Pesquisar neste blog

terça-feira, 4 de março de 2014

DEUS ESCOLHE OS FRACOS

"Deus escolhe os fracos para confundir os fortes."

- Dentre os apóstolos, escolheu o analfabeto, o teimoso Pedro para dirigir a sua Igreja.
- Escolheu João Maria Vianney, que mal sabia falar, para Patrono dos Párocos.
- Escolheu Bento XVI com OITENTA ANOS para substituir João Paulo II.
- Escolheu a menina Teresinha de Lisieux para Patrona das Missões e Doutora da Igreja, ela que não saía de seu quarto. 
- Escolheu o gago Moisés para transmitir-lhe os Mandamentos.
- Escolheu o velho Abraão para ser o pai das nações futuras, e ainda deu à sua esposa anciã um filho.
- Escolheu Davi, menino mirrado, para derrubar Golias.
- Leia a Bíblia, a lista de fracos vencedores é imensa!
- Paulo diz: "É quando sou fraco que sou forte."

É assim que as coisas funcionam quando Deus está à frente. Por isso, não tenhamos medo. Basta dizer "SIM", como Maria. Basta estarmos dispostos, prontos para a luta, e Deus fará o resto por nós, inspirando o nosso pensar, o nosso falar, o nosso agir.

domingo, 2 de março de 2014

Desperta, tu que dormes!

Por Raquel Nascimento Pereira



Os brasileiros nunca passaram por um governo comunista. Não imaginam o que seria isso no seu dia a dia, no seu cotidiano.

A maioria dos brasileiros está distraída com outras coisas e um dia dirão: "Dormi na democracia e acordei no comunismo!", e então sentirão na carne o que é o sofrimento de verdade, de ver seus filhos passarem dores e privações e nada poderem fazer.

Há os brasileiros nem tão distraídos, mas aproveitadores. São aqueles que vão com a Onda (vídeo abaixo) e qualquer 150 reais poderá comprá-los para fazerem festa, a festa da revolução. São os “idiotas úteis”, usados e manipulados para a disseminação da propaganda comunista. Serão as primeiras cabeças a rolar, pois tudo o que um governo comunista NÃO QUER é revolucionariozinho de chilique ateando fogo nas praças. Isto é bom apenas até a implantação do regime. Depois...




E há outros brasileiros que apóiam Dilma, Lula, Maduro, Che, Fidel, etc e tal, e acham que a pregação deles é válida, que eles são sinceros quando falam da "opção pelos pobres". Essas pessoas acreditam mesmo nisso e até tentam converter seus amigos para que também apóiem o comunismo, sem saberem que é comunismo. Acreditam que o mundo de Marx é possível. Estes amam o inferno pensando que é céu.

Há estrangeiros que vieram de países comunistas para o Brasil, e nos contam o seu sofrimento, contam como aconteceu, o passo-a-passo da revolução comunista, as mortes em suas famílias, as guerras urbanas, a fome, a falta de tudo... e como conseguiram escapar. Estes choram quando veem a real possibilidade do comunismo se instalar no Brasil. Arrume um tempinho e leia: http://noticiasdaucrania.blogspot.com.br/. Folheie as páginas anteriores, desde anos passados. É de estarrecer!

E há outros brasileiros ainda - nestes eu me incluo - que conhecem o comunismo de ouvir falar. Com a internet sabemos tudo. Foi pela internet que tive conhecimento do Foro de São Paulo, das suas reuniões, da sua real intenção de implantar na América Latina a URSAL (cópia da URSS). Hoje tiraram o site do Foro de São Paulo do ar, mas quem quiser saber mais, há algumas atas que o Prof. Olavo de Carvalho conseguiu reter, teve o cuidado de salvar e deixar disponível neste site: http://www.midiasemmascara.org/arquivo/atas-do-foro-de-sao-paulo.html.

E há os católicos, pessoas simples.  Muitos deles não imaginam o que seja o comunismo e estão mais preocupados com as suas orações. Entretanto, ouviram o que Nossa Senhora disse em Fátima: “Rezem o Terço, façam penitências e sacrifícios para que o MAL do comunismo não se alastre pelo mundo”. Então, se Nossa Senhora chama o comunismo de MAL, ainda que não compreendam o que seja realmente isso, rezam.

-------------------------------------------

Não se derruba um governo comunista apenas pelas palavras. Derruba-se com ARMAS. O comunismo é violento e não tem dó. Não foi à toa, portanto, o golpe de 1964. Não havia outro meio, não HÁ outro meio. Mas hoje, quem usaria estas armas em nosso favor? As Forças Armadas? Elas, que mal têm uma pistola em punho? Quem poderia nos defender? O STF, aparelhado por comunistas? Quando abrirem as comportas do inferno da Papuda, os demônios sairão ferozes, prontos a devorar o primeiro tolo que cruzar o seu caminho.

Por isso, não há mais nada a fazer, senão deixar para trás o antigo paradigma, zerar o intelecto e começar tudo de novo, estudando o be-a-bá dia após dia, tomando consciência do certo/errado e disseminando a verdade, esclarecendo pessoa por pessoa, inclusive aqueles a quem iludimos. É um processo longo de conversão, leva alguns anos, assim como levará alguns anos para que nos livremos do comunismo que “surge do nada” no limiar da nossa porta. E... sofrer as consequências da nossa mediocridade.

Foi uma pena que não demos ouvidos a João Batista que gritava no deserto: “- Convertei-vos!”
Foi uma pena que não demos ouvidos aos nossos pais, aos nossos antecessores, aos mais experientes, que nos diziam: “- Saia daí, isto é perigoso!”  Como crianças desobedientes e rebeldes,  vamos agora sofrer na carne a nossa estupidez, nós e nossas famílias.  
-------------------------------------------
Não sou comunista, socialista, marxista, leninista, nazista, fascista, não sou de esquerda, meia-esquerda, centro-esquerda, extrema-esquerda. Não sou de direita, extrema-direita, reacionária, radical, nem sou liberal, neoliberal, conservadora  ou o que valha. Isto são apenas títulos que se dão a ideologias e, como qualquer ideologia, pode mudar o seu sentido de um dia para outro. Sou CATÓLICA, cuja palavra não passa, e o meu parâmetro para discernir entre certo/errado é Jesus Cristo – ontem, hoje e sempre.
-------------------------------------------

Oração a Nossa Senhora Aparecida pedindo afaste o flagelo do comunismo do Brasil

“Ó Rainha do Brasil, nesta hora de tantos perigos para a nossa Pátria, afastai dela o flagelo do comunismo ateu.

“Não permitais que consiga instaurar-se em nosso País, nascido e formado sob o influxo sagrado da civilização cristã, o regime comunista, que nega todos os Mandamentos da Lei de Deus.

