Pesquisar neste blog

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Trecho do Livro DIAGNÓSTICO DO NOSSO TEMPO, de Mannheim

Karl Mannheim foi um sociólogo judeu nascido na Hungria, que faleceu em 1947. Em 1944 escreveu um livro chamado "Diagnosis Of Our Time", que foi lançado no Brasil em 1973, com o título “Diagnóstico de Nosso Tempo”.

O que você vai ler a seguir é um capítulo chamado “Estratégia do Grupo Nazista”. ______________________________________________________________________

Estratégia do Grupo Nazista

Hitler inventou um novo método a que se pode dar o nome de estratégia do grupo nazista. O ponto capital da estratégia psicológica de Hitler é jamais encarar o individuo como pessoa, mas sempre como membro de um grupo social.O que Hitler faz por instinto está acorde com os descobrimentos da moderna Sociologia, ou seja, de que o homem é mais facilmente influenciado através dos vínculos do grupo; o que é mais importante ainda, as reações dele variam conforme o grupo particular a que pertence. O homem porta-se diferentemente na família, no clube, no exército, em seus negócios, ou como um cidadão em geral.

O grande Duque de Marlborough era comandante do exército, em seus negócios e, no entanto, em casa vivia controlado pela esposa.

Cada grupo aparentemente possui suas próprias tradições, proibições e formas de expressão peculiares e, enquanto se conserva intacto, apóia e orienta o comportamento de seus membros.

1. Desorganização Sistemática da Sociedade

Hitler sabia instintivamente que enquanto as pessoas se sentem abrigadas em seus próprios grupos sociais, ficam imunes à influência dele. O artifício oculto da estratégia de Hitler, por conseguinte, consiste em romper a resistência do espírito individual por meio da desorganização dos grupos aos quais esses indivíduos pertencem. Ele sabe que um homem sem laços com o grupo é como um caranguejo sem a carapaça. Essa desorganização, tal como sua tática de guerra-relâmpago, tem de ser rápida e violenta simultaneamente; mesmo assim, porém, seu efeito só será duradouro se conseguir formar imediatamente novos grupos que fomentem o gênero de comportamento aprovado pelo seu partido.

Assim, há duas fases principais na estratégia do grupo de Hitler: a decomposição dos grupos tradicionais da sociedade civilizada e uma rápida reconstrução baseada em um padrão de grupos inteiramente novo. No trabalho de desintegração inicial ele pode, está claro, confiar em grande parte na ausência de planificação de nossa vida econômica. Por exemplo, essa ausência é responsável pela condição mais desmoralizante de todas, o desemprego crônico. Porém, quando essa desintegração espontânea não avançou o suficiente para atender aos fins de Hitler, ele aplica seus próprios métodos. São diversos os métodos de que dispõe para lidar com a família, a Igreja, os partidos políticos e as nações. Os elementos dessa técnica ele os aprendeu com os comunistas, mas os pormenores foram por ele elaborados durantes sua própria luta na selva política da Alemanha da década de 1920. Aprendeu como dissolver comícios de massa, como desmoralizar adeptos de outros partidos, como fingir que cooperava com grupos rivais para, a seguir, quando o momento era julgado oportuno, provocar sua queda. Tudo o que ele fez ultimamente foi transferir essa estratégia do grupo para o campo da política exterior.

Considere-se o caso de nações. Nisso, sua primeira regra parece ser de nunca empregar a força antes de haver esgotado as possibilidades de desmoralização. Ele sabe que os grupos, especialmente nações inteiras, com uma sólida vida de grupo e moral intactos, reagem desassombradamente a ameaças ostensivas e a ataques diretos; tornam-se mais unidos do que antes. Essa saudável vida de grupo é o segredo da inquebrantável resistência britânica e explica a hesitação de Hitler para atacar esse país. Quando ele consegue encontrar traidores e colaboracionistas dentro dos grupos, recorre à técnica de penetração no grupo. Manda emissários como turistas e sob outros disfarces para conquistar para seu lado os adversários do regime existente e os desajustados e fracassados sociais. Tendo organizado os agentes de massa dum movimento subterrâneo, procura isolar a nação do mundo exterior. Flanqueamento, envolvimento e isolamento total são as principais etapas desse processo. A essa altura, a vítima acha-se inteiramente à sua mercê; Hitler, contudo, ainda evita o ataque direto e prefere o sistema de desmoralização total vinda de dentro. Na tensão que então impera, são difundidos boatos, insuflados temores, jogados grupos rivais uns contra os outros e afinal é ministrada a assaz conhecida mistura nazista de ameaças e promessas. Tais são os métodos que ele empregou na Áustria, Tcheco-Eslováquia, Romênia, Bulgária e outros países. Os documentos secretos apreendidos na incursão da Lofoten, na Noruega, mostram claramente como são sistemáticos esses métodos: as instruções do exército nazista previam toda fonte possível de resistência e indicavam as contramedidas.

