juntos dar testemunho do poder da cruz?


QUARTO DIA 
Tema: Transformados pela vitória do Senhor sobre o mal 
Texto: Sê vencedor do mal por meio do bem (Rom 12, 21) 
Leituras: 
Ex 23, 1-9   Não seguirás uma maioria que quer o mal 
Sl 1   Feliz o homem que se compraz na lei do Senhor 
Rom 12, 17-21  Sê vencedor do mal por meio do bem 
Mt 4, 1-11   Ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele prestarás culto  
Comentário 
Em Jesus aprendemos o que “vitória” realmente significa para os seres humanos – isto é: felicidade de uns com os outros no amor de Deus através da superação que Ele faz de tudo o que nos mantém separados. Isso é um modo de partilhar a vitória de Cristo sobre as forças destrutivas que causam dano à humanidade e a toda a Criação de Deus. Em Jesus podemos tomar parte em uma nova vida que nos chama  a lutar contra o que há de errado em nosso mundo com renovada confiança e com alegria diante do que é bom. 
As palavras do Antigo Testamento dão um categórico alerta contra a participação no mal e na injustiça. A atitude da maioria não deve de maneira alguma funcionar como desculpa. Nem a riqueza ou outras situações da vida justificam que uma pessoa opte pelo mal. O salmo 1 chama a atenção não somente para o cumprimento dos mandamentos, mas especialmente para os jubilosos frutos de tal opção. Uma pessoa que ame a lei do Senhor acima de tudo mais é considerada feliz e abençoada. A palavra de Deus é um guia seguro na adversidade e é a culminância da sabedoria humana. Meditar sobre a palavra de Deus dia e noite possibilita que a pessoa tenha uma vida cheia de muitos frutos para o bem de outros. 
Nas advertências do apóstolo encontramos estímulo para vencer o mal com o bem. Somente o bem pode interromper a infindável espiral de ódio e de desejo humano de vingança. Na luta pelo bem nem tudo depende dos seres humanos. No entanto, o apóstolo Paulo nos chama a fazer todo esforço para manter a paz com os outros. Ele compreende nossa luta contínua para superar instintos que nos levam a ferir os que nos ferem. Mas Paulo nos impele a não permitir que sejamos vencidos por esses sentimentos destrutivos. Fazer o bem é um modo efetivo de combater o mal que é feito entre nós. 
A leitura do evangelho descreve a luta do Filho de Deus contra Satanás – a personificação do mal. A vitória de Jesus sobre as tentações no deserto é completada na sua obediência ao Pai, que o leva à cruz. A ressurreição do Salvador confirma que aí a bondade de Deus tem sua vitória final: o amor vence a morte. O Senhor ressuscitado está perto! Ele nos acompanha em cada luta contra a tentação e o pecado no mundo. Sua presença chama os cristãos a trabalharem juntos pela causa do bem.  
É um escândalo que, por causa de nossas divisões, não sejamos suficientemente fortes para lutar contra os males de nosso tempo. Unidos em Cristo, regozijando-nos em sua lei de amor, somos chamados a partilhar sua missão de trazer esperança aonde houver injustiça, ódio e desespero. 
Oração 
Senhor Jesus Cristo, nós te agradecemos por  tua vitória sobre o mal e a divisão. Nós te louvamos pelo teu sacrifício e pela tua ressurreição, que derrotou a  morte. Ajuda-nos em nossa luta diária contra toda adversidade. Que o Espírito Santo nos dê força e sabedoria para que, ao te seguir, possamos vencer o mal com o bem, a divisão com a reconciliação. Amém. 
Questões para refletir 
1.  Onde vemos o mal em nossas vidas? 
2.  De que maneira nossa fé em Cristo pode nos ajudar a vencer o mal? 
3.  O que podemos aprender das situações de nossa comunidade em que a divisão deu lugar à reconciliação?


