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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Crimes de ateísmo



Uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa.
Cristão é cristão, ateu é ateu.

Se o cristianismo matou, fez errado, sim. Embora as circunstâncias daquela época tenham colaborado, e ainda que todo esse acontecimento histórico tenha sido necessário para se evitar um mal maior - como realmente o foi - a Inquisição foi uma mancha para a Igreja, que sofre até hoje as suas consequências. Ainda que tivesse sido apenas uma única vida, Jesus Cristo morreu na cruz por ela!

Quanto ao ateísmo, este não tem porque conservar a vida, já que a vida, para um ateu, não tem nenhum valor. Ou seja, é de se esperar que um ateu pense e aja desta maneira.

Mas o cristão sabe o real valor de uma vida, pois o Filho de Deus, Jesus Cristo, deu a sua vida numa Cruz por cada um de nós - ateus e cristãos.

Muita gente não compreende porque morre, no mundo, 1 cristão a cada 5 minutos, e os cristãos não reagem. Sim, isso não nos abala, pois cada cristão que morre é um mártir que nasce e, através do seu testemunho, milhares de conversões acontecem e outras tantas vocações florescem, de tantos outros cristãos igualmente capazes de dar a sua vida, porque dar a vida é seguir o Mestre, é ganhá-la para a eternidade.
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Uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa,
da mesma forma que os crimes de pedofilia cometidos por padres não têm desculpa. Eles não são pastores protestantes, não são ateus, para que comparemos os números de quem fez mais ou menos. Eles são padres católicos, têm a compreensão que outros não possuem. O peso é bem maior!

No final, Deus julgará a todos, ateus e cristãos, padres e não-padres.
A quem muito foi dado, muito será cobrado.

Raquel Nascimento Pereira

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Perseguição aos cristãos

Presidente da Federação Caldeia dos Estados Unidos fala do êxodo cristão

ROMA, domingo, 24 de julho de 2011 – Existe um plano para expulsar os cristãos do Iraque e do Oriente Médio, denuncia Joseph Kassab, diretor executivo da Federação Caldeia da América do Norte.
Kassab falou da situação e de como ajudá-los no programa de televisão Deus chora na Terra, da Catholic Radio and Television Network, em colaboração com Ajuda à Igreja Necessitada.

- Os cristãos estão fugindo em massa do Iraque. Como era a situação antes da invasão dos Estados Unidos?
- Kassab: O número de cristãos no Iraque antes da guerra de 2003 era um milhão e duzentos mil. Agora são menos de 300.000, e a maioria deles teve que fugir para o norte do Iraque atrás de mais segurança. Outros 300.000, 400.000, estão procurando asilo como refugiados nos países vizinhos, Jordânia, Síria, Turquia, Líbano e Egito. Alguns na Europa. Uma das razões disso é a violência cruel contra eles. As atrocidades são intoleráveis e incríveis. Os cristãos não andam armados, não têm uma milícia que os proteja, não têm tribos que os ajudem. Então viraram alvos fáceis. E os cristãos iraquianos são conhecidos como a elite, os mais educados, os acadêmicos, o mundo do pensamento iraquiano.

- Como era para os cristãos na época de Saddam Hussein?
- Kassab: Vamos explicar assim: com Saddam havia ordem, mas não havia lei; agora não há nem lei nem ordem. De certa forma, então, eles estavam melhor naquela época, porque havia um pouco de ordem, e em certo sentido havia algo que os protegia. Até que, na última década, Saddam tinha se tornado impiedoso, perseguia os cristãos de diversas formas. Ele mandou os seminaristas para a guerra contra a vontade; os obrigou a usar armas e matar gente. Nacionalizou as nossas instituições cristãs e proibiu batizar os cristãos com nomes bíblicos. Ele obrigou os cristãos a se filiar ao partido Ba’ath. Aconteciam todos esses abusos, mas, em termos de segurança, aos cristãos estavam melhor do que hoje.

- Como o senhor descreve a situação política do Iraque de hoje?
- Kassab: Depois da guerra houve muitas mudanças drásticas. Uma das mais importantes foi a formação de mais de 300 partidos políticos. Antes da guerra só havia um. Os norte-americanos marginalizaram o exército iraquiano, e agora os soldados lutam contra os americanos e contra o governo recém-criado. O desemprego aumentou 90% e as pessoas não sabem o que fazer. A situação continua caótica. Se você me perguntar se a democracia surgiu no Iraque, eu duvido muito. O princípio da democracia se baseia em dois pilares: o primeiro é o governo da maioria. O segundo, que é mais importante, é o reconhecimento e o respeito pelos direitos das minorias, e o respeito pelos direitos civis e religiosos. Isto não aconteceu no Iraque, então a democracia não germinou ainda.

- Na nova constituição iraquiana, existe um artigo que garante a liberdade de expressão religiosa. Existe liberdade religiosa?
- Kassab: A constituição reconhece a liberdade religiosa, mas a constituição é muito breve em termos de direitos das minorias religiosas como os cristãos. Há uma contradição com o artigo segundo, que diz que o islã é a religião majoritária e que não pode ser emitida nenhuma sentença contrária ao islã. Quer dizer que as pessoas que não professam o islã têm menos direitos, na prática. Eu acho necessário revisar a constituição do Iraque. Os cristãos deveriam ter mais representação no parlamento e no governo para poderem sobreviver.

- Os cristãos sofrem cada vez mais perseguição e violência. Por quê?
- Kassab: Eu acho que existe um propósito oculto. Acredito que o objetivo é expulsar os cristãos não só do Iraque, mas de todo o Oriente Médio. É o que está acontecendo, mas a comunidade internacional não fala nada. Não sabemos por que eles querem esvaziar esta região de cristãos, porque aqui é o berço do cristianismo.

- Os cristãos são o povo “indígena” da região?
Kassab: Os cristãos são os indígenas da região, sim, porque os nossos antepassados e a nossa história remontam a 5.000 anos, a 3.000 anos antes de Cristo. Eu não entendo por que isso acontece hoje. Eu acho que existe mesmo essa agenda oculta para deixar nesta região em particular uma religião só, em vez de ser uma região com diversidade de religiões.

- Do que exatamente nós estamos falando quando falamos de violência contra os cristãos?
Kassab: De muitas atrocidades e histórias não documentadas, terríveis. Por exemplo, tivemos o caso de uma mulher cristã de 24 anos, chamada Rita. Por causa das ameaças e da intimidação ela fugiu do Iraque para a Jordânia. Depois de um mês lá, ela ouviu dizer que os três irmãos dela, que tinham ficado no Iraque, tinham sido sequestrados pelos fundamentalistas. Ela teimou em voltar para ajudar a salvá-los. E foi sequestrada pelos mesmos sequestradores. Ficou cinco dias no cativeiro, apanhou e foi estuprada vezes e mais vezes! A família pagou o resgate. E aí ela pôde contar a história. Ela disse que durante aquela experiência terrível rezou para Deus e prometeu a Cristo que seria cristã até a morte.