“Para isso, ó Senhora, conservai viva, aumentai a rejeição que o comunismo encontrou em todas as camadas sociais do povo brasileiro. “Ajudai-nos a ter sempre presente que:

“1) O Decálogo nos manda “amar a Deus sobre todas as coisas”, “não tomar seu santo Nome em vão” e “guardar os domingos e festas de preceito”. E o comunismo ateu tudo faz para extinguir a Fé, levar os homens à blasfêmia e criar obstáculos à normal e pacífica celebração do culto;

“2) O Decálogo manda “honrar pai e mãe”, “não pecar contra a castidade” e “não desejar a mulher do próximo”. Ora, o comunismo deseja romper os vínculos entre pais e filhos, entregando a educação destes em mãos do Estado. O comunismo nega o valor da virgindade e ensina que o casamento pode ser dissolvido por qualquer motivo, pela mera vontade de um dos cônjuges;

“3) O Decálogo manda “não furtar” e “não cobiçar as coisas alheias”. O comunismo nega a propriedade privada e sua tão importante função social;

“4) O Decálogo manda “não matar”. O comunismo emprega a guerra de conquista como meio de expansão ideológica e promove revoluções e crimes em todo o mundo;

“5) O Decálogo manda “não levantar falso testemunho”, e o comunismo usa sistematicamente a mentira como arma de propaganda.

“Fazei que, tolhendo resolutamente os passos à infiltração comunista, os brasileiros de todas as classes sociais possam contribuir para que se aproxime o dia da gloriosa vitória que predissestes em Fátima com estas palavras tão cheias de esperança e doçura: “Por fim meu Imaculado Coração triunfará”.” 


(Otto Ferreira)

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Senhor, o que queres que eu faça?


Aos evangélicos que se converteram à Igreja Católica, que tal saírem do maravilhamento e partirem para a luta? A Igreja precisa de vocês, e muito! Todo conhecimento que vocês adquiriram na sua busca pela Verdade, muitos de nós, católicos, ainda não temos. Precisamos de vocês para catequizar - até aos próprios católicos - com o seu testemunho:
- de verdadeira adoração
- do temor de Deus
- da modéstia
- do estudo bíblico
- da fidelidade a Deus
- da educação dos filhos
- da vida de oração
- da perseverança
- do amor a Deus acima de todas as coisas
Precisamos de vocês para que nos ajudem a consertar os erros que a TL provocou em nossa Igreja:
- na liturgia
- na evangelização
- na moral e nos costumes
Precisamos de vocês:
- na catequese, especialmente de adultos
- na liturgia
- na música
- na acolhida
Está mais que na hora de vocês arregaçarem as mangas! Foi Jesus quem os trouxe para cá, e Ele tem os Seus planos com relação a cada um de vocês. Não percam mais tempo – o tempo urge!
- Senhor, eis-me aqui! O que queres que eu faça?

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Quem é Jesus Cristo?

Ame-o ou deixe-o.


LIFT THE CITY
Flash Mob realizado na Inglaterra (Pantasaph in North Wales) 
com o Frade Franciscano Brother Paul
Blog: http://acertainhope.blogspot.com.br/2011/06/making-of-eucharistic-flash-mob.html
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
Em Gênesis, Ele é a Semente da mulher.
No Êxodo, Ele é o Cordeiro Pascal.
No Levítico, Ele é o Sacerdote, o Altar, o Cordeiro e o Sacrifício.
Em Números, Ele é a Nuvem durante o dia e a Coluna de Fogo à noite.
No Deuteronômio, Ele é o Profeta, como Moisés.
Aproximem-se e ajoelhem-se diante dele agora.

Em Josué, Jesus é o Capitão da nossa salvação.
Em Juízes, Ele é o nosso Juiz e Legislador.
Em Rute, Ele é o nosso Parente Redentor.
Em 1º e 2º Samuel , Ele é o Profeta a nós confiado.
Em Reis e Crônicas, Ele é o Rei.
Em Esdras, Ele é o Construtor das muralhas destruídas da vida humana.
Aproximem-se e ajoelhem-se diante dele agora.

Em Neemias, Jesus é o nosso Restaurador.
Em Tobias, Ele é o Mensageiro da Nova Vida.
Em Judite, Ele é a Fortaleza.
Em Ester, Ele é o nosso Advogado.
Em 1º e 2º Macabeus, Ele é o Líder que morre pela Lei de Deus.
Aproximem-se e ajoelhem-se diante dele agora.

Em Jó, Ele é o nosso Redentor Imortal.
Nos Salmos, Ele é o nosso Pastor.
Em Provérbios, Ele é a Sabedoria.
No Eclesiastes, Ele é a nossa esperança e ressurreição.
Nos Cânticos dos Cânticos, Ele é o nosso Amado Noivo.
Em Sabedoria, Ele é a Emanação do Pensamento de Deus.
No Eclesiástico, Jesus é a nossa segurança.
Aproximem-se e ajoelhem-se diante dele agora.

Em Isaías, Jesus é o Servo Sofredor.
Em Jeremias, Ele é a Descendência Justa.
Em Lamentações, Ele é o Profeta que chora.
Em Baruc, Ele é a Misericórdia do Eterno.
Em Ezequiel, Ele é Aquele que tem o direito de governar.
Em Daniel, Jesus é o Quarto Homem na fornalha ardente.
Aproximem-se e ajoelhem-se diante dele agora.

Em Ozéias, Jesus é o Esposo Fiel.
Em Joel, Ele é Aquele que batiza com o fogo do Espírito Santo.
Em Amós, Ele é o Restaurador da Justiça.
Em Abdias, Ele é o Poderoso para salvar.
Em Jonas, Ele é o nosso grande Missionário Estrangeiro.
Em Miquéias, Ele é os Pés daquele que traz as Boas Novas.
Aproximem-se e ajoelhem-se diante dele agora.

Em Naum, Jesus é a nossa Fortaleza nas desgraças.
Em Habacuc, Ele é Deus, nosso Salvador.
Em Sofonias, Ele é o Rei de Israel.
Em Ageu, Ele é o Anel do Sinete.
Em Zacarias, Ele é o nosso humilde Rei montado num potro.
Em Malaquias, Jesus é o Filho da Retidão.
Aproximem-se e ajoelhem-se diante dele agora.

Em Mateus, Jesus é Deus-Conosco.
Em Marcos, Ele é o Filho de Deus.
Em Lucas, Ele é o Menino, Filho de Maria.
Em João, Ele é o Pão da Vida.
Em Atos, Jesus é o Salvador do Mundo.
Aproximem-se e ajoelhem-se diante dele agora.

