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quarta-feira, 6 de junho de 2012

Mercado das Pulgas


Por Raquel Nascimento Pereira

Hoje eu estive no Mercado das Pulgas. Para quem não conhece, o Mercado das Pulgas é a loja dos antigos valores, onde se encontram aquelas salas de jantar majestosas, revestidas de nobreza e dignidade, daquele tempo em que o pai tinha o seu lugar reservado na cabeceira da mesa e era honrado e respeitado por sua esposa e seus filhos.

Encontrei também quartos de casal magníficos, camas em madeira-de-lei maciça, pesadas, talhadas à mão e com detalhes em dourado, revelando a durabilidade dos laços matrimoniais, que eram eternos.

Encontrei ainda penteadeiras lindíssimas, cujos espelhos de cristal devem ter refletido a pureza das mulheres em seus vestidos recatados e ornados de lindas jóias, presentes que ganhavam de seus maridos apaixonados. Tudo era belíssimo, tudo revelava grandeza, amor, dedicação, assim como viviam os homens e as mulheres daquela época.

Saí dali e no caminho passei em frente das Casas Bahia. Parei e observei as camas, todas em MDF ou MDP, tão fugazes quanto as paixões das pessoas que nelas se deitam, tão frágeis quanto o elo entre as famílias atuais.

Perdemos o senso da beleza, assim como perdemos o senso moral. Amamos tanto o feio que o bonito ficou ultrapassado. Moderno é ser feio. Uma moça pura é antiquada. Talvez seja mesmo, assim como aqueles móveis do Mercado das Pulgas.

A beleza exterior revela a beleza interior.  Assim como está a nossa casa, está o nosso coração. 
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MERCADO DAS PULGAS
Av. Silva Jardim, 57, Rebouças - Curitiba/PR

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