- Os cristãos morrem por serem cristãos?
Kassab: Sim. Temos o caso de Ajad, de 14 anos. Seu trabalho era guardar o gerador elétrico de seu bairro. Assim ele ajudava sua mãe economicamente. Seu pai tinha sido assassinado pelos insurgentes. Uma noite, enquanto estava no trabalho, um fundamentalista o cercou e disse: “Que está fazendo aqui?”. Ele respondeu: “Estou guardando isto; é o meu trabalho”. Viram que ele usava uma cruz e lhe disseram: “Você é cristão?”. E ele: “Sim, sou”. Eles disseram: “Tem de se converter ao Islã, ou morre”. Respondeu: “Prefiro morrer como cristão a converter-me ao Islã”. Eles o mataram e o crucificaram. Depois, lançaram seu corpo em uma fogueira. Esse é o tipo de história que se ouve no Iraque.

- Certo número de membros da hierarquia católica, bispos, sacerdotes e diáconos, tem sido objetivos.
- Kassab: 59 igrejas no Iraque foram queimadas, atacadas a bomba, e muitos membros do clero de nossa Igreja foram sequestrados, assassinados. Tudo que é um alvo fácil, sobretudo os cristãos, converte-se em objetivo dos fundamentalistas.

- Por que os cristãos são um “objetivo fácil”?
- Kassab: A razão são suas crenças cristãs. Acreditam na paz. Não gostam de lutar. Ademais, são donos de muitas empresas e são empresários de êxito. Pagam os resgates quando são sequestrados. É também uma forma como os fundamentalistas intimidas estes grupos religiosos minoritários.

- Já ouviu relatos de muçulmanos moderados que trabalham para salvar os cristãos?
- Kassab: Sim. Há muitas histórias a contar sobre muçulmanos moderados que protegem os cristãos iraquianos. Isso é especialmente verdade entre vizinhos. Esse é um sinal positivo no Iraque, que espero que prossiga.

- Os cristãos estão se deslocando para a planície de Nínive. É uma boa ideia?
- Kassab: Sim e não. Explico: é uma boa ideia que nossa gente se dirija para áreas seguras, ao menos pelo momento, para sobreviver. Ali eles estão perto dos curdos, que, nesta situação, simpatizam com todas as minorias religiosas do Iraque que estão sofrendo. Mas, ao mesmo tempo, há muitos mal-entendidos na ideia de que, se se faz isso, tornam-se vulneráveis porque se concentram em uma área. Não é isso que estamos pedindo. O que pedimos é uma zona de administração própria, onde possam cuidar de si mesmos. Outra proposta é que deveria haver um Conselho Iraquiano de Segurança para as Minorias.

- Que podemos fazer?
- Kassab: Temos de informar, nossa palavra tem de ecoar. Tem de se tornar pública, como estamos fazendo agora. Também gostaríamos de ver as organizações humanitárias na região, para oferecer ajuda imediata às pessoas. Trata-se de um apelo importante para resgatar nosso povo, especialmente os refugiados. Eles estão passando por um momento terrível nos países em que buscaram asilo. Agora é o momento de chamar à reconciliação todas as pessoas do Iraque, para que se unam, e não se fragmentem. Quando isso ocorrer, os cristãos sem dúvida ficarão em situação melhor.

- Que seria de um Iraque sem cristãos?
- Kassab: Os cristãos, como disse, são parte integrante do Iraque. São a elite. São os com maior grau de educação e contribuíram muito para o Iraque, sem receber nada em troca, nem ter uma agenda oculta. Por isso, o Iraque sem os cristãos não será o mesmo Iraque que conhecemos durante séculos.
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Esta entrevista foi realizada por Mark Riedemann para "Deus chora na terra", um programa rádio-televisivo semanal produzido por Catholic Radio and Television Network, (CRTN), em colaboração com a organização católica Ajuda à Igreja que Sofre.
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É preciso entender que:

"A vida dos justos está nas mãos de Deus, e nenhum tormento os atingirá. Aos olhos dos insensatos parecem ter morrido; sua saída do mundo foi considerada uma desgraça e sua partida do meio de nós, uma destruição; mas eles estão em paz.
Aos olhos dos homens parecem ter sido castigados, mas sua esperança é cheia de imortalidade; tendo sofrido leves correções, serão cumulados de grandes bens, porque Deus os pôs à prova e os achou dignos de si. Provou-os como se prova o ouro no fogo e aceitou-os como ofertas de holocausto.
No dia do seu julgamento hão de brilhar, correndo como centelhas no meio da palha. Vão julgar as nações e dominar os povos, e o Senhor reinará sobre eles para sempre. Os que nele confiam compreenderão a verdade, e os que perseveram no amor ficarão junto dele, porque a graça e a misericórdia são para seus eleitos." (Livro da Sabedoria, cap. 3, vv. 1-9)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

MONSENHOR ESTANISLAU: 51 ANOS DE VIDA SACERDOTAL

Neste dia 3 de julho de 2011 o nosso pároco e reitor Monsenhor Estanislau completará mais um ano de vida sacerdotal.  O que podemos dizer? O que podemos fazer por quem tanto fez por nós?

Monsenhor Estanislau está neste Santuário desde 1986, ou seja, há 25 anos! Muitos dos que hoje frequentam esta paróquia foram batizados por ele. Ele foi o primeiro confessor de muitos de nós, foi quem nos deu pela primeira vez a Eucaristia, a primeira bênção, a primeira missa, o primeiro conselho, a primeira absolvição. Visitou nossas casas, abençoando nossos lares e nossas famílias, consolando nossas dores, ungindo-nos nas doenças, dando-nos forças para seguirmos em frente.

Sim, ele está neste Santuário em nome de Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote. É o sacerdote escolhido para ser o nosso sacerdote, o nosso padre, para conviver conosco, conhecer as nossas famílias desde a raiz, e nos levar à santidade, sob à luz das Mensagens de Fátima!

Se um dia chegarmos aos céus – o que é o objetivo de cada um de nós – muito devemos a este sacerdote que, com a sabedoria que lhe vem do alto, nos guia para Deus. Sendo instrumento nas mãos do Pai, deixa-se conduzir, sem medo, pelo caminho da paz, semeando a concórdia, a unidade e o verdadeiro amor a Jesus Cristo e à Igreja. Ele não se cansa e não desiste nunca da nossa conversão, a fim de que tenhamos coragem de subir, dia após dia, mais e mais degraus. Sim, ele quer que sejamos santos! É por isso que se aplica tanto em nos ensinar, exortando-nos o tempo todo, mostrando-nos o caminho da porta estreita, conduzindo-nos pela mão, ouvindo as nossas lamúrias e orientando-nos para o Pai.