Em Romanos, Jesus é a Retidão de Deus.
Em 1º Coríntios, Ele é a Ressurreição.
Em 2º Coríntios, Ele é o Deus Consolador.
Em Gálatas, Ele é o Deus Libertador.
Em Efésios, Jesus é a Cabeça da Igreja.
Aproximem-se e ajoelhem-se diante dele agora.

Em Filipenses, Jesus é a Alegria.
Em Colossenses, Ele é a Perfeição.
Em 1º e 2º Tessalonicenses, Ele é a Esperança.
Em 1º Timóteo, Ele é a nossa Fé.
Em 2º Timóteo, Ele é a nossa Estabilidade.
Aproximem-se e ajoelhem-se diante dele agora.

Em Tito, Jesus é a Verdade.
Em Filemon, Ele é o nosso Benfeitor.
Em Hebreus, Ele é Aquele por quem todas as coisas existem.
Em João, Ele é o Verbo de Deus que se fez Carne.
Em 1º Pedro, Ele é nos chama à santidade.
Em 2º Pedro, Ele é a Pureza.
Aproximem-se e ajoelhem-se diante dele agora.

Em 1º, 2º e 3º João, Jesus é o Amor
Em Judas, Ele é o fundamento da nossa Fé.
No Apocalipse, Ele é o Rei que vem.

Ele é:
O Primeiro e o Último. O Princípio e o Fim.
Ele é o Guarda da Criação e o Criador de Tudo.
Ele é o Arquiteto do Universo e o Administrador de Todas as Épocas.
Ele sempre foi, Ele sempre é, Ele sempre será
Impassível, Inalterado, Invicto, e jamais será arruinado.

Ele foi ferido e nos trouxe a cura.
Ele foi transpassado e aliviou a nossa dor.
Ele foi perseguido e nos trouxe a liberdade.
Ele morreu, e nos trouxe a Vida.
Ele ressuscitou, e nos traz Vitória.
Ele reina, e nos traz a Paz.

O mundo não pode compreendê-lo.
Os exércitos não podem derrotá-lo.
As escolas não podem explicá-lo
e os líderes não podem ignorá-lo.

Herodes não pôde matá-lo.
Os Fariseus não podiam enganá-lo.
As pessoas não podiam detê-lo.
Nero não pôde esmagá-lo.

Hitler não pôde silenciá-lo.
A Nova Era não pode substituí-lo
e o mundo não pode dar satisfação Dele.

Ele é Vida, Amor, Eternidade e Senhor.
Ele é Bondade, Benevolência, Suavidade e Deus.
Ele é Santo, Justo, Imenso, Poderoso e Puro.

Seus Caminhos são corretos.
Suas Palavras são eternas.
Sua Lei é imutável.
Sua Mente está em mim.

Ele é meu Redentor, Ele é meu Salvador,
Ele é meu Sacerdote, Ele é meu Deus.
Ele é a minha alegria, Ele é o meu conforto,


Ele é o meu Senhor, Ele governa a minha vida.

(Autor Desconhecido)
- - - - - - - - - - - - - - - - - -

sábado, 1 de fevereiro de 2014

NO MUNDO DO SOL

por Raquel Nascimento Pereira

Muitas pessoas que se convertem à Igreja Católica costumam dizer que os católicos não dão valor ao tesouro que possuem. Observam que os católicos tradicionais, aqueles que nasceram em berço católico, parece que nem dão bola para a Eucaristia - presença do Cristo vivo na hóstia consagrada - e que vivem como se nenhum milagre estivesse acontecendo. Alguns convertidos dizem até que, depois que descobriram a beleza da liturgia católica e da presença real de Jesus na Eucaristia, sentem vontade de ajoelhar-se diante d'Ele e permanecer ali, dia e noite, em adoração, e que não compreendem como pode um católico que nasceu na Igreja, recebeu todos os sacramentos e recebe o Deus da Vida em seu coração todos os domingos, como pode que esta pessoa não reverencie Jesus como Ele merece, e não trema diante d'Ele.

Pode ser. Sou convertida há mais de 20 anos, e também tive esta impressão. Mas, imagine o seguinte:

Faça de conta que você viveu a sua vida toda num mundo sem sol. Um mundo frio e escuro. Você se esquentava com o calor de uma brasa acesa. Nessa brasa você fazia a sua comida e se alimentava. Você nasceu, cresceu, aprendeu a ler, a escrever, a se relacionar com as pessoas, a trabalhar... à luz de velas. Sempre tateando, tentando ver mais além através da chama de uma vela. Nunca viu um sol na vida, nem sabe como ele é. Algumas pessoas comentam que existe, sim, um sol, e que ele esquenta, e ilumina, e transpassa, e até cura! Você reflete, você compara esse sol  à sua brasa: ela também esquenta. Compara-o à sua vela: ela também ilumina. Mas... transpassa? Cura?
Seus pais sempre lhe disseram que isto é uma invenção de Constantino, paranóia de alguns fanáticos por um sol que não existe. Você fica encucado. Já vira alguns cartões postais com a figura do sol, e parecia tão real... Enfim, o sol existe ou não? Como seria a vida humana num mundo com a presença do sol?

Então, alguém lhe sopra aos ouvidos:
- É verdade, o sol existe. Mas é num outro mundo, e não é fácil chegar lá.

Decidido, você resolve tirar isto a limpo, se debruça nos livros e começa a pesquisar. Vai lendo, vai pesquisando, vai pensando, vai caminhando, caminhando... vai subindo, subindo... até que entra em êxtase:
- Siiiiiiim, o sol existe!!!!! Vejo o seu brilho, vejo a sua luz, sinto o calor de seus raios a me transpassar! O sol existe, eu o encontrei!!!

Você volta correndo contar para os seus que viu o sol - de verdade! -, mas as pessoas olham para você com tristeza e abanam a cabeça: - tsc tsc... coitado, mais um que caiu na conversa! - e tentam provar por A + B que o sol não existe. Entretanto... você o viu. Você sabe que viu.

Sim, você viu o sol. Você tem absoluta certeza, era ele. Então, dá meia volta e parte correndo ao seu encontro. Chega perto dele, se ajoelha e chora.
- Oh!, sol da minha vida! Sol que me ilumina, que me esquenta, me transpassa e cura!

E não quer mais sair dali, de tão extasiante vislumbre! Não consegue pensar em outra coisa. E assim, a cada dia, você passa a acompanhá-lo, desde o seu despontar até o seu ocaso. Sente que o sol ilumina todo o seu dia sem que você o alimente, como fazia com as brasas. Nem precisa acendê-lo, como fazia com as velas. Não, ele vive por conta dele mesmo, sem que você intervenha ou se esforce para que ele exista. Ele é porque é, é "porque sim", porque é próprio do sol ser sol e estar ali, alternando-se entre os dias e as noites. No mundo do sol é assim que as coisas funcionam.

