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sexta-feira, 8 de março de 2013

A MORTE DE LUTERO


Lutero morreu no dia 18 de fevereiro de 1546, às 2h45 de uma quinta-feira,  numa manhã muito fria em Eisleben, cidade onde nasceu a 10 de novembro de 1483. Tinha, portanto, 63 anos de idade. Na véspera de sua morte, tomou em sua mão um giz e escreveu na parede aquele conhecido verso: “Pestis eram vivus; moriens ero mors tua, papa.” – “Em vida fui tua peste; morto, serei tua morte, ó papa.”

O cadáver ficou durante todo o dia 18 na casa do Dr. Drachstedt. No dia 19, sexta-feira, pouco depois do meio-dia, foi levado em procissão, ao toque dos sinos de todas as igrejas, para a paróquia principal de Santo André, para as últimas homenagens. Lá foi velado durante a noite por dez homens. Na tarde desse dia (19 de fevereiro), veio a ordem de que o cadáver de Lutero fosse transladado a Wittenberg. Na manhã do dia 20, antes da comitiva fúnebre  pôr-se em movimento, M. Coelius fez alocução, exaltando o Reformador, novo profeta da Igreja, narrando com detalhes todas as circunstâncias de sua morte.

Entre meio-dia e uma hora, enquanto os sinos das igrejas soavam fúnebres, uma carruagem aproximou-se da igreja de Santo André, na qual, entre cantos litúrgicos, colocaram o ataúde, e puseram-se em movimento. Algumas pessoas acompanharam o cortejo até certa altura. Dois jovens condes e outros quarenta ginetes fizeram a escolta do defunto.

O cortejo parava em quase todas as aldeias. O povo queria ver Lutero pela última vez. Chegando a Halle na mesma tarde do dia 20, depois das cinco horas, encontraram crianças de escolas com seus professores, o que obrigou o carro fúnebre a deter-se mais uma vez. O corpo foi levado até a igreja de Nossa Senhora, onde foi velado durante a noite. Na manhã seguinte, que era domingo, pelas seis horas, sob o sonoro badalar dos sinos de todas as igrejas, a comitiva retomou a viagem.

O cortejo seguiu de Halle até Bitterfeld, e dali até Kemberg, onde passaram a noite.  Por fim, no dia 22 de fevereiro de 1546, segunda-feira de manhã, teve lugar a majestosa entrada em Wittenberg, pelas 9 da manhã. O povo acorreu em massa. Prepararam solene recepção, mas, nessas alturas, era tão forte a putrefação do cadáver, apesar do rigor do inverno, que não permitiram que o caixão baixasse da carruagem. Foi então transportado diretamente até a capela do castelo de Wittenberg, onde se preparou a sepultura junto à do príncipe Frederico.

Precisamente naquele dia 22 de fevereiro – como notou Grisar – celebrava-se em todo o mundo católico a festividade da Cátedra [1] de São Pedro e, nas Basílicas de Roma, assim como nas demais igrejas da cristandade, se cantava a grande promessa de Cristo: “Tu és Pedro e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. (Mt 16, 18).

Do livro Martín Lutero, García-Villoslada, BAC, Madrid 1976 
Tradução: Mons. Estanislau Polakowski
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[1] Cátedra: Os antigos romanos tinham o costume de, no dia 22 de fevereiro, honrar a memória dos mortos comendo ao redor de sua cátedra – cadeira reservada ao morto para significar que estava presente no banquete. A partir do século IV, os cristãos começaram a honrar uma cátedra muito mais espiritual: a de Pedro, Chefe da Igreja de Roma.

6 comentários:

  1. Em vida fui tua peste; morto, serei tua morte, ó papa.

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  2. "Sua dissidência, óh Lutero! poderia ter sido o braço forte e vitorioso de Cristo frente às trevas!!! Partistes sedento da confissão e saudoso da eucaristia! Que a misericórdia de Deus o tenha acolhido!"

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  3. SIM, E DIGO MAIS, ANABELA, SAUDOSO DA VIRGEM MARIA TAMBÉM. REZEMOS POR SUA ALMA.

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  4. Pobre Lutero, falam muita besteira sobre Ele, nem depois de morto o deixam em paz.

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  5. Lutero semeador de joio agora só te resta a misericrdia de nosso senhor!

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  6. Seguidores de Lutero sera que vocês ainda não perceberão que as portas do inferno nunca prevalecerão contra a igreja de cristo! Volte para casa filhos pródicos nosso Senhor vos espera de braços abertos!

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