2. Efeitos sobre o individuo

Nessa fase, a desmoralização e a decomposição dos grupos sociais principiam a produzir efeitos no indivíduo. E, o que é pior, em vastos números de indivíduos simultaneamente. A explicação psicológica desse fato é simplesmente a seguinte: o homem entregue a si mesmo não pode oferecer resistência. Como os vínculos com seu grupo é que lhe dão apoio, segurança e reconhecimento, para nada dizer dos valiosos laços de amizade e confiança, a dissolução deles deixa-o inerme. Ele se comporta como uma criança que se extraviou ou que perdeu a pessoa amada; por isso sente-se inseguro, disposto a apegar-se a quem quer que se apresente.

Além de tudo isso, os métodos modernos de guerra total ou de propaganda total não dão tempo ao homem para se recobrar nem oportunidade para congregar-se em torno de um chefe e correr o risco de resistir. Particularmente em nações pequenas, surge do dia para a noite um quase completo caos social e anarquia. Isso tem influencia considerável sobre o individuo e seu ulterior comportamento. O fato é que a desintegração do grupo tende a ser seguida dum colapso da consciência moral do individuo. Ele se vê tentado a pensar mais ou menos assim: “Afinal de contas, tudo em que eu acreditava até agora talvez estivesse errado. Pode ser que a vida não passe de uma luta pela sobrevivência e pela supremacia. A escolha que tenho é entre tornar-me um mártir ou aderir à nova ordem; quiçá eu possa chegar a ser um membro destacado dela. Ademais, se eu não aderir hoje, amanhã talvez seja demasiado tarde”. É nessa disposição de espírito que as pessoas se permitem engolir afirmações como a feita pelo Ministro da Justiça nazista:

“Antigamente estávamos acostumados a dizer: “ Isto está certo ou errado?” Hoje devemos colocar a questão nestes termos: “ Que diria o Führer? ” É para este tipo de raciocínio que o cínico oportunismo de Hitler apela, e ao qual é endereçado o seu evangelho de violência e lei do mais forte.

Tem sido bastante ressaltado o papel desempenhado pelo medo, pelo ódio, pela insegurança e pela desconfiança no regime nazista. De minha parte, quero acrescentar a este rol o elemento de desespero. No fundo de todas as reações nazistas, encontra-se o desespero. O mundo deles é um em que todos se sentem traídos, isolados e não mais confiam no próximo.

3. “A Nova Ordem”

Tendo reduzido a comunidade ao pânico e ao desespero, Hitler inicia então o segundo movimento de sua estratégia.

Procura reconstruir uma nova ordem seguindo duas linhas distintas. Uma destina-se a escravizar as massas, a outra a entrincheirar sua liderança e o terrorismo de seu Partido.

Para aquela, adota uma organização militar baseada no modelo prussiano: aplica-a a tudo, à organização da juventude, da indústria, dos trabalhadores e da opinião. Uma vez mais, explora o medo, o ódio e o terrorismo, pois é muito mais fácil encontrar um escoadouro para o sentimento de hostilidade dos grupos do que mobilizar suas energias construtivas.
Daí o uso de “ raças” e de indivíduos como bodes expiatórios. As supostas inferioridade e perversidade dos judeus são transformadas em desculpa para que se lhes cuspa nos rostos, bata-se neles ou matem-nos a sangue frio. O sistema do bode expiatório não só ajuda a libertar a comunidade de seu sentimento de culpa, mas impede que a hostilidade se volte contra o chefe quando a insatisfação é despertada.

Está claro, o bode expiatório não precisa ser forçosamente um produto interno. Os chefes de todos os países que se opõem ao nazismo podem ser apontados como alvo para a hostilidade no lugar de Hitler. E assim o vemos acusando Churchill de todos os pecados de sua própria cartilha.

4. Formação dos Novos Líderes

A organização militar e a supressão, todavia, por si sós não bastariam. Hitler sabe que para esse tipo de sociedade sobreviver é mister algo mais dinâmico do que arregimentação; por isso, criou centros de fermentação emocional de que as unidades das tropas de assalto constituem o modelo. Elas provém diretamente dos bandos militares posteriores à I Guerra Mundial, que desde o começo ameaçaram e tentaram dissolver a sociedade civil. Mas sua organização e mentalidade deveram muito também aos primeiros grupos de Juventude Alemã em sua fase Wandervogel.