O que dizer de um sacerdote assim? O que fazer por ele, em retribuição? Como retribuir a uma pessoa que, de tão entregue a Deus, se doa a nós tão completamente, tão inteiramente e tão incansavelmente? Sim, porque somos “um povo de cabeça dura”! Mas este sacerdote não se abate. Ele sabe e compreende que somos ainda como crianças e que necessitamos da sua orientação, do seu conselho, da sua presença em nossa vida. Ele está sempre do nosso lado, sempre atento a cada passo que damos, a cada tropeço, a cada queda.  E ainda que fujamos, ainda que escapemos do redil, ainda que tropecemos, que nos machuquemos, que desanimemos, que não compreendamos a ação divina em nós, ali está ele, como um bom pastor, com a sua mão estendida, pronto para nos reerguer e nos trazer de volta ao rebanho, à graça divina.

Monsenhor Estanislau, nós agradecemos a Deus pela sua presença entre nós! Sim, agradecemos a Deus pela sua vida, pela sua saúde, pela sua disposição, pela sua vontade sempre pronta, pela sua compreensão, pela sua vida toda dedicada à Igreja e a nós, seus filhos espirituais. Só um homem de muita oração pode ser assim, tão cheio de amor, tão repleto de dons, tão cheio de Deus!

Muito obrigado por todos esses anos de convívio! Por sua causa hoje somos um povo diferente, somos um povo novo, mais equilibrado, mais forte, mais sereno, mais capaz. Hoje, cada um de nós faz a diferença na sociedade, cada um de nós se destaca, aonde quer que vá, pela sua fé e adesão a Jesus Cristo. Sim, somos cristãos de fato. Ainda que fracos e pequenos, estamos prontos para defender a nossa fé e os valores cristãos!

Obrigado, Monsenhor Estanislau, por ouvir e aceitar o convite de Jesus – “Vem e segue-me” – na promessa do cêntuplo: "Em verdade vos digo: ninguém há que tenha deixado casa ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras por causa de mim e por causa do Evangelho, que não receba, já neste século, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras - com perseguições - e no século vindouro, a vida eterna. (Mc 10, 29-30).

Nós somos os seus irmãos, irmãs, mães e filhos, e a sua casa é aqui, neste solo fecundo, no meio de nós! Rogamos a Nossa Senhora de Fátima que o abençoe, todos os dias de sua vida!

Comunidade do Santuário Nossa Senhora de Fátima
CURITIBA - PARANÁ - BRAZIL

(Raquel Nascimento Pereira)

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Prova filosófica da existência de Deus (Olavo de Carvalho)


Resumo em dois minutos:
Se um dia aconteceu um fenômeno chamado Big Bang (a origem do cosmos), é porque determinadas forças se juntaram numa determinada proporção matemática capaz de produzir esse efeito. Se isso aconteceu num determinado momento, é porque essa proporção matemática já era válida para produzir esse efeito, desde muito antes que ela se produzisse. 
Todos os fenômenos da natureza expressam proporções matemáticas que são válidas antes de os fenômenos se manifestarem.  A totalidade das proporções matemáticas que regem o cosmos existem eternamente, muito antes da existência do cosmos, inclusive as proporções matemáticas que permitem que um animal dotado de um cérebro pense e tenha consciência. Se você tomar a totalidade dessas proporções e dessas relações, você obtém o Logos Divino. O Logos Divino preexiste ao Universo. Ponto. Isto é um dado científico. Não há ninguém que possa responder a isso.
Agora, se um sujeito disser: "Não, as proporções não eram válidas na esfera das possibilidades, elas só se tornaram válidas na esfera da realidade.", aquilo que é real é, por definição, possível. O esquema total das possibilidades realizáveis é o Logos Divino, e ele necessariamente preexiste à existência da própria realidade cósmica.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

EUCARISTIA


A vítima, o cordeiro,
o holocausto.

O filho único,
a oferenda perfeita
na lenha e no fogo:
a consumação.

Do maior e do mais forte,
do Santo.

Do menor e do mais frágil,
do mais humilde.

Do primeiro e do último,
do único.

Um nascimento, uma parábola,
uma pregação.

O rosto do Pai, a vontade do Pai,
o amor do Pai.

Uma paixão, um silêncio:
a ressurreição.

A ignomínia, a pobreza,
a cruz.

A humanidade, a divindade,
o pleno.

A razão e a loucura,
a realidade e o sonho,
a violência e a paz.

A fina flor do trigo,
o trabalho do homem,
a procissão.

A palavra,
o milagre,
a hóstia viva:
a redenção.

Por Raquel Nascimento Pereira
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domingo, 19 de junho de 2011

A Santíssima Trindade

As três pessoas da Santíssima Trindade é um só Deus em Três Pessoas distintas.
O Pai, o Filho e o Espírito Santo possuem a mesma natureza divina,
a mesma grandeza, bondade e santidade.

Apesar disso, através da história, a Igreja tem observado que certas atividades
são mais apropriadas a uma pessoa que a outra.

A Criação do mundo é mais apropriada ao Pai; a redenção, ao Filho,
e a Santificação, ao Espírito Santo.

Nenhuma das Três Pessoas Trinitárias exerce mais ou menos poder sobre as outras.
Cada uma delas tem toda a divindade, todo poder e toda a sabedoria.

E justamente, nesta breve dissertação, constatamos a profundidade do mistério da Santíssima Trindade, ante a complexidade em assimilar a magnitude
de Três Pessoas distintas formando um só Deus.

Trata-se, portanto, de um grande mistério, central da fé cristã.

As Escrituras são claras a respeito da Santíssima Trindade,
desde o Antigo até o Novo Testamento.

A festa da Santíssima Trindade é um dos dias mais importantes do ano litúrgico.

Nós, como cristãos, a celebramos convictos, pelos ensinamentos da Igreja,
que possui a plenitude das verdades reveladas por Cristo.

É dogma de fé estabelecido, a essência de um só Deus em Três Pessoas distintas:
Pai, Filho e Espírito Santo.

É um mistério de difícil interpretação,
impossível de ser assimilado pelas limitações humanas.

Há séculos a Santa Igreja ensina o mistério de Três Pessoas em um só Deus, baseada nas claras e explícitas citações bíblicas. Mas desaconselha a investigação no sentido de decifrar tão grande mistério, dada a complexidade natural que avança e se eleva para as coisas sobrenaturais.

Santo Agostinho de Hipona, grande teólogo e doutor da Igreja,
tentou exaustivamente compreender este inefável mistério.

Certa vez, passeava ele pela praia e, completamente compenetrado, pediu a Deus luz para que pudesse desvendar o enigma. Até que se deparou com uma criança brincando na areia. Fazia ela um trajeto curto, mas repetitivo. Corria com um copo na mão até um pequeno buraco feito na areia, e ali despejava a água do mar; sucessivamente voltava, enchia o copo e o despejava novamente.

Curioso, perguntou à criança o que ela pretendia fazer.

A criança lhe disse que queria colocar toda a água do mar dentro daquele buraquinho.
No que o Santo lhe explicou ser impossível realizar aquele intento.