De repente você pára, olha à sua volta e parece que ninguém naquele mundo do sol está vibrando como você. Você vê as pessoas no seu vai-e-vem, pra lá e pra cá, entretidas com isto ou aquilo, e parece que nenhuma delas consegue sentir o que você sente.  Aí você grita:
- Gente! Aqui tem um sol! Vocês viram? Tem um sol aqui, que ilumina, esquenta, transpassa e cura!
Elas olham para você e respondem, naturalmente:
- Sim, sabemos que temos um sol.
Você tenta elevar-lhes os ânimos:
- Que ilumina! Que esquenta!...
- Que transpassa e cura, nós sabemos. Sempre soubemos.
Esta resposta assim lhe cai como um balde de água fria. Quanta arrogância! Quanta altivez! E quanta indiferença! - pensa você.

É que aquelas pessoas... bem, elas estão trabalhando, cuidando da vida. Acordam cedinho, dão um olhadinha para o sol, tomam o seu café da manhã e seguem ao seu trabalho. Elas sabem que não podem chegar muito perto do sol, pois se alguém chegasse pertinho dele, morreria. Então elas o admiram assim, ao longe. Conseguem ver que é redondo, e que brilha muito. (Às vezes ele se deixa ver quase por inteiro, mas isto só acontece no amanhecer ou entardecer, ou quando ele resolve se mostrar.) É o máximo que conseguem ver. No mais, só sentir o seu calor, a sua força, o seu esplendor, os seus raios e a sua vida, que lhes atravessa o corpo e a alma.
Às vezes o sol fica tão quente que elas chegam a suar e se abanar. Em alguns dias acontece de nuvens escuras se interporem e esconderem o sol. No entanto, aquelas pessoas sabem que o sol está ali. Elas sabem porque é dia. Mesmo com nuvens, mesmo no frio ou na chuva, é dia, ele está ali.  Ontem, hoje e sempre. Até o final dos tempos. Está ali.
. . . . . . . . . . . . . . . . .

Depois de 20 anos também eu me acostumei com a presença do sol na minha vida e com a sua claridade. É interessante que esta claridade faz com que eu veja as coisas que eu faço, e assim tenha mais cuidado. Na claridade do sol eu posso trabalhar, ler, conversar, levar, trazer, subir, andar... não titubeio, não tropeço. Só às vezes - quando estou meio estressada - é que faço as coisas com atropelo e meto os pés pelas mãos. Mas logo percebo o erro, porque a claridade do sol me faz ver as burradas que eu faço.
E quando anoitece? Ah!, quando anoitece... aí eu não vejo nada! Então, aproveito e durmo. Às vezes sonho com o sol. Outras vezes, tenho pesadelos horríveis, mas que passam assim que o dia amanhece, e logo me esqueço deles. E outras vezes perco o sono e passo a noite em claro, imersa em pensamentos perturbadores. Quando isto acontece, parece que o dia demora uma eternidade para amanhecer...

É assim a vida no mundo do sol. Volta e meia vemos pessoas entrando para este mundo, e quando elas descobrem que existe um sol sobre nossas cabeças, ficam pulando de alegria, como que fora de si. É algo novo, com que nunca sonharam. Até que vivam um tempo aqui e se acostumem, como eu já me acostumei, e já não saberia mais viver num mundo de brasas e velas.
________________________

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Alguns conselhos para aqueles que genuinamente querem ajudar os pobres