O fim secreto desses grupos é perpetuar a atitude psicológica da adolescência; isso explica muito do que aparece peculiar ao Estado nazista. Assim como é possível tornar a influência da família tão dominadora que a mentalidade de seus membros permaneça retardada e imatura, também o é utilizar artifícios do grupo para manter e difundir uma infantilidade irrestrita na sociedade em geral. Nas escolas de líderes (Führers) em que eles treinam a liderança, tudo é feito para produzir uma mescla bizarra de emotividade infantil e submissão cega. Os nazistas sabem que seu tipo de líder só pode florescer em grupos do tipo bando. É sobretudo a esses auditórios com um desenvolvimento emocional artificialmente tolhido que atraem os gritos histéricos de Hitler. Quando Churchill diz: “ Nada tenho a oferecer além de sangue, suor, labuta e lágrimas” ele está apelando para uma nação de adultos.

A finalidade capital dessa análise é chamar a atenção para a necessidade da criação de uma contra-estratégia. Em remediar os efeitos desintegradores da civilização industrial em nossa família e na vida da comunidade. Mas elas tem de fazer mais do que se protegerem contra o contágio. O que há de verdadeiramente promissor no novo método do grupo é que pode ser empregado com fins construtivos. Hitler apenas malbaratou e deturpou uma potencialidade até então negligenciada: as forças criadoras da existência em grupo. A ocasião para a melhor utilização dos métodos coletivos chegará quando nos defrontarmos com o problema de reorganizar o mundo segundo novos traços e com a tarefa de recondicionar a mentalidade Nazista.

__________________________________________________

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O inferno brasileiro

Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 9 de setembro de 2010


A toda hora aparecem pastores, padres, sobretudo jornalistas e políticos – sim, jornalistas e políticos, essas personificações supremas da moralidade – clamando contra “a degradação dos costumes”. O próprio termo completamente deslocado que empregam para nomear o mal prova que são parte dele. “Degradação dos costumes” é uma expressão quantitativa, escalar: supõe a vigência permanente de uma escala contra a qual se mede o decréscimo da obediência rotineira aos valores que ela quantifica.

O que se passa no Brasil não é uma “degradação dos costumes”: é a destruição premeditada de todas as escalas, a inversão sistemática de todos os valores.

Os costumes degradam-se quando a população já não consegue imitar nem de longe os modelos melhores de conduta que a História consagrou e que, ante o olhar de cada geração, se reencarnam de novo e de novo nas figuras das personalidades admiráveis, dos sábios, dos heróis e dos santos.

Quando, ao contrário, todas as personalidades admiráveis desapareceram ou foram postas para escanteio, e em seu lugar se colocam simulacros grotescos ou inversões caricaturais, o problema já não é a desobediência, mesmo generalizada, a valores que todos continuam reconhecendo da boca para fora; é, ao contrário, a obediência a modelos de malícia, perversidade e covardia que se impuseram, pela força da propaganda e da mentira, como as únicas encarnações possíveis do meritório e do admirável.

Quanto mais alto esses personagens sobem na hierarquia social, mais esfumada e distante vai ficando, até desaparecer por completo, a escala de valores que permitiria julgá-los e condená-los; e mais e mais eles próprios se consagram como unidades de medida de uma nova escala, monstruosamente invertida, que em breve passa a ser a única. Daí por diante, quem quer que não a siga e cultue dificilmente poderá evitar a sensação de marginalidade e isolamento que é, nesse quadro, o sucedâneo perfeito do sentimento de culpa.

Calou-se, na alma de cada cidadão, a voz da consciência que, na escura solidão da sua alma, lhe trazia a lembrança amarga de seus delitos e de seus vícios. Em lugar dela, desenvolve-se uma hipersensibilidade epidérmica à opinião dos outros, ao julgamento do grupo, ao senso das conveniências aparentes.

Preso na trama virtual dos olhares de suspeita, cada um vive agora em estado de sobressalto permanente, obsediado, ao mesmo tempo, pela compulsão de exibir equilíbrio, tranqüilidade e polidez para não se tornar o próximo alvo de desprezo. A essa altura, cada um se dispõe a renegar ideais, amizades, lealdades, admirações, promessas, ao primeiro sinal de que podem condená-lo a um ostracismo psíquico que se anuncia tanto mais insuportável quanto mais tácito, implícito e não reconhecido como tal.

Há uma diferença enorme entre um “estado de medo” e uma “atmosfera de medo”. O primeiro é patente, é público, todos falam dele e, não raro, encontram um meio de enfrentá-lo. A segunda é difusa, nebulosa, esquiva, e alimenta-se da sua própria negação, na medida em que acusar sua presença é, já, candidatar-se à rejeição, à perda dos laços sociais, ao isolamento enlouquecedor.

Nessa atmosfera, a única maneira de evitar o castigo ante cuja iminência se treme de pavor é negar que ele exista, e, com um sorriso postiço de serenidade olímpica, ajudar a comunidade a aplicá-lo a imprudentes terceiros que tenham ousado notar, em voz alta, a presença do mal.