QUINTO DIA   
Tema: Transformados pela paz do Senhor ressuscitado
Texto: Jesus veio, pôs-se no meio deles e lhes disse: A paz esteja convosco (Jo 20, 19) 
Leituras:
Ml 3, 22-24   Ele reconduzirá o coração dos pais para os filhos e o coração dos filhos para os pais  
Sl 133   Que prazer, que felicidade encontrar-se entre irmãos! 
Ef 2, 14-20   Reconciliar os dois grupos com Deus, ambos num só corpo 
Jo 20, 19-23   Jesus veio, pôs-se no meio deles e lhes disse: A paz esteja  convosco! 
Comentário 
As palavras finais do último livro de profetas do Antigo Testamento trazem a promessa de que Deus enviará seu Escolhido para estabelecer harmonia e respeito  em todos os lares. 
Geralmente tememos conflitos entre nações ou inesperadas agressões. Mas o profeta Malaquias chama a atenção para um dos conflitos mais difíceis de suportar: o coração partido nas relações entre pais e filhos. Essa restauração da unidade entre pais e filhos não é possível sem a ajuda de Deus – é o emissário de Deus que realiza o milagre da transformação no coração e nos relacionamentos das pessoas. 
O salmo mostra que grande alegria tal união entre as pessoas pode trazer. O ser humano não foi criado para viver sozinho, e não pode viver contente numa atmosfera hostil. A felicidade consiste em viver numa comunidade humana com harmonia, paz, confiança e compreensão. 
Boas relações entre as pessoas são como orvalho que cai sobre a terra seca e como um óleo perfumado que intensifica a saúde e o prazer. O salmo se refere ao bem derivado de viver unidos como uma bênção, um dom de Deus que não depende de mérito, como o orvalho. 
Viver juntos em unidade não é coisa que se restrinja unicamente aos membros da família – temos aí uma declaração de proximidade entre pessoas que aceitam a paz de Deus. 
A epístola nos fala daquele que o profeta Malaquias anunciou. Jesus traz unidade porque ele demoliu o muro de hostilidade entre pessoas em seu próprio corpo. Geralmente, a vitória de uma pessoa envolve a queda e a vergonha dos que foram derrotados, que preferem se retirar. 
Jesus não rejeita, destrói ou humilha; ele põe um fim à alienação. Ele transforma, cura e une a todos, para que possam ser membros da família de Deus. 
O evangelho relembra o dom do Senhor ressuscitado, oferecido a seus inseguros e aterrorizados discípulos. A paz esteja convosco – essa é a saudação de Jesus e também o seu dom. É também um convite a buscar paz com Deus e estabelecer novas, permanentes relações dentro da família humana e de toda a criação. Jesus derrubou a morte e o pecado. Pelo dom do Espírito Santo, o Senhor ressuscitado convida seus discípulos a participar de sua missão de trazer paz, cura e perdão ao mundo inteiro. Enquanto os cristãos permanecerem divididos, o mundo não ficará convencido da plena verdade da mensagem do evangelho sobre a nova humanidade que Cristo nos trouxe. Paz e unidade são as marcas dessa transformação. As Igrejas precisam assumir e testemunhar esses dons como membros de uma única família de Deus, construída sobre o seguro fundamento da pedra angular que é Jesus. 
Oração 
Amoroso e misericordioso Deus, ensina-nos a alegria de partilhar a tua paz. Enche-nos com teu Santo Espírito para que possamos demolir as paredes de hostilidade que nos separam. Que o Cristo ressuscitado, que é nossa paz, nos ajude a superar toda divisão e nos una como membros de sua família. Isso te pedimos em nome de Jesus Cristo, em quem, contigo e com o Espírito Santo, está toda honra e toda a glória para sempre. Amém. 
Questões para refletir 
1.  Que formas de violência em nossa comunidade podemos, como cristãos, enfrentar juntos? 
2.  Como experimentamos hostilidades ocultas que afetam nosso relacionamento de uns com  os outros, como comunidades cristãs? 
3.  Como podemos nos acolher uns aos outros como Cristo nos acolhe?