Aí a criança lhe disse: “É muito mais fácil o oceano todo ser transferido para este buraco,
do que se compreender o mistério da Santíssima Trindade”.
E a criança, que era um anjo, desapareceu...

Santo Agostinho concluiu que a mente humana é extremante limitada
para poder assimilar a dimensão de Deus e que, por mais que se esforce,
jamais poderá entender esta grandeza por suas próprias forças ou por seu raciocínio.

Só o compreenderemos plenamente na eternidade,
quando nos encontrarmos no céu com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Ao participarmos da Santa Missa observamos que, desde o início,
no sinal da cruz, até o momento da bênção trinitária final,
constantemente o sacerdote invoca a Santíssima Trindade,
particularmente durante a pregação eucarística.

As orações que o padre pronuncia após a consagração,
que por certo são dignas de serem ouvidas com atenção e recolhimento,
são dirigidas a Deus Pai, por mediação de Jesus Cristo,
em unidade com o Espírito Santo.

E é na missa onde o cristão logra vislumbrar, pela graça do Espírito Santo,
o mistério da Santíssima Trindade.

Devemos, neste momento, invocar a Deus Trino que aumente nossa fé,
porque sem ela será impossível crer neste mistério, mistério de fé no sentido estrito.

Mesmo sem conseguir penetrar na sua essência o cristão deverá, simplesmente, crer nele.

O mistério da Santíssima Trindade é uma das maiores revelações
feita por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Os judeus adoram a unicidade de Deus
e desconhecem a pluralidade de pessoas e a sua unidade substancial.

Os demais povos adoram a multiplicidade de deuses.

O cristianismo é a única religião que, por revelação de Jesus,
prega ser Deus Uno, em Três Pessoas distintas:

DEUS PAI
Não foi criado e nem gerado. É o “princípio e o fim, princípio sem princípio”;
por si só é Princípio de Vida, de quem tudo procede;
possui absoluta comunhão com o Filho e com o Espírito Santo.
Atribui-se ao Pai a Criação do mundo.

DEUS FILHO
Procede eternamente do Pai, por quem foi gerado, não criado.
Gerado pelo Pai porque assumiu no tempo a sua natureza humana, para nossa Salvação.
É Ele eterno e consubstancial ao Pai (da mesma natureza e substância).
Atribui-se ao Filho a Redenção do Mundo.

DEUS ESPÍRITO SANTO
Procede do Pai e do Filho;
é como uma expiração, sopro de amor consubstancial entre o Pai e o Filho;
pode-se dizer que Deus, em sua vida íntima, é o Amor que se personaliza no Espírito Santo. Manifestou-se primeiramente no Batismo e na Transfiguração de Jesus;
depois, no dia de Pentecostes, sobre os discípulos.
Habita nos corações dos fiéis com o dom da caridade.
Atribui-se ao Espírito Santo a Santificação do mundo.

O Pai é pura Paternidade, o Filho é pura Filiação e o Espírito Santo, puro nexo de Amor.
São relações subsistentes que, em virtude de seu impulso vital,
saem um ao encontro do outro em perfeita comunhão,
onde a totalidade da Pessoa está aberta à outra, distintamente.

Este é o paradigma supremo da sinceridade e liberdade espiritual
a que devem ter as relações interpessoais humanas,
num perfeito modelo transcendente,
só assim, compreensível ao entendimento humano.

É desta forma que devemos conhecer a mensagem da Santíssima Trindade,
mesmo sem alcançar os segredos do seu mistério.

Desta maneira, devemos nos comprometer a adquirir certas atitudes
nas nossas relações humanas.

A Igreja nos convida a “glorificar a Santíssima Trindade”
como manifestação da celebração.

Não há melhor forma de fazê-lo senão revisando as relações com nossos irmãos,
para melhorá-las e assim viver a unidade querida por Jesus:

“Que todos sejam um”.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A EVOLUÇÃO DA DECADÊNCIA

por Raquel Nascimento Pereira

NOTÍCIAS DO DIA
Símbolos cristãos.
Sexo livre.
Descriminalização do aborto.
Legalização do casamento gay.
Marcha pela maconha.
Descriminalização das drogas.
Campanha pelo desarmamento.
Mortes.
Mortes.
Mortes.

PALAVRAS DO DIA
Descristianização
Descriminalização
Discriminação
Feminismo
Desestruturação
Desqualificação
Desconstrução
Desarmamento
Preconceito
Bullying
Mortes
Mortes
Mortes

  Não há mais argumentos.
Não há mais justificativas.
Não há moral.
Não há quem escute.
Não há infratores.
Não há leis.

Há mortes.

O homem não existe.
A mulher também não.
O mal não existe.
O bem também não.

Há mortes.

ACABOU.
TUDO ESTÁ RESOLVIDO.
TUDO ESTÁ DECIDIDO.
TUDO ESTÁ CONSUMADO.
ACABOU.
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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Os pecados da Igreja

Conta-se que Napoleão, o vencedor de tantas batalhas, após ter mantido o Papa Pio VII prisioneiro em Fontainebleau por longo tempo, queria tomar a Igreja Católica sob a sua tutela para assim alcançar a hegemonia total na Europa. Com isso em mente, redigiu uma Concordata que entregou ao Secretário de Estado, o cardeal Consalvi. O imperador disse ao cardeal que voltaria no dia seguinte e que queria o documento assinado.

Após ler a Concordata, Consalvi informou Sua Santidade de que assinar o documento equivaleria a vender a Igreja ao Imperador da França e, por conseguinte, implorou-lhe que não o assinasse. Quando Napoleão voltou, o cardeal informou-o de que o documento não havia sido assinado. O imperador começou então a usar um dos seus conhecidos estratagemas: a intimidação. Teve uma explosão de raiva e gritou: “Se este documento não for assinado, eu destruirei a Igreja Católica Romana”. Ao que Consalvi calmamente retrucou: “Majestade, se os papas, cardeais, bispos e padres não conseguiram destruir a Igreja em dezenove séculos, como Vossa Alteza espera consegui-lo durante os anos da sua vida?”

Tenho um motivo real para relatar esse episódio. Consalvi deixa claro que embora existam inumeráveis pecadores no seio da Igreja, também em posições de governo, a Igreja conseguiu subsistir por ser a Esposa Imaculada de Cristo, santa e protegida pelo Espírito Santo. Como disse certa vez Hilaire Belloc, se a Igreja fosse uma instituição simplesmente humana, não teria sobrevivido aos muitos prelados medíocres e irresponsáveis que já a lideraram. Por que a Igreja sobrevive e continuará a sobreviver? A resposta é simples. Cristo nunca disse que daria líderes perfeitos à Igreja. Nunca disse que todos os membros da Igreja seriam santos. Judas era um dos Apóstolos, e todos aqueles que traem o Magistério da Esposa de Cristo tornam-se Judas. O que Nosso Senhor disse foi: As portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16, 18).