Não digo que todos os brasileiros tenham se deixado submergir nessa atmosfera. Mas pelo menos as “classes falantes”, se é possível diagnosticá-las pelo que publicam na mídia, já têm sua consciência moral tão deformada que até mesmo suas ocasionais e debilíssimas efusões de revolta contra o mal vêm contaminadas do mesmo mal. Por exemplo, o fato de que clamem contra desvios de dinheiro público com muito mais veemência do que contra o massacre anual de 50 mil brasileiros (quando chegam a dar-lhe alguma atenção) prova, acima de qualquer possibilidade de dúvida, que por trás do seu ódio a políticos corruptos não há uma só gota de sentimento moral genuíno, apenas a macaqueação de estereótipos moralistas que ficam bem na fita. E que ainda continuem discutindo “se” o partido governante tem parceria com as Farc, depois de tantas provas documentais jamais contestadas, mostra que estão infinitamente menos interessadas em averiguar os fatos do que em apagar as pistas da sua longa e obstinada recusa de averiguá-los. Recusa que as tornou tão culpadas quanto aqueles a quem, agora, relutam em acusar porque sentem que acusá-los seria acusar-se a si próprias. Quando, por indolência seguida de covardia, os inocentes se tornam cúmplices ex post facto, já não sobra ninguém para julgar o crime: todos, agora, estão unidos na busca comum de um subterfúgio anestésico que o suprima da memória geral.

Não, não se trata de “degradação dos costumes”, como nos EUA, na França, na Espanha ou em tantos outros países: Trata-se, isto sim, da perda completa do senso moral, o que faz deste país uma bela imagem do inferno. No inferno não há degradação, porque não há a presença do bem para graduá-la.

Ex-presidente Fernando Henrique faz duras críticas ao Governo Lula

Fonte: Agência Estado
http://jc.uol.com.br/canal/eleicoes-2010/noticia/2010/09/14/lula-age-como-militante-e-chefe-de-faccao-diz-fhc-236352.php

Lula age como 'militante e chefe de facção', diz FHC

Publicado em 14.09.2010, às 21h39

Ex-presidente fez duras críticas ao Governo Lula
Ex-presidente fez duras críticas ao Governo Lula
Foto: Reprodução
 
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta terça-feira (14) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem agido como "militante e chefe de facção" durante a campanha eleitoral e defendeu que o Supremo Tribunal Federal (STF) atue para impedir esses excessos. Em entrevista ao Rede Mobiliza, portal de internet do PSDB utilizado para interagir com os eleitores, FHC acusou Lula de "extrapolar" e afirmou que ele abusa do poder político.

"Eu vejo um presidente que virou militante, chefe de uma facção política, e acho que isso está errado", afirmou. "Acho até que caberia uma consulta ao STF porque, se você não tiver instrumentos para conter essa vontade política, fica perigoso", disse. "Alguma instância tem de dizer que o presidente está extrapolando e abusando do poder político de maneira contrária aos fundamentos da democracia."

FHC criticou também as recentes declarações de Lula, segundo as quais o DEM é um partido que deve ser "extirpado" da política brasileira. "Claro que tem de ter posição e defender ideias, mas outra coisa é querer massacrar o outro lado. Acho que isso ultrapassa o limite do Estado democrático de direito", disse.

O ex-presidente afirmou que Lula age com "autoritarismo". "Acho que, na medida em que o presidente quer eliminar o competidor, liquidar, ele quer o poder total. É autoritarismo isso, não tem outra palavra. É uma tremenda vontade de poder que se expressa de forma incorreta. Um presidente não pode fazer isso."

O ex-presidente teceu comparações entre sua postura, em 2002, quando José Serra (PSDB) também concorreu à Presidência, e a de Lula, neste ano, em relação a Dilma Rousseff (PT). "Eu apoiei Serra, mas não fiz isso (extrapolar os limites), nunca, porque quando o presidente fala, envolve o prestígio dele não como líder de um partido, mas da instituição que ele representa", afirmou.

FHC chegou a comparar Lula ao ex-primeiro-ministro italiano Benito Mussolini, que também tinha grandes índices de popularidade. "Faltou quem freasse Mussolini. Claro que o Lula não tem nada a ver com o Mussolini, mas o estilo 'eu sou tudo e quero o poder total' não pode. Ele tem de parar."

SIGILO - Ao falar sobre a quebra do sigilo fiscal de integrantes do PSDB e familiares de Serra, FHC deu a entender que o episódio não tem sido bem explorado pela campanha tucana. "Sigilo fiscal pouca gente vai entender, até porque pouca gente preenche o formulário da Receita", afirmou.

"Sigilo fiscal é uma palavra abstrata. Nesse sentido, temos de ser claros: é um acúmulo de coisas erradas, você se sente violado, sua vida devassada. Isso o povo entende. Se você disser que estão entrando na sua vida privada, na vida da sua família, que amanhã vai ter fiscal entrando nas suas coisas, vendo o valor do seu salário na sua carteira de trabalho, falsificando documentos em seu nome para criar intrigas", recomendou.