SEXTO DIA 
Tema: Transformados pelo amor persistente de Deus  
Texto: Esta é a vitória, nossa fé (Cf 1 Jo 5,4) 
Leituras: 
Hab 3, 17-19   O Senhor é o meu Senhor, ele é a minha força 
Sl 136, 1-4.23-26 A fidelidade de Deus é para sempre 
1 Jo 5, 1-6   A vitória que venceu o mundo é a nossa fé 
Jo 15, 9-17   Ninguém tem maior amor do que aquele que se despoja da vida por aqueles a quem ama 
Comentário 
No texto do Antigo Testamento, é a fé em Deus que mantém viva a esperança, apesar de todo fracasso. A lamentação de Habacuc vira alegria na fidelidade de Deus que dá força em face ao desespero. 
O salmo 136 confirma que a memória dos maravilhosos feitos de Deus na história de Israel é a prova da fidelidade do amor de Deus. Por causa da intervenção de Deus, o povo de Israel experimentou extraordinárias e surpreendentes vitórias. Relembrar as grandes obras de salvação de Deus é uma fonte de alegria, gratidão e esperança, que aqueles que crêem tem expressado ao longo dos séculos em oração, hinos de louvor e música. 
A epístola nos relembra que aquele que nasceu de Deus é o que vence o mundo. Isso não significa necessariamente que as vitórias podem ser medidas por padrões humanos. A vitória em Cristo envolve uma conversão de coração, a percepção da realidade terrena desde a perspectiva da eternidade e a crença na vitória final sobre a morte. Essa força vitoriosa é a fé, que tem Deus como fonte e doador. E a sua mais perfeita manifestação é o amor. 
Nas palavras do evangelho, Cristo garante a  seus discípulos o amor de Deus, cuja confirmação final é a morte do Salvador na cruz. Ao mesmo tempo, ele os convida e os desafia a mostrar amor uns aos outros. O relacionamento de Jesus com seus discípulos é baseado no amor. Ele não os trata simplesmente como discípulos, mas os chama de amigos. O serviço que eles tem que prestar a Cristo consiste em moldar suas vidas de acordo com o mandamento do amor, que é resultado de convicção interior e fé. Num espírito de amor, mesmo quando parece lento o progresso no caminho da plena unidade visível, não perdemos a esperança. A fidelidade do amor de Deus nos tornará capazes de superar o maior oponente e as mais profundas divisões. É por isso que a vitória que vence o mundo é a nossa fé e o poder transformador do amor de Deus.  
Oração 
Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus vivo, por tua ressurreição triunfaste sobre a morte, e te tornaste o Senhor da vida. Por causa de teu amor por nós, nos escolheste como amigos. Que o Espírito Santo nos una a ti e  uns aos outros em laços de amizade, para que possamos fielmente te servir neste mundo como testemunhas de teu amor fiel; pois tu vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo, um só Deus para sempre. Amém. 
Questões para refletir 
1.  Como devemos expressar o amor cristão em contextos de diferentes religiões  e filosofias? 
2.  O que temos de fazer para nos tornar testemunhas da fidelidade do amor de  Deus com  mais credibilidade num mundo dividido? 
3.  Como os seguidores de Cristo podem se apoiar mutuamente de maneira mais  visível pelo  mundo afora?


SÉTIMO DIA  
Tema: Transformados pelo Bom Pastor 
Texto: Apascenta as minhas ovelhas (Jo 21, 17) 
Leituras:
1 Sm 2, 1-10  Não é pela força que o homem triunfa 
Sl 23   Estás comigo com teu bastão e teu cajado 
Ef 6, 10-20   Armai-vos de força no Senhor 
Jo 21, 15-19   Apascenta as minhas ovelhas 
Comentário 
Os que superam o sofrimento necessitam de apoio do alto. Esse apoio vem através da oração. Lemos sobre o poder da oração de Haná no primeiro capítulo do livro de Samuel. No segundo capítulo, encontramos a prece de ação de graças de Haná. Ela percebeu que certas coisas acontecem somente com a ajuda de Deus. Foi  por desejo dele que Haná e seu marido se tornaram pais. Esse texto é um exemplo com o qual alguém pode fortalecer a sua fé no que pareceria uma situação sem esperança. É um exemplo de vitória. 
O bom pastor do Salmo 23 guia suas ovelhas mesmo através dos lugares mais escuros, confortando-as com a sua presença. Os que colocam sua fé no Senhor não precisam ter medo mesmo nas sombras da destruição ou desunião, pois seu pastor os guiará para os verdes pastos da verdade, para viverem juntos na própria casa do Senhor. 
Na Carta aos Efésios, o apóstolo Paulo nos incita a sermos fortes no Senhor e na força do seu poder, usando uma armadura espiritual: verdade, justiça, anúncio da Boa Nova, fé, salvação, a palavra de Deus, oração e súplica. 
O Senhor ressuscitado estimula Pedro – e na pessoa dele, cada discípulo - a descobrir em si mesmo um amor àquele que é o Único Verdadeiro Pastor. Se tiveres esse amor, então apascenta minhas ovelhas! Em outras palavras: alimenta-as, protege-as, cuida delas, fortaleceas – porque elas são minhas e me pertencem! Sê meu bom servidor e cuida daqueles que me amaram e seguem a minha voz. Ensina-lhes  o amor mútuo, a cooperação e a coragem à medida que eles caminham nos desvios e curvas da vida. 
Como resultado da graça divina, o testemunho  de Cristo que em nós foi confirmado nos obriga a agir conjuntamente pela causa da unidade. Temos a capacidade e a sabedoria para dar tal testemunho! Mas será que queremos? O Bom Pastor, que por sua vida, ensinamento e conduta fortalece todos aqueles que tiveram fé na Sua graça e proteção, nos convida a cooperar com ele incondicionalmente, Assim fortalecidos, seremos capazes de ajudar uns aos outros na estrada da unidade. Então, sejamos fortes no Senhor, para que possamos fortalecer outros num testemunho conjunto de amor. 
Oração 
Pai de todos, tu nos chamas para ser um só rebanho em teu Filho, Jesus Cristo. Ele é nosso Bom Pastor que nos convida a descansar em verdes pastos, nos conduz para águas calmas e restaura nossas almas. Ao segui-lo, possamos assim cuidar de outros para que todos vejam em nós o amor do único verdadeiro Pastor, Jesus Cristo nosso Senhor, que contigo vive e reina com o Espírito Santo, um só Deus para sempre. Amém.  
Questões para refletir:
1. Como pode o Bom Pastor inspirar-nos para a consolação, revitalizar e restaurar a confiança de aqueles que estão perdidos? 
2. De que forma podem os cristãos de várias tradições reforçarse mutuamente em confesar e testemunhar Jesus Cristo? 
3. Que significado tem para nos hoje a exortação de São Paulo: “Fortalecei-vos no Senhor...revesti-vos de toda a armadura de Deus”?