A palavra “Igreja” tem dois sentidos: um sobrenatural e outro sociológico. Para todos os não-católicos e, infelizmente, também para muitos católicos de hoje, a Igreja é uma instituição meramente humana, constituída por pecadores, uma instituição cuja história está carregada de crimes. É preocupante o fato de que o significado sobrenatural da palavra “Igreja” – a saber, a santa e imaculada Esposa de Cristo – seja totalmente desconhecida da esmagadora maioria das pessoas, e até de um alto percentual de católicos cuja formação religiosa foi negligenciada desde o Vaticano II. Por isso, quando o Papa ou algum membro da hierarquia pede perdão pelos pecados dos cristãos no passado, muitas pessoas acabam pensando que a Igreja – a instituição religiosa mais poderosa da terra – está finalmente a admitir as suas culpas e que a sua própria existência foi prejudicial à humanidade.

Na realidade, a Esposa de Cristo é a maior vítima dos pecados dos seus filhos; no entanto, é ela que implora a Deus que perdoe os pecados daqueles que pertencem ao seu corpo. É a Santa Igreja que implora a Deus que cure as feridas que esses filhos pecadores infligiram a outros, muitas vezes em nome da mesma Igreja que traíram.

Somente Deus pode redimir os pecados; é por isso que a liturgia católica é rica em orações que invocam o perdão de Deus. As vítimas dos pecados podem (e devem) perdoar o mal que sofreram, mas não podem de forma alguma perdoar o mal moral em si, e, caso se recusem a perdoar, movidas pelo rancor e pelo ódio, Deus, que é infinitamente misericordioso, nunca nega o seu perdão àqueles que o procuram de coração contrito.

A Santa Igreja Católica não pode pecar; mas muitas vezes é a mãe dolorosa de filhos díscolos e desobedientes. Ela dá-lhes os meios de salvação, dá-lhes o pão puro da Verdade. Mas não pode forçá-los a viver os seus santos ensinamentos. Isto aplica-se tanto a papas e bispos como aos demais membros da Igreja. Cristo foi traído por um dos seus Apóstolos e negado por outro. O primeiro enforcou-se; o segundo arrependeu-se e chorou amargamente.

A diferença entre os sentidos sobrenatural e sociológico da Igreja deve ser continuamente enfatizada, pois fatalmente causa confusão quando não é explicitada com clareza.

Assim como os judeus que aderem ao ateísmo traem tragicamente o seu título de honra – serem parte do povo escolhido de Deus –, assim os católicos romanos que pisoteiam o ponto central da moralidade – amar a Deus e, por Ele, o próximo –, traem um princípio sagrado da sua fé.

Por outro lado, em nome da justiça e da verdade, é forçoso mencionar que os católicos verdadeiros (aqueles que vivem a fé e enxergam a Santa Igreja com os olhos da fé) sempre ergueram a voz contra os pecados cometidos pelos membros da Igreja. São Bernardo de Claraval condenou em termos duríssimos as perseguições que os judeus sofreram na Alemanha do século XII (cf. Ratisbonne, Vida de São Bernardo). Os missionários católicos no México e no Peru protestavam constantemente contra a brutalidade dos conquistadores, geralmente movidos pela ganância. A Igreja deve ser julgada com base naqueles que vivem os seus ensinamentos, não naqueles que os traem.

Recordo-me das palavras com que um amigo meu, judeu muito ortodoxo, lamentava o fato de muitos judeus se tornarem ateus: “Se somente um judeu permanecer fiel, esse judeu é Israel”. O mesmo pode ser dito com relação à Igreja Católica; apenas as pessoas fiéis ao ensinamento de Cristo podem falar em seu nome. Ela deve ser julgada de acordo com a santidade que alguns dos seus membros alcançam, não de acordo com os pecados e crimes de inúmeros cristãos que julgam os seus ensinamentos difíceis de praticar e que por isso traem a Deus na sua vida cotidiana.

Os pecadores, aliás, estão igualmente distribuídos pelo mundo e não são uma triste prerrogativa da religião católica. Se fosse assim, estaria justificada a afirmação de um dos meus alunos judeus em Hunter, feita diante de uma sala lotada: “Teria sido melhor para o mundo que o cristianismo nunca tivesse existido”. A história julgará se o conflito atual entre judeus e muçulmanos é moralmente justificável.

Este modesto comentário foi motivado pelo que disse um rabino à televisão, um dia após o pronunciamento histórico de João Paulo II na Basílica de São Pedro, a 12 de março de 2000, quando o Santo Padre pediu perdão pelos pecados dos cristãos no passado. O rabino não apenas achou o pedido de desculpas de Sua Santidade “incompleto” por não mencionar explicitamente o Holocausto (esquecendo-se de mencionar que os católicos eram e são minoria na Alemanha, país basicamente protestante), como também disse que os pecados cometidos pela Igreja foram freqüentemente endossados pelos seus líderes, dando a entender que o anti-semitismo faria parte da própria natureza da Igreja.

É digno de nota que somente o Papa tenha pedido desculpas pelos pecados cometidos pelos membros da Igreja. Não deveriam fazer o mesmo os hindus, por terem praticamente erradicado o budismo da Índia e forçado os seus membros a fugir para o Tibet, a China e o Japão? Não deveriam os anglicanos pedir desculpas por terem assassinado São Thomas More, São John Fisher e São Edmund Campion, para mencionar apenas três nomes? E quanto ao extermínio de um milhão de armênios pelos turcos em 1914? Ninguém fala a respeito desse “holocausto”; ninguém parece saber dele. E o extermínio de cristãos que acontece agora no Sudão? E a Inquisição Protestante ? (Grifos Meus)

Tal afirmação deixa claro que o rabino não tem a menor idéia daquilo que os católicos entendem por Esposa Imaculada de Cristo – uma realidade que não pode ser percebida ou compreendida por aqueles que usam os óculos do secularismo. Pergunto-me quando o “mundo” considerará que a Igreja já pediu desculpas suficientes. Por séculos a Igreja tem sido o bode expiatório ideal. O que os seus acusadores fariam se ela deixasse de existir?

Aqueles que a acusam de “silêncio” não estão apenas desinformados, mas pressupõem que eles próprios seriam heróicos se estivessem na mesma situação. Como o Papa Pio XII disse a meu marido numa entrevista privada, quando ainda era Secretário de Estado: “Não se obriga ninguém a ser mártir”. Quantas pessoas se julgam heróicas sem nunca terem sido realmente testadas! Quantos judeus arriscariam a vida para salvar católicos perseguidos? Por que esquecem que milhões de católicos também pereceram nos campos de concentração? Se a Gestapo tivesse apanhado o meu marido, considerado o inimigo número um de Hitler em Viena, tê-lo-ia feito em pedaços. Ele lutava contra o nazismo em nome da Igreja e perdeu tudo porque odiava a iniqüidade. Quantas pessoas fariam o mesmo – não na sua imaginação, mas na realidade?