CHEQUE - FHC disse ainda que é preciso esclarecer a população sobre a interação entre a Casa Civil e a Presidência da República e até propôs um novo slogan para o caso: "'É o mensalão de novo'. Tem de falar assim, que o homem (Lula) estava ao lado, como não viu ou não ouviu?". "Tem de dizer claramente: é uma sala ao lado da do presidente em que ficam tramando para beneficiar empresas. Não pode falar 'lobismo' que ninguém entende", afirmou.

O ex-presidente disse ainda que a campanha não acabou e cobrou dos militantes um trabalho diário e persuasivo junto a amigos e familiares. "Campanha é todo dia, o dia inteiro, até o final. Tem de ter fé e convencer os outros. Ninguém ganha de repente, sem persistência. Tem de estar na luta o tempo todo e tentando mudar a opinião dos outros, se for o caso", afirmou.

Sem citar o nome de Dilma, ele disse que votar na candidata corresponde a assinar um cheque em branco. "Agora é hora de buscar o voto. Tem de bater o bumbo mesmo, vão dar um cheque em branco? O nosso candidato tem história, realizações e futuro."

O ex-presidente voltou a criticar a ocupação de cargos públicos por membros do PT e comparou a ação dos militantes a de cupins. "As agências reguladoras não regulam mais nada, estão penetradas por interesses partidários", afirmou. "É como um cupim, vai comendo por dentro e, quando você acha que é uma tora, aperta e está oco." FHC disse ainda que, para Lula, "tudo é terra arrasada". "Ele diz que começou com tudo. Eu não tenho esse temperamento. As bases do governo foram lançadas no passado."

_____________________________________________________

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

PERGUNTA: Como tudo isso vem acontecendo e ninguém percebeu nada?

RESPOSTA:

Fazer um resumo de como tudo isso vem acontecendo há décadas? A isso um amigo concordou comigo dizendo: “Fazer um resumão histórico de tudo o que o PT vem fazendo dá uma enciclopédia de 10 volumes. A primeira coisa que alguém fará é dizer: ‘Você é uma nazista! Não gosta do Lula porque ele é pobre’".

A estratégia adotada pela esquerda revolucionária foi muito inteligente. Depois que – lentamente - se infiltrou na educação, mídia e Igreja (CNBB), conforme lhe ensinara Gramsci, a população passou a ser bombardeada sistematicamente em sua cultura, de todas as formas, deixando-a confusa, hipnotizada, paralisada, petrificada, bestificada, de tal forma, que só pensa agora em novelas e futebol, certamente uma conseqüente fuga da realidade. Tudo isso que o Jabor está dizendo é a mais cristalina verdade e, no entanto, uma catatonia coletiva impede as pessoas de se indignarem, reagirem, protestarem, lutarem por seus direitos, de exigirem ética e decência na política – exatamente o lema usado a partir de 1990 pelo PT após a vitória de Collor.

Como Olavo de Carvalho sempre ensinou – e nunca esteve tão certo – o estrago causado na consciência e na mentalidade desta geração levará algumas décadas para retomar o rumo certo, mas somente a partir de quando a locomotiva Brasil for colocada nos trilhos. E, no entanto, não é difícil perceber o fosso causado no senso comum a partir da cultura. Qualquer estudante graduado precisa agora – E ISTO SÓ ACONTECE NO BRASIL – fazer um mestrado e um doutorado para se equiparar aos níveis de um bacharelando de 40 anos atrás. Ainda assim, são “formatados” em alguma especialização, muitas das vezes continuando como analfabetos funcionais em seu próprio idioma.

Como dizia, o texto do Jabor é a mais pura verdade, ainda que tivesse por obrigação, ele próprio, de confessar que ajudou a colocar este tipo de gente no poder, bastando-se para tanto buscar o que escrevia há 20 anos. Ou seja, ele também foi uma vítima (ou instrumento) de Gramsci, um idiota útil à causa revolucionária, como ensinava Lênin. Por mais que esperneie agora (agora, em cima da hora?), os eventuais lampejos de consciência já não despertam no povo ou nas instituições democráticas, igualmente moribundas e dominadas, qualquer efeito significativo.

Ele escreveu isso em 25/04/2006, artigo que FOI PUBLICADO no jornal O ESTADO DE SÃO PAULO, seis meses antes das eleições que deram a Lula uma votação maior do que havia conseguido em 2002, apesar de todos os escândalos (o Mensalão foi o maior) do primeiro governo. Sim, por mais estúpido que possa parecer, esta foi a reação da maioria ao texto dele naquele momento. http://crescebrasil.com/archives/123.

