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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Maria Santíssima e a administração dos conflitos


Padre João Batista Chemin
Reitor do Seminário Filosófico Bom Pastor
Arquidiocese de Curitiba
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Segundo os estudos científicos, um dos sinais de maturidade psicológica presente nas pessoas é a tolerância diante das provações, das dificuldades, dos sofrimentos, dos conflitos.
A partir dessa constatação, percebe-se este sinal de maturidade psicológica, a saber, esta virtude da tolerância diante dos conflitos, das provações, das dificuldades, dos sofrimentos na pessoa de Maria Santíssima, Mãe de Deus, Mãe de todos nós. À medida que iam aparecendo os conflitos, ela os aceitava, confiante.
Nas Sagradas Escrituras estão registradas algumas passagens em que Maria demonstra a sabedoria na administração dos conflitos:
• A gravidez de Maria Santíssima: A dúvida que toma conta de Maria: como convencer José, os seus parentes, as suas amigas de que está grávida por obra do Espírito Santo?
• A rejeição de José (cf. Mt 1,19):  José era um homem bom e justo. Maria ficou três meses com Isabel, tempo suficiente para que José se convencesse da inocência dela.
• A longa viagem de Maria, grávida, para Jerusalém: São mais de cem quilômetros de distância entre Nazaré e Belém. Maria não reclama, não se queixa.
• Maria em Belém é rejeitada pelos seus parentes: Maria e José chegaram a Belém para o recenseamento. O dia do nascimento de Jesus vai chegando e ninguém se importa com eles.
• Profecia de Simeão: Quanta angústia de Maria ao ouvir as palavras de Simeão que “uma espada transpassará sua alma”.
• Fuga ao Egito: Quanta aflição ao saber que o rei Herodes, por inveja, queria matar o menino Jesus.
• Maria e os apóstolos: Todos os apóstolos, menos João, depois da prisão de Jesus, fugiram. Maria não critica ninguém.
• Maria e a paixão e morte de seu filho Jesus: Quando uma pessoa perde os seus avós e os seus pais, chamamos de crise evolutiva. Agora, quando uma pessoa perde o seu filho ou a sua filha, trata-se de uma crise traumática. Maria vivenciou a crise traumática. Maria não se irrita. Maria não reclama da vida. Ela aceita e confia no Pai.
Diante desse contexto, pergunta-se: Qual é o segredo de Maria para ser tolerante diante de tantos sofrimentos? O segredo está na sua vida dedicada à oração. Após a ressurreição de seu filho Jesus, Maria e os apóstolos estão reunidos no cenáculo (cf. Atos dos Apóstolos 1,14).
Portanto, pelas atitudes que Maria tomou face ao seu cotidiano, pelas reações equilibradas face às suas provações, aos seus sofrimentos, todos os cristãos são chamados, através da sua espiritualidade contemplativa, a bem administrarem os sofrimentos que porventura surgirem em suas vidas.
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