por 
 
Se você está preocupado com a 'justiça social' e quer genuinamente ajudar os pobres a subir na vida de maneira permanente e independente, há alguns procedimentos que você pode seguir.
Sua primeira e imprescindível obrigação para com os pobres é: não se torne um deles e não faça com que outros se tornem um deles.  Será muito mais difícil ajudar pessoas pobres se você ou seu vizinho se tornar pobre.  Assim como você não deve se tornar pobre, você também não deve defender políticas que levem ao empobrecimento de ricos na crença de que isso levará ao enriquecimento dos pobres.  Para o pobre, não interessa se foi você ou o seu vizinho que empobreceu por meio de medidas do governo; a situação dele não melhorará.  Um rico empobrecido não cria um pobre enriquecido.  A economia não é um jogo de soma zero.
Não sendo pobre, você tem uma escolha: você pode dar o peixe para os pobres comerem ou você pode lhes arrumar um emprego e ensiná-los a pescar o peixe por conta própria — isto é, ensiná-los a serem seres humanos produtivos.
O que nos leva à sua segunda obrigação: se você quer ensinar os pobres a serem independentes e capazes de se auto-ajudar, comece dando o exemplo ainda dentro de sua própria casa.  Crie seus filhos de maneira austera.  Filhos independentes e não-mimados se tornam mais produtivos, mais solícitos, mais realistas e menos propensos a roubar ou a ser desonestos.  No futuro, seu filho poderá servir de exemplo comportamental para aquelas pessoas que você está preocupado em ajudar.
Dado que todos vivemos no mesmo planeta (e não há como fugir dele — vivos), todos enfrentamos o mesmo problema sobre como alocar recursos escassos da maneira mais eficiente possível do modo a satisfazer desejos cada vez maiores (já são quase 7 bilhões de pessoas na terra).  Há duas maneiras de se alocar recursos: 1) por meio da força, ou seja, por meio de decretos e coerções governamentais; ou 2) voluntariamente, por meio do sistema de preços fornecido pelo mercado. 
Esta segunda maneira é mais duradoura e, logo, preferível para ser adotada com o intuito de sustentar a vida de um enorme número de pessoas.  Por isso, é também sua obrigação explicar às pessoas — principalmente aos seus amigos igualmente sedentos por 'justiça social' — como funciona uma economia de mercado e por que apenas ela pode criar a maior quantidade possível de bens e serviços para os mais pobres, melhorando seu padrão de vida.  Todo e qualquer sistema econômico socialista sempre culmina em escassez e em racionamento de recursos, exatamente o contrário do que você quer para os mais pobres.
Sua terceira obrigação para com os pobres é dar bons exemplos, de modo que eles se sintam estimulados a emular seu sucesso.  Não minta, não roube, não trapaceie e não tome dinheiro das pessoas, tampouco utilize o governo para fazer isso por você.  Não enriqueça por meio de políticas governamentais.  Não aceite dinheiro nem privilégios do governo — dado que o governo nada cria, tudo o que ele lhe dá foi adquirido coercivamente de terceiros (na esmagadora maioria dos casos, contra a vontade de seus legítimos proprietários), uma medida que gera apenas ressentimento destes pagadores de impostos.  Uma civilização que é erigida sobre o roubo e sobre privilégios não pode ser duradoura.  Dê o exemplo não contribuindo para o perpetuamento deste arranjo.
Em um futuro muito próximo, será cada vez mais difícil para um indivíduo preservar sua riqueza.  Governos falidos ao redor do mundo — consequência econômica inevitável de estados assistencialistas e inchados — estarão sedentos para confiscar quaisquer ativos remanescentes em uma desesperada tentativa de prolongar sua sobrevivência (mas sempre em nome do "bem público").  Os direitos individuais serão abolidos em nome do 'bem comum' e várias leis serão criadas com o intuito de tornar ilegal qualquer medida que vise a proteger a riqueza dos indivíduos mais ricos — e aí sim veremos uma verdadeira caça às bruxas.
Algumas pessoas acreditam que poderão evitar problemas caso voluntariamente entreguem seu dinheiro para o governo (ou peçam para que o governo o tribute).  Pode ser, mas o fato é que durante a hiperinflação da França nos anos 1790, os ricos que não fugiram foram decapitados.  Talvez a França tenha sido um caso extremo, mas a história mostra que sempre que os ricos foram pilhados por políticos populistas, os resultados não foram bonitos.  Portanto, não empreste sua retórica e nem dê seu apoio a políticos ou movimentos políticos que defendam o confisco direto da riqueza dos mais ricos.  Além de os pobres nunca terem sido beneficiados por tais medidas (algo economicamente impossível), você estará apenas aumentando o número de pobres.
Portanto, sua quarta obrigação para com os pobres é assegurar parte da sua riqueza para as gerações futuras.  Dado que você genuinamente quer ajudar os pobres, acumule o máximo possível de ativos, trabalhe bastante e produza muita riqueza durante seu tempo de vida.  Ao produzir riqueza, você não apenas estará empregando pessoas e enriquecendo-as também, como estará produzindo para toda a humanidade uma maior quantidade de bens e serviços.  É assim que você fará com que as pessoas subam na vida. 
Caso prefira o assistencialismo puro, você também tem a opção de distribuir toda a sua riqueza quando se aposentar ou quando morrer.  Quanto mais riqueza você produzir, mais você poderá distribuir.  Você tem liberdade de escolha.  Em vez de folgadamente defender o esbulho da riqueza alheia, crie você próprio a sua riqueza e então a distribua para os pobres — ou, melhor ainda, empregue-os neste processo de criação de riqueza.
Durante este processo, você terá de saber manter seus ativos a salvo do perigo, evitando que sejam confiscados pelo governo ou que simplesmente sejam esbanjados e dissipados.  É neste quesito que você terá seus maiores problemas, muito embora várias famílias já tenham demonstrado ser possível manter sua riqueza ao longo de gerações.  Sua riqueza provavelmente estará na forma de ativos produtivos que são difíceis de serem movidos de um país para o outro.  Isso tornará mais difícil se proteger do governo doméstico, que estará ávido para confiscar sua riqueza quando ele precisar do dinheiro.  Conclusão: você terá de diversificar seus ativos ao redor do mundo, de modo que, quando o governo de um país se tornar muito ganancioso (sempre para ajudar os pobres), você terá outra base de operações da qual operar.  Isso irá garantir que você se mantenha fiel à sua primeira obrigação para com os pobres.  Quem disse que é fácil concorrer com o amor do governo pelos pobres?
Caso continue preferindo ensinar a pescar em vez de dar o peixe, sua quinta e última obrigação para com os pobres é legar em herança sua riqueza para alguém (ou para um grupo de pessoas) que irá dar continuidade ao seu trabalho de fazer deste mundo um lugar melhor para os pobres viverem, com uma maior produtividade e uma mais eficiente alocação de ativos.  Esta poderá ser a tarefa mais difícil de todas. 
Ser caridoso com a riqueza dos outros é uma delícia.  Arregaçar as mangas e produzir por conta própria aquilo que você quer ver distribuído já é um pouco mais trabalhoso.  Mas seu amor genuíno aos pobres servirá de estímulo todas as manhãs.  Boa sorte!

Hans F. Sennholz  (1922-2007) foi o primeiro aluno Ph.D de Mises nos Estados Unidos.  Ele lecionou economia no Grove City College, de 1956 a 1992, tendo sido contratado assim que chegou.  Após ter se aposentado, tornou-se presidente da Foundation for Economic Education, 1992-1997.  Foi um scholar adjunto do Mises Institute e, em outubro de 2004, ganhou prêmio Gary G. Schlarbaum por sua defesa vitalícia da liberdade.

Tradução de Leandro Roque

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Os sacerdotes que abusaram de mim


Por: Gustavo Caro

Segue a livre tradução de um texto bastante forte sobre as tremendas experiências que uma pessoa teve com alguns sacerdotes. Ouso dizer que esses formam parte da maioria. Cuidado com eles…

“Quanto era muito criança, sem ter consciência, sem liberdade, sem poder defender-me, um deles me fez filho de Deus, herdeiro da Vida Eterna, Templo do Espírito Santo e membro da Igreja, nunca poderei perdoar-lhe por ter-me feito tanto bem.

Outro insistiu em meus tenros anos em inculcar-me, violentando a minha vontade, o respeito pelo nome de Deus, a necessidade absoluta da oração diária, a obediência e a reverência aos meus pais, o amor pela minha pátria, e me ensinou a utopia de não mentir, não roubar, não falar mal dos outros, perdoar e todas essas coisas que nos fazem tão hipócritas e ridículos…

Outro apareceu mencionando que o Espírito Santo devia vir completar a obra começada no Batismo, que me fariam falta seus dons e seus frutos, que já era hora de que viesse em minha ajuda Aquele que me faria defender a Fé, como um soldado. Que ousadia falar em termos tão bélicos! Fez nessa época que eu cuidasse minha alma frente ao mundo, que fosse nobre, leal e honesto…

Outro abusou dando-me livros para ler, não lhe bastassem seus conselhos, que faziam colocar o olhar na eternidade e viver como estranho aqui na terra. Quem tirará agora da minha cabeça os quatro Evangelhos? As glórias de Maria? A imitação de Cristo? As Confissões? As Moradas? Etc. Quem será capaz de curar-me de todos esses tesouros que me marcaram para sempre?

Outro abusou da minha ignorância ensinando-me coisas que não sabia. Outro não falava, mas sua vida virtuosa me inclinava cada vez mais a imitá-lo. Houve alguns que se aproveitaram de mim em momentos inesperados e me corrigiram, me alentaram, e até rezaram por mim.