Também não devemos esquecer que inúmeros católicos foram (e são) perseguidos por causa da sua fé. Mas um verdadeiro católico não espera desculpas dos seus perseguidores. Perdoa os seus perseguidores, quer eles lhe peçam desculpas, quer não. Reza por eles, ama-os em nome dAquele que padeceu e morreu pelos pecados de todos. É sempre lamentável ouvir um católico dizer: “Fulano e beltrano devem-me desculpas”.

Somente a pessoa que enxerga a Santa Igreja Católica (chamada santa cada vez que o Credo é recitado) com os olhos da fé, só essa pessoa compreende com imensa gratidão que a Igreja é a Santa Esposa de Cristo, sem ruga nem mácula, por causa da santidade do seu ensinamento, porque aponta o caminho para a Vida Eterna e porque dispensa os meios da graça, ou seja, os sacramentos.

O pecado é uma realidade medonha e que os pecados cometidos por aqueles que se dizem servos de Deus são especialmente repulsivos. Nunca serão excessivamente lamentados, mas devemos ter presente que, apesar de muitos membros da Igreja serem – infelizmente – cidadãos da Cidade dos Homens e não da Cidade de Deus, a Igreja permanece santa.

Hildebrand, Alice von. Os pecados da Igreja. Catholic Net. [Traduzido por Silva Mendes]

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Dia das Mães

Por Dom Antonio Augusto Dias Duarte - Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro


RIO DE JANEIRO, segunda-feira, 2 de maio de 2011 (ZENIT.org) - Como prescreve a clássica tradição dos homens a chegada do segundo domingo de maio traz consigo a figura da mãe, e com essa data vem logo à mente o conhecido ditado popular: “Mãe é uma só”.

Comemorar o dia das mães na atualidade é para o comércio uma oportunidade a mais para aumentar suas vendas e ganhos materiais, e favorecido pelas hábeis e eficazes ferramentas publicitárias repete o mesmo sucesso econômico do Natal, da Páscoa, do Dia dos Namorados, do Dia dos Pais, do Dia das Crianças, etc... 

Ninguém mais duvida que o mundo consumista moderno é capaz de instrumentalizar as pessoas, fazendo-as peças de uma grande máquina de produtividade, até mesmo quando algumas dessas pessoas têm essa singularidade especial: mãe, uma só mãe, única mãe, querida e amada como uma pessoa inesquecível na vida dos filhos.

Contudo não é só o mundo consumista que instrumentaliza o ser humano, mas sobretudo o mundo da cultura promovida por grupos e organizações internacionais que consideram a maternidade uma situação de injustiça social para a mulher.

‘Mulher-mãe é uma só-fredora’ – o trocadilho não é forçado, mas indispensável dentro do tema –, pois ela limita-se na sua feminilidade, no seu caráter, no seu modo de ser, de pensar ou de viver como mulher emancipada, livre, realizada social e profissionalmente, se ela se decidir pela maternidade responsável e querer ter os filhos segundo um projeto de Deus para a sua família, sem deixar de viver os seus projetos pessoais.

Tantas mulheres conseguem conjugar uma intensa vida profissional, social e cultural, com a sua profunda vida de esposa, mãe e administradora do lar sem se sentirem limitadas.

O consumismo e essa visão reducionista da mulher são dois fenômenos estreitamente unidos entre si, uma vez que o objetivo comum de ambos é a exaltação do puramente material, seja um vestido, um colar, uma profissão, um celular, seja o corpo feminino ou a potencialidade biológica.

A tendência do radical e capilar feminismo que se está injetando nas mentes das mulheres nas últimas décadas é particularmente perigoso para elas próprias e para a sociedade atual e futura.

É o perigo da permanência de um mundo ainda machista, mais degradante do que o anteriormente criado por aqueles homens que, com uma visão míope, só enxergavam a mulher como corpo-objeto e como uma peça indispensável do bom funcionamento da “máquina-casa”.

Há, portanto, uma sombra de machismo presente na cultura do feminismo radical, que se formou a partir de uma projeção exagerada da importância da igualdade dos sexos e que acabou sendo uma enorme e pesada carga sobre as mulheres, que elas acabam levando sozinhas, sem comprometer os homens.

Este fenômeno da hiper-valorização das mulheres não só fora do lar, mas também fora das suas realidades e qualidades próprias, como são: ser esposa, ser mãe, ser administradora, ter uma presença doce e terna, ver com raciocínio direto e pormenorizado, favorecer a união e a concórdia, viver a fortaleza do amor com a suavidade do gênio feminino, etc., conduziu muitas delas para uma situação social sombria.

As mulheres estão sendo deixadas sozinhas pelos homens, estão sendo abandonadas como objetos descartáveis, e não são necessárias estatísticas sobre o divórcio, sobre famílias monoparentais, sobre idosas abandonadas pela família e que vivem só com acompanhantes, comprovando assim a tese do machismo criado pelo juízo de valor distorcido dado pelo feminismo exagerado à mulher de hoje.

Os homens estão cada vez mais descomprometendo-se com a sua responsabilidade familiar e social diante da mulher, e o que é pior muitos homens ainda não conseguem admirar a beleza do feminino e continuam enxergando só a perfeição estética feminina e a presença utilitária da mulher ao seu lado. Como poderão ser esposos fiéis, pais dedicados aos filhos, administradores de suas casas, responsáveis pela vida familiar, se suas mulheres consideram-se super-eficientes, super-capazes e super-bonitas fisicamente... em resumo: super-vendáveis?

No casamento, na família, na sexualidade, esse feminismo radical e capilarmente presente na formação das meninas, das adolescentes, das jovens universitárias, vai necessitando cada vez mais de direitos e de leis, muitas vezes contrárias à dignidade e ao papel da mulher na sociedade e no mundo, para que se mantenha um conceito consumista: ser mulher é ser um produto de primeira qualidade premiado nos mais conhecidos concursos ou leilões.

Os assim chamados direitos sexuais reprodutivos, as leis que pretendem estabelecer cotas de mulheres na política e nas empresas, o falso direito ao próprio corpo ou, mais cruelmente, direito a matar o filho dentro do seu seio, os projetos de leis a favor da profissionalização da prostituição ou, mais claramente, à continuidade do comércio feito por homens e mulheres insensíveis ao verdadeiro valor dessas pessoas assim exploradas, o direito que querem dar à livre distribuição de pílulas, de preservativos, o fácil acesso à laqueadura de trompa e à reprodução independente... e tantos outros direitos e projetos de leis, que só vão confirmando a presença de uma cultura feminista ‘anti-mulher’, destruidora da família e da sociedade.

Essa anti-feminilidade presente em muitas propostas desenvolvidas por organismos governamentais e não-governamentais está impedindo ver os dons especificamente femininos presentes nas mulheres, especialmente aqueles que as tornam pessoas, mais atentas e melhores cuidadoras dos outros seres humanos, especialmente daqueles mais vulneráveis.

Daí que a sabedoria presente no ditado popular: ‘Mãe é uma só’ poderia desabrochar num outro dito: ‘Mulher é uma só-lidária’, é a pessoa que no mundo de ontem, de hoje e de sempre, solidifica as relações humanas com sua ternura, sua agudeza de espírito, sua fortaleza no amor e sua presença maternalmente atenciosa e esperançosa.