Outra coisa muito importante é o fato da população tomar conhecimento de tudo isso e reagir como gado em direção ao abatedouro. Pode haver algo mais incompreensível ou patético? Respondo que pode: Além do estrago provocado na mentalidade do povo, tudo que estamos vendo ser denunciado, hoje e no passado recente, é do conhecimento TAMBÉM das autoridades constituídas, desde o Ministério Público até as FFAA, ambas pseudo-guardiãs da nossa Constituição dita democrática. E o que essas autoridades estão fazendo ? Nem precisamos responder a isso, pois neste último caso a resposta está no mais recente artigo deste iluminado ex-comunista: http://www.nivaldocordeiro.net/. Aproveite e saiba mais dele em http://www.nivaldocordeiro.net/quemsoueu.htm.

Minha opinião? Estamos nas mãos de Deus e, por enquanto, a batalha está pendendo para o outro lado. Mas tudo pode acontecer. A queda de Zé Dirceu e dos 40 ladrões do Mensalão exigiu o sacrifício de uma ovelha que usava bengala (http://congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?cod_canal=1&cod_publicacao=33879 ). Ali babava de prazer e nunca soube de nada e talvez por isso, também, o povo o idolatra. A cultura da corrupção, decorrente da falta de religião, de valores e de ética está agora em todos, da mesma forma como foi impregnada na Rússia, apenas que lá foram necessários 70 anos e aqui menos de 30. Os tempos mudam e os métodos são aperfeiçoados. Os “males da Rússia” vão celeremente se espalhando e seus efeitos já pairam sobre os EUA, a maior democracia do planeta, sob a batuta de diabólicas mega-fortunas e de seu controle através da mídia e da corrupção. São forças mastodônticas que controlam também as esquerdas a partir de políticas utópicas e de recursos financeiros, dois ingredientes venerados por psicopatas úteis. Na sua esteira, a atual civilização mundial vai igualmente se esvaindo pela “invasão vertical dos bárbaros”, conforme ensinava o brasileiro Mário Ferreira dos Santos, o maior filósofo do século 20, ainda um completo desconhecido de todos.
 
Walmor Grade
_____________________________________________________

terça-feira, 31 de agosto de 2010

DOS MALES, O MENOR

Margarida Hulshof

Ao celebrar a missa de encerramento do nosso encontro diocesano no Dia do Catequista, o bispo aproveitou a homilia para alertar a assembléia sobre a importância de não votar em candidatos que defendem o aborto, dizendo: "Não vou citar o nome, mas vocês sabem muito bem a quem me refiro".

Durante o percurso de volta para a minha paróquia, porém, uma catequista questionou: "De quem será que o Bispo estava falando?" E ficou muito surpresa quando eu expliquei que qualquer integrante do PT é obrigado a defender o aborto, pois isso faz parte do programa do partido.

Então eu me dei conta de que muita gente, mesmo dentro da Igreja, ignora certas coisas cujo conhecimento seria essencial para um voto consciente, e de que, se passamos uma orientação genérica, sem dar nomes aos bois, grande parte dos destinatários ficará sem compreender o recado, como ocorreu com aquela catequista.

Penso que a Igreja tem, não apenas o direito, mas também o dever de usar de clareza ao alertar seus fiéis. É verdade que, enquanto instituição, ela não deve envolver-se na política, já que, por estar a serviço de toda a comunidade, não pode “tomar partido”. Mas uma coisa é militar na política, e outra coisa é posicionar-se a respeito daqueles que o fazem. Como cidadãos, também os representantes da Igreja têm o direito de defender os valores que professam, e de denunciar quem os ataca, sem precisar por isso sentir-se culpados, ainda que seja necessário citar nomes. Afinal, trata-se de alertar, não de impor. E trata-se de defender a verdade, o bem e a justiça, em nome do Evangelho, e não de interesses pessoais. O Concílio Vaticano II, ao mesmo tempo em que afirma que “a Igreja não está ligada a qualquer sistema político determinado”, reconhece que faz parte da sua missão “emitir juízo moral também sobre as realidades que dizem respeito à ordem política, quando o exijam os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas” (Gaudium et Spes nº 76).

Por isso, admiro aqueles que ousaram tomar posição, como o Bispo de Guarulhos, D. Luiz Gonzaga Bergonzini, autor do artigo “A César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, no qual exorta seus fiéis a não votarem em Dilma (www.diocesedeguarulhos.org.br, procurar em “Palavra do Pastor”). Ou o Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz, presidente do Pró-Vida de Anápolis, autor de vários textos muito bem documentados sobre os compromissos contrários à vida, à fé e à moral, assumidos obrigatoriamente pelos membros do PT (www.providaanapolis.org.br). Sabemos que, em setembro de 2009, dois deputados (Luiz Bassuma e Henrique Afonso) foram expulsos do PT somente por manifestarem-se contra o aborto...

Sei que não temos nenhum candidato perfeito. Todos eles têm seus prós e contras, mais contras do que prós. Não há como dizer: “Neste sim, podemos confiar”. Por isso é que não adianta enumerar as qualidades de um utópico candidato ideal e colocar essa lista na mão dos fiéis, para que a Igreja cumpra o seu papel. É necessária uma atitude mais concreta...