Outros, quando eu já estava em um círculo do qual não podia sair, insistiram com minha natureza caída e me incitaram a receber a Jesus Cristo em Corpo e Sangue, para resistir aos embates do inimigo, para fortalecer minha fraqueza e santificar-me cada dia mais. Embora, para aquele que leia esta denúncia, pareça que isso já é demasiado e que não seja possível, digo-lhe que os abusos seguiram aumentando, e tudo passou a coisas maiores. Cada vez que conhecia um sacerdote, se aproveitava de mim com renovados métodos, relíquias, santinhos, água benta, terços, bênçãos e orações de todo tipo, armavam um cerco com tremendos benefícios que chegaram ao limite do suportável.

Quero deixar clara esta injustiça cheia de perversidade, e que atendam a minha reclamação nesta denúncia, por que sei que alguns deles estarão esperando-me para seguir com essa iniqüidade, sentado num confessionário ou ao lado de minha cama quando estiver moribundo, e, ainda que desapareça, seguirão com sufrágios pela minha alma e súplicas de misericórdia.

Quero que se somem a minha voz todos aqueles que foram vítimas desses incidentes, e se sentiram ultrajados por estas pessoas, pois sei que a outros os uniram em matrimônio, a outros lhes descobriram a vocação, a outros até chegaram a ajudar-lhes materialmente ou guardaram com chave em seu coração, para sempre, segredos tremendos de suas misérias humanas.

Cuidemos seriamente para não termos trato com eles. Não demos a eles nossos dados. Não os olhemos nos olhos, não os consultemos absolutamente para nada. Não sigamos nenhum de seus passos, pois corremos o risco de um dia cair em suas armadilhas e salvar-nos eternamente”.


sábado, 28 de dezembro de 2013

Ex-campeão do aborto se converte após sonho com Santo Tomás

Madrid, Espanha, (CNA) -. O jornal espanhol “La Razón” publicou um artigo sobre a conversão ao movimento pró-vida de um ex-”campeão do aborto.” Stojan Adasevic, que realizou 48.000 abortos, às vezes chegando ao número de até 35 abortos por dia, é agora o mais importante líder pró-vida na Sérvia, após 26 anos como o médico mais renomado do aborto no país.
Segundo Adasevic “Os manuais de medicina do regime Comunista diziam que o aborto era apenas a remoção de uma mancha de tecido”, e “a chegada dos aparelhos de ultra-som que permitiam a visão da vida fetal chegaram apenas depois dos anos 80, mas mesmo depois eles se recusaram a mudar aquela opinião histórica. Contudo, eu comecei a ter pesadelos”.
Ao descrever sua conversão histórica,o artigo relata o sonho de Adasevic:
“Sonhei com um belo campo cheio de crianças e jovens que estavam brincando e rindo, de 4 a 24 anos de idade, mas que fugiam de mim com medo. Foi então quando um homem vestido com um hábito preto e branco começou a olhar pra mim, em silêncio. Este sonho foi se repetindo a cada noite, ao que eu acordava suando frio. Uma noite, eu perguntei ao homem de preto e branco quem ele era. “Meu nome é Tomás de Aquino”.
Adasevic, educado em escolas comunistas, nunca tinha ouvido falar do santo e gênio Dominicano. “Eu não reconheci o nome”.
“Por que você não me pergunta quem são essas crianças?”, questionou o santo a Adasevic em seu sonho.
“Eles são aqueles que você matou com seus abortamentos”, São Tomás afirmou a ele.
“Então Adasevic acordou impressionado e decidiu não realizar abortos nunca mais”.
“Naquele mesmo dia um primo veio até o hospital com sua namorada, grávida de 4 meses, que gostaria de realizar nela o seu nono aborto – um hábito bem frequente nos países do bloco soviético. O médico concordou. Ao invés de remover o feto pedaço por pedaço, ele decidiu desmontá-lo e removê-lo como uma massa única. Contudo, no momento em que o feto foi totalmente destruído e retirado, seu coração pequeno ainda batia. Adasevic percebeu isso, e se deu conta de que tinha acabado de matar um ser humano”.
Após essa experiência, Adasevic “disse ao hospital que ele deixaria de fazer abortos. Nunca antes um médico na Iugoslávia comunista havia se recusado a fazer abortos. Então eles cortaram seu salário pela metade, demitiram sua filha de seu emprego, e impediram seu filho de ingressar na universidade”.
Depois de anos de pressão e sofrimento, e quase a ponto de voltar ao antigo hábito de fazer abortos, ele teve um outro sonho com Santo Tomás.
“Você é um bom amigo, não desista”, lhe disse o homem de preto e branco. Adasevic buscou se envolver com o movimento pró-vida e por fim acabou conseguindo o feito de exibir na TV da Iugoslávia o filme “O Grito Silencioso” do Dr. Bernard Nathanson, duas vezes.
Adasevic já contou a sua história em diversos jornais e revistas do leste europeu. Ele voltou a fé ortodoxa, que viveu durante sua infância, voltou sua atenção aos escritos de São Tomás de Aquino.
“Influenciado por Aristóteles,e devido o pouco conhecimento científico da época, Tomás chegou a acreditar que a vida humana começava quarenta dias após a fertilização”, escreveu Adasevic em um artigo. O jornal La Razon comentou que Adasevic “sugere que talvez o santo lhe apareceu em sonho porque queria fazer as pazes para esse equívoco.” Hoje o médico sérvio continua a lutar pela vida dos nascituros.
Fonte: ocampones.com

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

BLOOD MONEY - Aborto Legalizado (filme completo e dublado)