OITAVO DIA 
Tema: Unidos no Reino de Cristo
Texto: Ao vencedor, concederei sentar-se comigo no trono (Ap 3, 21) 
Leituras:  
1 Cr 29, 10-13 A riqueza e a glória vêm de ti 
Sl 21, 1-7  Pões em sua cabeça uma coroa de ouro 
Ap 3, 19b-22  Ao vencedor, concederei sentar-se comigo no trono 
Jo 12, 23-26  Se alguém me servir, o Pai o honrará 
Comentário 
Jesus Cristo é o primogênito entre os mortos. Ele se humilhou e foi exaltado. Cristo não tem ambição de vitória, mas partilha com todos seu reino e sua exaltação. 
O hino de Davi, nascido da alegria do rei e  do povo antes que o templo fosse construído, expressa a verdade de que tudo acontece pela graça. Mesmo um monarca terreno pode ser uma imagem do reino de Deus, que tem em suas mãos o poder de tornar todos grandes e darlhes força.  
O salmo de ação de graças do rei dá continuidade a essa idéia. A tradição cristã também vê aí um sentido messiânico: Cristo é o verdadeiro rei, cheio de bênção e vida, a perfeita presença de Deus no meio do povo. Num certo sentido, essa imagem também pode se referir ao povo. Acaso não são os seres humanos o coroamento da criação? Não é verdade que Deus quer que nos tornemos co herdeiros com seu Filho e membros da sua Casa real? 
As cartas do livro do Apocalipse às sete Igrejas locais constituem uma mensagem para a Igreja em todos os tempos e lugares. Todos aqueles que acolhem Cristo em suas casas serão convidados a partilhar com ele o banquete da vida eterna. A promessa a respeito de sentar em tronos, previamente anunciada aos Doze, é agora estendida a todos os que são vitoriosos. 
Onde eu estiver, aí estará meu servo também.  Podemos ligar a fala de Jesus (eu estou) ao impronunciável nome de Deus (eu sou aquele que sou, eu estou). O servo de Jesus, que o Pai honra, estará onde estiver o seu Senhor, que se sentou à direita do Pai para reinar. 
Os cristãos sabem que a unidade entre eles, mesmo se requer esforço humano, é acima de tudo um dom de Deus. É uma participação na vitória de Cristo sobre o pecado, a morte e o mal que causa divisão. Nossa participação na vitória de Cristo atinge sua plenitude no céu. 
Nosso testemunho comum do Evangelho deveria mostrar ao mundo um Deus que não nos limita nem nos derrota. Devemos anunciar com credibilidade, às pessoas de nossos tempos, que a vitória de Cristo vence tudo que nos impede de partilhar a plenitude da vida com Ele e uns com os outros. 
Oração 
Poderoso Deus, que a todos governas, ensina-nos a contemplar o mistério da tua glória. Concede-nos que possamos aceitar teus dons com humildade e respeitar a dignidade de cada pessoa. Que o teu Santo Espírito nos fortaleça nas batalhas espirituais que temos pela frente para que, unidos em Cristo, possamos reinar  com Ele na glória. Concede-nos isso através dEle, que se humilhou e foi exaltado, que vive  contigo e o Espírito Santo, para sempre. Amém. 
Questões para refletir 
1.  De que maneiras se manifestam em nossa  vida a falsa humildade e o desejo de glória terrena? 
2.  Como expressamos juntos nossa fé no Reino de Cristo? 
3.  Como vivemos nossa esperança na vinda do Reino de Deus?