Ora, o que sabemos com certeza é que Dilma não nos convém, que o PT não nos convém. E não somente por causa do aborto, mas de todo o conjunto de sua ideologia totalitarista de cunho marxista, que anula totalmente a liberdade individual em nome da coletividade. E a mais evidente prova da ilegitimidade de tal sistema é a sua necessidade de espezinhar os valores da fé e da família, de destruir tudo aquilo que confere dignidade à pessoa humana – ou seja, de matar a alma das pessoas. Um sistema que não pode conviver com Deus, não pode ser bom para os filhos de Deus.

Lembrei-me da advertência de Jesus: "Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma" (Mt 10,28). Como o atual governo tem simulado defender a vida do nosso corpo, não percebemos que ele nos vai roubando a vida da alma... e não damos ouvidos ao aviso de Jesus, preferindo fugir daqueles que matam apenas o corpo.
Às vezes, pode ser necessário sacrificar um pouco o corpo, para salvar a alma... que é mais importante. Porque a vida material a gente sempre pode garantir de alguma forma, nem que seja pela solidariedade dos irmãos, enquanto a nossa alma tiver vida... Mas, se perdermos a vida da alma, a do corpo se perde junto com ela. Como Jesus também avisou: "Temei, antes, aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno".

Ora, qual é a única forma de evitar que Dilma assuma o governo? Votando no candidato que tiver maior chance de concorrer com ela. Até o momento, esse candidato parece ser José Serra. Votar em um terceiro candidato que não tenha uma chance real, só irá favorecer Dilma, ao diminuir as chances do seu concorrente.

Sei, é claro, que ele não é o ideal. Mas, quando se trata de escolher entre dois males, só nos resta escolher o menor deles. Entre os dois tipos de “matadores”, ele se classificaria melhor entre aqueles que matam o corpo, mas, por outro lado, costumam respeitar mais a alma do povo, deixar em paz os princípios religiosos, a liberdade de professar a fé e as liberdades individuais em geral. Se não promovem os valores cristãos, ao menos não os perseguem tão declaradamente nem tão intensamente quanto o totalitarismo do PT, que quer garantir ao povo a vida material em troca da vida de sua alma.

Jesus já nos advertiu. Cabe a nós fazer a nossa escolha...

_____________________________________________________
Margarida Hulshof
Jornalista do Jornal "O Lutador", Escritora da Catolicanet e de diversos livros
com destaque da série "Conversando sobre a Fé".
_____________________________________________________

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O Brasil de Nossa Senhora

Nossa Senhora de Fátima / Aparecida

Se raciocinarmos numa dimensão espiritual, a questão "Nossa Senhora de Fátima para a Consagração da Rússia" é algo extremamente preocupante. Está aí a Rússia "espalhando os seus erros pelo mundo". Porém, no caso do Brasil, Nossa Senhora já tomou para si essas questões há muito tempo, posto que o Brasil é consagrado a Ela, quer queiram alguns, quer não.

Nossa Senhora apareceu no dia 13 de maio de 1917 em Fátima, Portugal, aos pastorinhos Francisco, Lúcia e Jacinta. Vinte e nove anos antes, no mesmo 13 de maio de 1888, a Lei Áurea era assinada pela Princesa Isabel, ou seja, muito antes de Fátima, a Nossa Senhora Negra já reinava nos corações brasileiros, especialmente nos corações do povo humilde e dos escravos, libertando-os da escravidão.

Um pouco de história

Em meados de 1717 os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves lançaram as suas redes no rio Paraíba do Sul. Depois de muitas tentativas infrutíferas, descendo o curso do rio chegaram a Porto Itaguaçu, a 12 de outubro. Já sem esperança, João Alves lançou a sua rede nas águas e apanhou o corpo de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, sem a cabeça. Em nova tentativa, apanhou a cabeça da imagem. Envolveram o achado em um lenço. Daí em diante, os peixes chegaram em abundância para os três humildes pescadores.


Durante quinze anos a imagem permaneceu na residência de Filipe Pedroso, onde as pessoas da vizinhança se reuniam para orar. A devoção foi crescendo entre o povo da região e muitas graças foram alcançadas por aqueles que oravam diante da imagem. A fama dos poderes extraordinários de Nossa Senhora foi se espalhando pelas regiões do Brasil. Diversas vezes as pessoas que à noite faziam diante dela as suas orações, viam luzes de repente apagadas e, depois de um pouco, reacendidas sem nenhuma intervenção humana. Logo, já não eram somente os pescadores os que vinham rezar diante da imagem, mas também muitas outras pessoas das vizinhanças. A família construiu um oratório no Porto de Itaguaçu, que logo se mostrou pequeno. Lembrando que também os negros escravos curvavam-se diante da pequenina imagem, pedindo-lhe graças.