A comemoração do Dia das Mães reclama na atualidade uma reflexão mais profunda e séria sobre o que é o verdadeiro feminismo e sobre a missão da mulher e da mãe para a família e para a sociedade, pois quem não souber exatamente quem é a mulher nos planos de Deus jamais saberá compreender suficientemente o que é a maternidade em todas as dimensões.

Essa será sempre a missão da Igreja Católica, especialmente num mundo consumista preocupado em ‘vender’ uma imagem da mulher totalmente desfigurada.  Como ela é Mãe dos homens e Esposa de Cristo Redentor, a Igreja fundada por Jesus Cristo sobre a pedra de Pedro enaltece e destaca no Dia das Mães o gênio feminino tão necessário e primordial para a história da humanidade.

O recente Beato João Paulo II, Papa das famílias e da juventude, mencionou o papel fundamental de Maria de Nazaré para a história dos homens quando interpretou as seguintes palavras saídas da sua boca na Visitação a Isabel. “Grandes coisas fez em mim o Todo-Poderoso” (Lc 1,49). Escreveu o Beato Papa: “Estas se referem certamente à concepção de Filho, que é ‘Filho do Altíssimo’ (Lc 1,32), o ‘santo’ de Deus; conjuntamente, porém, elas podem significar também a descoberta da própria humanidade feminina”.

Porém, continua interpretando essa afirmação no sentido de enriquecer ainda mais a feminilidade das mães: “‘grandes coisas fez em mim’: esta é a descoberta de toda riqueza, de todos os recursos pessoais da feminilidade, de toda eterna ‘originalidade’ da mulher, assim como Deus a quis, pessoa por si mesma, e que se encontra contemporaneamente por um dom sincero de si mesma. (...) Em Maria, Eva redescobre qual é a verdadeira dignidade da mulher, da humanidade feminina. Esta descoberta deve chegar continuamente ao coração de cada mulher e plasmar a sua vocação e a sua vida”. (cf. carta Apostólica Mulieris Dignitatem, Beato João Paulo II, 15.VIII. 1988, n. 11)

sábado, 23 de abril de 2011

Papa responde perguntas em programa de televisão (22/04/11)

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 22 de abril de 2011 (ZENIT.org) – Quem não gostaria de conversar alguns minutos com o Papa e expressar-lhe as inquietudes do seu coração? Hoje, algumas pessoas – selecionadas entre mais de duas mil – tiveram esta oportunidade e fizeram várias perguntas a Bento XVI.

A emissora de televisão italiana ‘RaiUno’ convidou o Santo Padre para participar de um de seus programas, “A sua immagine” (“À sua imagem”), respondendo a perguntas dos telespectadores. O programa foi ao ar nesta Sexta-Feira Santa e os principais temas abordados foram o sofrimento, a perseguição dos cristãos, a paz e a paixão, morte e ressurreição de Jesus.

A primeira pergunta foi feita por uma menina japonesa de 7 anos que, diante do terror vivido em seu país devido aos terremotos, disse ao Papa: “Tenho muito medo, porque a casa na qual eu me sentia segura tremeu muito e porque muitas crianças da minha idade morreram. (...) Por que tenho de passar por tanto medo? Por que as crianças têm de sofrer tanta tristeza?”.
Bento XVI reconheceu que “não temos uma resposta, mas sabemos que Jesus sofreu como vocês, inocentes”, e recomendou: “Neste momento, parece-me importante que saibam que ‘Deus me ama’, ainda que pareça que Ele não me conhece”.
Recordando também a solidariedade e a ajuda oferecida por pessoas do mundo inteiro, o Santo Padre lembrou que “um dia, eu compreenderei que este sofrimento não era uma coisa vazia, não era inútil, mas que, por trás do sofrimento, há um projeto bom, um projeto de amor. Não é por acaso”.

A segunda pergunta foi feita por uma mulher italiana cujo filho está em estado vegetativo há um ano: “Santidade, a alma do meu filho abandonou seu corpo - visto que ele está totalmente inconsciente - ou ainda está nele?”. O Papa respondeu que a alma ainda está presente no corpo e fez uma comparação: “A situação é semelhante à de um violão que tem as cordas quebradas e que não pode ser tocado: assim também o instrumento do corpo é frágil, vulnerável, e a alma não pode tocar, por assim dizer, mas continua presente”.
“Sua presença, queridos pais, é um testemunho de fé em Deus, de fé no homem, de compromisso a favor da vida, de respeito pela vida humana, inclusive nas situações mais trágicas”, recordou.

Um grupo de jovens de Bagdá se dirigiu a Bento XVI para falar sobre a perseguição dos cristãos no Iraque: “De que maneira podemos ajudar nossa comunidade cristã, para que reconsidere o desejo de emigrar a outros países, convencendo-a de que ir embora não é a única solução?”. Renovando seu apoio aos cristãos e muçulmanos do país, o Santo Padre afirmou que o verdadeiro problema é que “a sociedade está profundamente dividida, lacerada” e que é preciso “reconstruir esta consciência de que, na diversidade, todos têm uma história comum, uma comum determinação”.

Também uma mulher muçulmana, da Costa do Marfim, falou da situação política do seu país, que está causando divisão entre cristãos e muçulmanos, e perguntou: “O senhor, como embaixador de Jesus, o que aconselharia ao nosso país?”. O Papa recordou a importância de orar pela população e mencionou ações concretas da Santa Sé: “Pedi ao cardeal Tuckson, que é presidente do nosso Conselho Justiça e Paz, que vá à Costa do Marfim e tente mediar, falar com os diversos grupos, com diferentes pessoas, para facilitar um novo começo”. E lembrou da necessidade de ouvir a voz de Jesus, “em quem vocês também acreditam como profeta. Ele era sempre o homem da paz”.
“O único caminho é a renúncia à violência, recomeçar o diálogo, as tentativas de encontrar juntos a paz, uma nova atenção de uns aos outros, a nova disponibilidade a abrir-se uns aos outros. E esta, querida senhora, é a verdadeira mensagem de Jesus: busquem a paz com os meios da paz e abandonem a violência”, afirmou.