RECURSOS ADICIONAIS
As preces seguintes, para os oito dias, são baseadas no tema de cada dia. Junto com o bloco formado pelas leituras bíblicas e a prece de cada dia, podem ser usadas para formar uma estrutura simples de oração para cada dia da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.


Primeiro dia 
O Servo Vencedor 
D:   Senhor, a desobediência de Adão e Eva trouxe-nos sofrimento e morte, e a família  humana foi ferida e dividida. Tem piedade de nós! 
A:  Tem piedade de nós! 
D: Cristo, endurecemos nossos corações quando nos ensinaste através dos servidores da tua  palavra. Tem piedade de nós! 
A:  Tem piedade de nós! 
D: Senhor, sabes que não te temos servido em nossos irmãos e irmãs. Tem piedade de nós! 
A: Tem piedade de nós! 
D: Que o Senhor Todo Poderoso tenha piedade de nós, perdoando nossos pecados, e nos leve  para a vida eterna. 
A: Amém.


Segundo dia 
Transformados na paciente espera pelo Senhor 
D:  Senhor, a ti dirigimos nossa prece. Nós te pedimos o dom de olhar nossa vida à luz da tua sabedoria. 
A:  Ouve-nos, ó Senhor! 
D:  Nós te pedimos o divino dom da paciência em situações em que a justiça humana falha. 
A:  Ouve-nos, ó Senhor! 
D:  Nós te pedimos a capacidade de orar e esperar naquelas situações em que só o teu dom  pode satisfazer nossa necessidade. 
A:   Ouve-nos, ó Senhor! 
D:  Escuta-nos quando a ti clamamos, ó Deus, e concede-nos o discernimento da  plenitude de tua justiça, através de Cristo, nosso Senhor. 
A:   Amém.


Sob a inteira responsabilidade do Grupo Ecumênico da Polônia. 
Terceiro dia 
Transformados pelo Servo Sofredor 
D: A cruz é o sinal de vitória. E por isso proclamamos: Nós te adoramos, ó Senhor! 
A:   Nós te adoramos, ó Senhor! 
D:  Por tua cruz – a catedral da verdade e o reino da misericórdia 
A:   Nós te adoramos, ó Senhor! 
D:  Por tua cruz – a árvore da vida e o trono da graça 
A:   Nós te adoramos, ó Senhor! 
D:   Por tua cruz – o sinal da compaixão e o sinal da esperança 
A:   Nós te adoramos, ó Senhor! 
D:  Senhor, morreste na cruz para reunir na  unidade os dispersos filhos de Deus. Que a  contemplação da tua cruz transforme nossa compreensão do sofrimento, porque vives e  reinas para sempre. 
A:   Amém.


Quarto dia 
Transformados pela vitória do Senhor sobre o mal 
D:  A chegada do Reino de Deus é a derrota do reino de Satanás. Jesus, quando  derrota o tentador no deserto, e liberta as pessoas do poder dos maus espíritos,  antecipa a grande vitória da Hora de sua Paixão. O governante deste mundo é  expulso. No último pedido da Prece do Senhor – mas livra-nos do mal –  oramos a Deus para que Ele torne visível a vitória que já aconteceu em Cristo.  No  espírito desse pedido, clamamos: Salva-nos, ó Senhor! 
A:  Salva-nos, ó Senhor! 
D:  De todo mal 
A:   Salva-nos, ó Senhor! 
D:  De todo pecado 
A:  Salva-nos, ó Senhor! 
D:  Das armadilhas de Satanás 
A:  Salva-nos, ó Senhor! 
D:   Do ódio e de toda má vontade 
A:   Salva-nos, ó Senhor! 
D:  Da morte eterna 
A:   Salva-nos, ó Senhor!
D:   Salva-nos, ó Senhor, de todo mal e apóia-nos na tua misericórdia, tu que vives  e reinas para sempre 
A:  Amém.