Por volta de 1734, o vigário de Guaratinguetá iniciou a construção de uma capela no alto do morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública em 26 de julho de 1745.
Em 20 de abril de 1822, em viagem pelo Vale do Paraíba, Dom Pedro I e sua comitiva visitaram a capela e a imagem.

Em setembro de 1822 foi proclamada a República, marcando a emancipação brasileira do domínio lusitano.

Em 1834 foi iniciada a construção de uma igreja maior (a atual Basílica Velha) para acomodar e receber os fiéis que aumentavam significadamente.

Em 13 de maio de 1888 foi assinada a LEI ÁUREA

Em 6 de novembro de 1888, a princesa Isabel visitou pela segunda vez a basílica e ofertou à santa, em pagamento de uma promessa (feita em sua primeira visita, em 8 de dezembro de 1868), uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, juntamente com um manto azul, ricamente adornado.

A atual Basílica Velha foi solenemente inaugurada e benzida em 8 de dezembro de 1888.
Em 28 de outubro de 1894, chegou a Aparecida um grupo de padres e irmãos da Congregação dos Missionários Redentoristas, para trabalhar no atendimento aos romeiros que acorriam aos pés da imagem para rezar com a Senhora "Aparecida" das águas.

A 8 de setembro de 1904, a imagem foi solenemente coroada com aquela riquíssima coroa doada pela Princesa Isabel e portando o manto anil, bordado em ouro e pedrarias, símbolos de sua realeza e patrono. A celebração solene foi dirigida por D. José Camargo Barros, com a presença do Núncio Apostólico, muitos bispos, o Presidente da República e numeroso povo. Depois da coroação o Santo Padre concedeu ao santuário de Aparecida mais outros favores: Ofício e missa própria de Nossa Senhora Aparecida, e indulgências para os romeiros que vão em peregrinação ao Santuário.

No dia 29 de Abril de 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor, sagrada a 5 de setembro de 1909 e recebendo os ossos de são Vicente Mártir, trazidos de Roma com permissão do Papa.

Em 17 de dezembro de 1928, a vila que se formara ao redor da igreja no alto do Morro dos Coqueiros tornou-se Município, vindo a se chamar Aparecida, em homenagem a Nossa Senhora, que fora responsável pela criação da cidade.

A Rainha e Padroeira do Brasil

Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi proclamada Rainha do Brasil e sua Padroeira Oficial em 16 de julho de 1930, por decreto do papa Pio XI, sendo novamente coroada.

Rosa de Ouro

Em 1967, ao completar-se 250 anos da devoção, o papa Paulo VI ofereceu ao Santuário a “Rosa de Ouro”, reconhecendo a importância da santa devoção.

Lei 6.802/80

Em 30 de junho de 1.980 foi promulgada a Lei nº 6.802 decretando oficialmente feriado nacional no dia 12 de outubro, dedicando este dia à devoção. Também nesta Lei, a República Federativa do Brasil reconhece oficialmente Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil.

O maior Santuário Mariano do mundo

Em 4 de julho de 1980 o papa João Paulo II, em sua histórica visita ao Brasil, consagrou a Basílica Nova de Nossa Senhora Aparecida o maior santuário mariano do mundo, em solene missa celebrada, revigorando a devoção a Santa Maria, Mãe de Deus e sagrando solenemente aquele grandioso monumento construído com o carinho e devoção do povo brasileiro.
_________________________________________

Uma observação interessante: Nossa Senhora Aparecida não precisou descer dos céus por sete vezes seguidas - como em Fátima - para despertar a fé no povo brasileiro. Bastou ser encontrada, ainda que em pedaços, num rio.

Na verdade, a imagem original não é negra, mas escureceu por ter ficado muito tempo abandonada no rio. É a imagem de Nossa Senhora da Conceição, por isso é mais gordinha. A sua cor original nunca foi restaurada. Pelo contrário, foi ficando cada vez mais escura pela ação da fumaça das velas acesas em torno da pequenina imagem. A sua negritude é um dos motivos de tanta fé entre o povo brasileiro.

Sendo assim, sob a proteção de Nossa Aparecida, o Brasil está protegido. Como disse Jesus Cristo sobre a Igreja, que “As portas do inferno não prevalecerão sobre ela”, assim podemos falar sobre o nosso Brasil. Por isso as tentativas de revogar a lei nº 6.802/80, mas isso, ainda que aconteça, de nada vai adiantar, pois lhe foi gravado um sinal indelével. Balancem-lhe as hastes de sua bandeira, ele continuará sempre firme, e as portas do inferno - os males da Rússia - embora o atinja, o faça sofrer e cambalear, não prevalecerão sobre ele, porque é consagrado a Nossa Senhora.

Podemos confiar.