A seguinte pergunta veio da Itália: “O que Jesus fez no lapso de tempo entre a morte e a ressurreição? E, já que no Credo se diz que Jesus, depois da morte, desceu ao inferno, podemos pensar que isso é algo que acontecerá conosco também, depois da morte, antes de ascender ao céu?”.
O Papa Ratzinger explicou que “este descenso da alma de Jesus não deve ser imaginado como uma viagem geográfica, local, de um continente a outro. É uma viagem da alma. É preciso levar em consideração que a alma de Jesus sempre toca o Pai, está sempre em contato com o Pai, mas, ao mesmo tempo, esta alma humana se estende até os últimos confins do ser humano. Neste sentido, desce às profundezas, vai até os perdidos, dirige-se a todos aqueles que não alcançaram a meta das suas vidas”.
“Esta palavra da descida do Senhor aos infernos significa, sobretudo, que Jesus alcança também o passado; que a eficácia da redenção não começa no ano zero ou no ano trinta, mas que chega ao passado, abrange o passado, todas as pessoas de todos os tempos”, acrescentou.
Com relação ao destino da alma humana, afirmou que “nossa vida é diferente: o Senhor já nos redimiu e nos apresentaremos ao Juiz, depois da nossa morte, sob o olhar de Jesus, e este olhar em parte será purificador; acho que todos nós, em maior ou medida, precisaremos ser purificados”.

Outra pergunta, vinda da Itália, também tratou do tema da ressurreição de Jesus: “O fato que de seu corpo ressuscitado não tenha as mesmas características de antes, o que significa? O que significa, exatamente, ‘corpo glorioso’? E a ressurreição, será assim também para nós?”.
“Naturalmente – disse Bento XVI –, não podemos definir o corpo glorioso, porque esta além da nossa experiência. Só podemos interpretar alguns dos sinais que Jesus nos deu para entender, ao menos um pouco, para onde esta realidade aponta.” Entre esses sinais, o Pontífice mencionou o sepulcro vazio, que indica que Jesus não abandonou seu corpo à corrupção: “Jesus assumiu também a matéria, razão pela qual a matéria também está destinada à eternidade”. Acrescentou que Cristo “assumiu esta matéria em uma nova forma de vida: Jesus não morre mais, ou seja, está muito além das leis da biologia, da física, porque os submetidos a elas morrem. (...) É uma vida nova, que já não está sujeita à morte, e essa é a nossa grande promessa”.
O Papa recordou que, na Eucaristia, Cristo nos dá seu corpo glorioso: “Assim, já estamos em contato com esta nova vida, este novo tipo de vida, já que Ele entrou em mim, e eu saí de mim e me estendo até uma nova dimensão da vida. Acho que este aspecto da promessa, da realidade de que Ele se entrega a mim e me faz sair de mim mesmo e me eleva, é a questão mais importante: não se trata de decifrar coisas que não podemos entender, mas de encaminhar-nos rumo à novidade que começa, sempre, de novo, na Eucaristia”.

A última pergunta foi sobre as palavras dirigidas por Jesus a Maria e a João aos pés da cruz: “Eis aqui o teu filho”, “Eis aqui a tua mãe” - que Bento XVI definiu, em seu último livro, como “uma disposição final de Jesus”. “Como devemos entender estas palavras? Que significado tinham naquele momento e que significado têm hoje em dia?”
O Santo Padre respondeu que “estas palavras de Jesus são, antes de mais nada, um ato muito humano. Vemos Jesus como um homem verdadeiro que leva a cabo um gesto de verdadeiro homem: um ato de amor por sua mãe, confiando-a ao jovem João, para que estivesse segura”. Por outro lado, explica que, “certamente, este gesto tem várias dimensões, não diz respeito apenas a esse momento: concerne a toda a história. Em João, Jesus confia todos nós, toda a Igreja, todos os futuros discípulos, à sua Mãe, e sua Mãe a nós”.
Além disso, acrescentou, “a Mãe é também expressão da Igreja. Não podemos ser cristãos sozinhos, com um cristianismo construído segundo as minhas ideias. A Mãe é imagem da Igreja, da Mãe Igreja e, confiando-nos a Maria, também temos de confiar-nos à Igreja, viver a Igreja, ser Igreja com Maria”.

O programa “A sua imagem” durou cerca de uma hora e meia e Bento XVI acompanhou sua emissão da sua biblioteca, no Palácio Apostólico vaticano.

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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Pela tua Paixão, Senhor!

Pela tua Paixão, Senhor,
tem piedade de nós!


Porque queremos ser amados, ser queridos pelos outros,
mas nossa alma sofre as misérias do ódio, da vingança e da ira.
Porque pensamos apenas em nós mesmos,
nas coisas e pessoas que nos incomodam no dia-a-dia
e não exercemos a tua vontade em nós.
Porque falamos sempre da paz, queremos viver a paz,
mas espalhamos continuamente a discórdia e o desamor.
Porque queremos a verdade,
mas vivemos na mentira, na hipocrisia.
Porque queremos ser ouvidos, ser compreendidos e aceitos,
mas nunca sabemos o que sofre o outro.
Porque queremos impor aos outros a nossa maneira de ver as coisas,
mas não percebemos que estamos com os olhos vendados.
Porque somos sábios para julgar e condenar,
mas não vemos os nossos próprios defeitos.
Porque queremos ensinar a integridade
e não percebemos que estamos despedaçados.
Porque a nossa consciência está perturbada
pelo peso dos nossos pecados.
Porque não entendemos o que significa a tua Paixão
e a tua morte na Cruz nada altera o nosso modo de viver.
Porque utilizamos a tua justiça para acusar,
mas esquecemos que a tua misericórdia perdoa e acolhe.
Porque sustentamos a tua palavra na superfície de nossos sentidos
e não permitimos que ela mergulhe em nossos corações.
Porque a mesma boca que te recebe e te louva
proclama palavras de ódio e violência.
Porque em nosso rosto não resplandece a tua face.
Porque não somos uma extensão da tua presença,
um caminho para a tua graça,
um viático de amor,
Senhor, tem piedade de nós!
Abre os nossos olhos e faz-nos ver, por um momento de graça,
que o teu sangue derramado na Cruz por nós
não foi em vão! 

por Raquel Nascimento Pereira

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quinta-feira, 21 de abril de 2011

MLAGRES EUCARÍSTICOS NO MUNDO


A Hóstia Consagrada  É o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo.
Quando Ele disse: "Tomai e comei, isto é o meu Corpo;
tomai e bebei, isto é o meu Sangue: fazei isso em memória de mim",
quis nos dar a Si mesmo em comida e bebida.
É esta Eucaristia, recebida com fé e devoção,
que nos faz trilhar o caminho certo, sem sombras de erros.
Quando dizemos que "Jesus Cristo caminha conosco", CAMINHA MESMO!
Por mais que não sejamos merecedores de tal Presença, Ele quis assim.
Deu a Sua vida por nós, na Cruz, e quis ser o nosso Alimento Espiritual.
Ninguém estaria apto a recebê-la. Mas Ele nos faz aptos, através dos Sacramentos
do Batismo, da Comunhão e da Confissão. Quem pode entender isso?
A mente humana não pode compreender. A razão não pode explicar.
Só quem vive sob a luz desses Sacramentos pode dizer, como Paulo disse:
"Não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim!"
Pois fazemos coisas que jamais faríamos, temos idéias que jamais teríamos,
andamos por caminhos que jamais andaríamos, perdoamos como jamais perdoaríamos,
amamos como jamais amaríamos, se não fosse a Presença real de Cristo em nós,
Ele, o nosso Inspirador.
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