Quinto dia 
Transformados pela paz do Senhor Ressuscitado 
D: Oremos ao Senhor Ressuscitado pelos cristãos e por todos os povos da terra:   dá-nos a tua paz! 
A:  Dá-nos a tua paz!
D:  Concede a bênção da paz às nações. 
A:   Dá-nos a tua paz! 
D:  Sustenta os que estão trabalhando pela visível unidade da Igreja. 
A:  Dá-nos a tua paz! 
D:  Cuida daqueles que chamaste para pastorear o teu rebanho.  
A:   Dá-nos a tua paz! 
D:  Fortalece o amor dos casais. 
A:  Dá-nos a tua paz! 
D:  Traze a reconciliação dentro das famílias, entre vizinhos e na sociedade. 
A:   Dá-nos a tua paz! 
D:  Senhor, fica no meio de nós e concede-nos  unidade e paz, tu que  vives e reinas para  sempre. 
A:   Amém.


Sexto dia 
Transformados pelo amor persistente de Deus 
D:  A Ele que é o único digno de fé, clamamos: Amém – eu creio! 
A:  Amém – eu creio! 
D:  No único Deus: Pai, Filho e Espírito Santo 
A:  Amém – eu creio!
D:  No Filho de Deus que se fez homem 
A:  Amém – eu creio!
D:  Em sua morte, ressurreição e ascensão 
A:   Amém – eu creio!
D:  No dom do Espírito Santo 
A:  Amém – eu creio!
D:   Na nova vinda de Cristo na glória 
A:   Amém – eu creio!
D:   Que Sua graça é mais forte do que o pecado 
A:   Amém – eu creio!
D:  Na ressurreição do corpo e na vida eterna no Reino 
A:  Amém – eu creio!
D:  Senhor, anima a fé da tua Igreja em sua peregrinação pelo mundo inteiro e leva teus  filhos a ver o esplendor de tua majestade face a face , tu que vives e reinas para sempre. 
A:   Amém.


Sétimo dia 
Transformados pelo Bom Pastor 
D:   O Senhor não nos abandonou. Em todas as experiências de nossa vida ele nos guia com  seu bastão e seu cajado. Ele é o nosso Bom Pastor. Por isso dizemos: Nós te  damos graças, Senhor! 
A:  Nós te damos graças, Senhor! 
D:  Pela vida e por todos os dons com que nos fortaleces 
A:  Nós te damos graças, Senhor! 
D:  Pelo dom da tua palavra 
A:  Nós te damos graças, Senhor! 
D:  Pela perseverança na fé 
A:   Nós te damos graças, Senhor! 
D:  Pelas testemunhas confiáveis do teu Evangelho 
A:   Nós te damos graças, Senhor! 
D:  Por todas as coisas que não podemos enumerar ou deixar de perceber 
A:   Nós te damos graças, Senhor! 
D:  Nós te agradecemos, Senhor, por todos os dons que nos deste para que não  desistíssemos pelo caminho ou nos tornássemos fracos em nossa luta espiritual, tu que vives e reinas para sempre. 
A:  Amém.


Oitavo dia 
Unidos no Reino de Cristo 
D:  Uma antiga homilia pregava: 
 O trono celestial já está preparado, os  servos aguardam atentamente, a câmara  nupcial já foi construída, a comida está  pronta, o lugar de eterna morada está  adornado, os tesouros eternos foram abertos, o e Reino do Céu, preparado desde a criação do mundo, está finalmente aberto. 
D:  No grande desejo de permanecer com Cristo, nós o adoramos e dizemos: Seja exaltado para sempre! 
A:  Seja exaltado para sempre!
D:  Senhor do tempo e da eternidade 
A:   Seja exaltado para sempre!
D:   O primogênito dos mortos 
A:   Seja exaltado para sempre!
D:   Aquele que tem as chaves da morte e do inferno 
A:   Seja exaltado para sempre!
D:  Aquele que é o Senhor dos que governam e o Rei dos que reinam 
A:   Seja exaltado para sempre! 
D:   Aquele que é, que era e que vem 
A:   Seja exaltado para sempre! Amém.


Senhor, tende piedade.
Cristo, tende piedade.
Senhor, tende piedade.


Pai Nosso


Não é a paz que reina na terra
Mas a guerra e o conflito,
Opressão e cadeias
Que reduzem tantos ao silêncio.
A paz esteja contigo,
Eu te deixo a paz,
Minha paz eu te dou,
Não como a dá o mundo
Disse-nos o Senhor.
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