Você provavelmente não verá esse filme num comercial de TV. Muito menos num anúncio de jornal. É que ele fala sobre um assunto não muito "politicamente correto" para os dias de hoje. Ele fala sobre o aborto. Blood Money, uma produção norte-americana, dirigida por David Kyle e apresentada pela ativista do movimento de negros dos EUA, Alveda King - sobrinha de Martin Luther King Jr. -, denuncia a máquina de lucros em que se transformou a indústria abortista nos Estados Unidos, desde que a infame lei Roe vs. Wade foi aprovada. O documentário chegou às salas de cinema de todo o Brasil no próximo dia 15 de novembro.
"Blood Money - Aborto legalizado" é mais uma vitória contra a cultura da morte. O mercado negro do aborto vem perdendo fôlego mundo afora, e agora muito mais, graças ao empenho do movimento pró-vida. Como registrado aqui, os Estados Unidos assistiram, no início deste ano, à maior Marcha pela vida da história daquele país. 650 mil pessoas, na sua maioria jovens, reuniram-se na frente da Corte Suprema americana, a apenas poucos dias da posse de Obama - paladino dos abortistas -, para dizer um rotundo "não" à ideologia do aborto. Na ocasião, o então papa reinante, Bento XVI, expressou seus sentimentos pelo Twitter, dizendo: "Uno-me à distância a todos os que se manifestam pela vida, e rezo para que os políticos protejam ao não-nascido e promovam a cultura da vida".
E por que perde a causa abortista? Porque mente! A cultura da morte é mentirosa desde o princípio. Mente quando nega ao nascituro o direito inalienável à vida, rebaixando-o ao nível de um sub-humano ou célula cancerígena. Mente quando manipula os números de casos de aborto, criando a impressão de que se trata de um "caso de saúde pública". E mente quando ensina à mulher que ela será livre mantando seu bebê. É óbvio que uma farsa dessa proporção, mais cedo ou mais tarde, tem de cair. O mote da campanha pró-aborto não é só um atentado contra a vida inocente, é um atentado contra toda a humanidade. Uma sociedade que começa matando seus filhos termina matando a si mesma.
Por mais que se façam malabarismos para distorcer o sentido desta palavra, o fato é que o aborto se trata, sim!, de um assassinato. Isso é inegável. Com efeito, o silêncio da mídia, ou então, a sua propaganda descarada a favor dessa ideologia traduzem claramente a cegueira e a desonestidade que imperam nas redações jornalísticas. Historicamente, as grandes ditaduras do último século contaram com o expresso apoio dos jornais, ora sacralizando seus líderes, ora fechando os olhos para seus crimes. O caso agora em debate, ou seja, o aborto, ajuda a ilustrar que o perigo das ideologias ainda não é um assunto superado.
O povo deve ir aos cinemas. Contra a mentira da indústria abortista, contra o silêncio da mídia, contra o avanço da cultura da morte: fazer de Blood Money um sucesso não é só um dever, é um ato heroico. Sim, pois, num momento em que se instala no ordenamento jurídico brasileiro um vírus de "Cavalo de Tróia" - a lei 12.845, que abre uma verdadeira auto-estrada para o aborto no Brasil -, é tarefa de todos lembrar àquelas pessoas de Brasília que elas não são deuses e que, portanto, estão lá para servir, não para ditar regras contrárias à dignidade do ser humano.
É uma questão de consciência, muito mais que de religião. Assistam a Blood Money!

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A IGREJA DO DIABO

Conto de Machado de Assis

______________________

I De uma idéia mirífica

Conta um velho manuscrito beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a idéia de fundar uma igreja. Embora os seus lucros fossem contínuos e grandes, sentia-se humilhado com o papel avulso que exercia desde séculos, sem organização, sem regras, sem cânones, sem ritual, sem nada. Vivia, por assim dizer, dos remanescentes divinos, dos descuidos e obséquios humanos. Nada fixo, nada regular. Por que não teria ele a sua igreja? Uma igreja do Diabo era o meio eficaz de combater as outras religiões, e destruí-las de uma vez.

— Vá, pois, uma igreja, concluiu ele. Escritura contra Escritura, breviário contra breviário. Terei a minha missa, com vinho e pão à farta, as minhas prédicas, bulas, novenas e todo o demais aparelho eclesiástico. O meu credo será o núcleo universal dos espíritos, a minha igreja uma tenda de Abraão. E depois, enquanto as outras religiões se combatem e se dividem, a minha igreja será única; não acharei diante de mim, nem Maomé, nem Lutero. Há muitos modos de afirmar; há só um de negar tudo.

Dizendo isto, o Diabo sacudiu a cabeça e estendeu os braços, com um gesto magnífico e varonil. Em seguida, lembrou-se de ir ter com Deus para comunicar-lhe a idéia, e desafiá-lo; levantou os olhos, acesos de ódio, ásperos de vingança, e disse consigo: — Vamos, é tempo. E rápido, batendo as asas, com tal estrondo que abalou todas as províncias do abismo, arrancou da sombra para o infinito azul.

II Entre Deus e o Diabo

Deus recolhia um ancião, quando o Diabo chegou ao céu. Os serafins que engrinaldavam o recém-chegado, detiveram-no logo, e o Diabo deixou-se estar à entrada com os olhos no Senhor.

— Que me queres tu? perguntou este.

— Não venho pelo vosso servo Fausto, respondeu o Diabo rindo, mas por todos os Faustos do século e dos séculos.

— Explica-te.

— Senhor, a explicação é fácil; mas permiti que vos diga: recolhei primeiro esse bom velho; dai-lhe o melhor lugar, mandai que as mais afinadas cítaras e alaúdes o recebam com os mais divinos coros...

— Sabes o que ele fez? perguntou o Senhor, com os olhos cheios de doçura.

— Não, mas provavelmente é dos últimos que virão ter convosco. Não tarda muito que o céu fique semelhante a uma casa vazia, por causa do preço, que é alto. Vou edificar uma hospedaria barata; em duas palavras, vou fundar uma igreja. Estou cansado da minha desorganização, do meu reinado casual e adventício. É tempo de obter a vitória final e completa. E então vim dizer-vos isto, com lealdade, para que me não acuseis de dissimulação... Boa idéia, não vos parece?

— Vieste dizê-la, não legitimá-la, advertiu o Senhor.

— Tendes razão, acudiu o Diabo; mas o amor-próprio gosta de ouvir o aplauso dos mestres. Verdade é que neste caso seria o aplauso de um mestre vencido, e uma tal exigência... Senhor, desço à terra; vou lançar a minha pedra fundamental.

— Vai.

— Quereis que venha anunciar-vos o remate da obra?

— Não é preciso; basta que me digas desde já por que motivo, cansado há tanto da tua desorganização, só agora pensaste em fundar uma igreja?

O Diabo sorriu com certo ar de escárnio e triunfo. Tinha alguma idéia cruel no espírito, algum reparo picante no alforje da memória, qualquer coisa que, nesse breve instante da eternidade, o fazia crer superior ao próprio Deus. Mas recolheu o riso, e disse:

— Só agora concluí uma observação, começada desde alguns séculos, e é que as virtudes, filhas do céu, são em grande número comparáveis a rainhas, cujo manto de veludo rematasse em franjas de algodão. Ora, eu proponho-me a puxá-las por essa franja, e trazê-las todas para minha igreja; atrás delas virão as de seda pura...

— Velho retórico! murmurou o Senhor.

— Olhai bem. Muitos corpos que ajoelham aos vossos pés, nos templos do mundo, trazem as anquinhas da sala e da rua, os rostos tingem-se do mesmo pó, os lenços cheiram aos mesmos cheiros, as pupilas centelham de curiosidade e devoção entre o livro santo e o bigode do pecado. Vede o ardor — a indiferença, ao menos — com que esse cavalheiro põe em letras públicas os benefícios que liberalmente espalha — ou sejam roupas ou botas, ou moedas, ou quaisquer dessas matérias necessárias à vida... Mas não quero parecer que me detenho em coisas miúdas; não falo, por exemplo, da placidez com que este juiz de irmandade, nas procissões, carrega piedosamente ao peito o vosso amor e uma comenda... Vou a negócios mais altos...

Nisto os serafins agitaram as asas pesadas de fastio e sono. Miguel e Gabriel fitaram no Senhor um olhar de súplica. Deus interrompeu o Diabo.

— Tu és vulgar, que é o pior que pode acontecer a um espírito da tua espécie, replicou-lhe o Senhor. Tudo o que dizes ou digas está dito e redito pelos moralistas do mundo. É assunto gasto; e se não tens força, nem originalidade para renovar um assunto gasto, melhor é que te cales e te retires. Olha; todas as minhas legiões mostram no rosto os sinais vivos do tédio que lhes dás. Esse mesmo ancião parece enjoado; e sabes tu o que ele fez?

— Já vos disse que não.

— Depois de uma vida honesta, teve uma morte sublime. Colhido em um naufrágio, ia salvar-se numa tábua; mas viu um casal de noivos, na flor da vida, que se debatiam já com a morte; deu-lhes a tábua de salvação e mergulhou na eternidade. Nenhum público: a água e o céu por cima. Onde achas aí a franja de algodão?

— Senhor, eu sou, como sabeis, o espírito que nega.

— Negas esta morte?

— Nego tudo. A misantropia pode tomar aspecto de caridade; deixar a vida aos outros, para um misantropo, é realmente aborrecê-los...

— Retórico e sutil! exclamou o Senhor. Vai; vai, funda a tua igreja; chama todas as virtudes, recolhe todas as franjas, convoca todos os homens... Mas, vai! vai!

Debalde o Diabo tentou proferir alguma coisa mais. Deus impusera-lhe silêncio; os serafins, a um sinal divino, encheram o céu com as harmonias de seus cânticos. O Diabo sentiu, de repente, que se achava no ar; dobrou as asas, e, como um raio, caiu na terra.

III A boa nova aos homens

Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfiar a cogula beneditina, como hábito de boa fama, e entrou a espalhar uma doutrina nova e extraordinária, com uma voz que reboava nas entranhas do século. Ele prometia aos seus discípulos e fiéis as delícias da terra, todas as glórias, os deleites mais íntimos. Confessava que era o Diabo; mas confessava-o para retificar a noção que os homens tinham dele e desmentir as histórias que a seu respeito contavam as velhas beatas.

— Sim, sou o Diabo, repetia ele; não o Diabo das noites sulfúreas, dos contos soníferos, terror das crianças, mas o Diabo verdadeiro e único, o próprio gênio da natureza, a que se deu aquele nome para arredá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil a airoso. Sou o vosso verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado para meu desdouro, fazei dele um troféu e um lábaro, e eu vos darei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo...

Era assim que falava, a princípio, para excitar o entusiasmo, espertar os indiferentes, congregar, em suma, as multidões ao pé de si. E elas vieram; e logo que vieram, o Diabo passou a definir a doutrina. A doutrina era a que podia ser na boca de um espírito de negação. Isso quanto à substância, porque, acerca da forma, era umas vezes sutil, outras cínica e deslavada.

Clamava ele que as virtudes aceitas deviam ser substituídas por outras, que eram as naturais e legítimas. A soberba, a luxúria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a avareza, que declarou não ser mais do que a mãe da economia, com a diferença que a mãe era robusta, e a filha uma esgalgada. A ira tinha a melhor defesa na existência de Homero; sem o furor de Aquiles, não haveria a Ilíada: “Musa, canta a cólera de Aquiles, filho de Peleu”... O mesmo disse da gula, que produziu as melhores páginas de Rabelais, e muitos bons versos do Hissope; virtude tão superior, que ninguém se lembra das batalhas de Luculo, mas das suas ceias; foi a gula que realmente o fez imortal. Mas, ainda pondo de lado essas razões de ordem literária ou histórica, para só mostrar o valor intrínseco daquela virtude, quem negaria que era muito melhor sentir na boca e no ventre os bons manjares, em grande cópia, do que os maus bocados, ou a saliva do jejum? Pela sua parte o Diabo prometia substituir a vinha do Senhor, expressão metafórica, pela vinha do Diabo, locução direta e verdadeira, pois não faltaria nunca aos seus com o fruto das mais belas cepas do mundo. Quanto à inveja, pregou friamente que era a virtude principal, origem de prosperidades infinitas; virtude preciosa, que chegava a suprir todas as outras, e ao próprio talento.

As turbas corriam atrás dele entusiasmadas. O Diabo incutia-lhes, a grandes golpes de eloqüência, toda a nova ordem de coisas, trocando a noção delas, fazendo amar as perversas e detestar as sãs.

Nada mais curioso, por exemplo, do que a definição que ele dava da fraude. Chamava-lhe o braço esquerdo do homem; o braço direito era a força; e concluía: muitos homens são canhotos, eis tudo. Ora, ele não exigia que todos fossem canhotos; não era exclusivista. Que uns fossem canhotos, outros destros; aceitava a todos, menos os que não fossem nada. A demonstração, porém, mais rigorosa e profunda, foi a da venalidade. Um casuísta do tempo chegou a confessar que era um monumento de lógica. A venalidade, disse o Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os direitos. Se tu podes vender a tua casa, o teu boi, o teu sapato, o teu chapéu, coisas que são tuas por uma razão jurídica e legal, mas que, em todo caso, estão fora de ti, como é que não podes vender a tua opinião, o teu voto, a tua palavra, a tua fé, coisas que são mais do que tuas, porque são a tua própria consciência, isto é, tu mesmo? Negá-lo é cair no obscuro e no contraditório. Pois não há mulheres que vendem os cabelos? não pode um homem vender uma parte do seu sangue para transfundi-lo a outro homem anêmico? e o sangue e os cabelos, partes físicas, terão um privilégio que se nega ao caráter, à porção moral do homem? Demonstrando assim o princípio, o Diabo não se demorou em expor as vantagens de ordem temporal ou pecuniária; depois, mostrou ainda que, à vista do preconceito social, conviria dissimular o exercício de um direito tão legítimo, o que era exercer ao mesmo tempo a venalidade e a hipocrisia, isto é, merecer duplicadamente.

E descia, e subia, examinava tudo, retificava tudo. Está claro que combateu o perdão das injúrias e outras máximas de brandura e cordialidade. Não proibiu formalmente a calúnia gratuita, mas induziu a exercê-la mediante retribuição, ou pecuniária, ou de outra espécie; nos casos, porém, em que ela fosse uma expansão imperiosa da força imaginativa, e nada mais, proibia receber nenhum salário, pois equivalia a fazer pagar a transpiração. Todas as formas de respeito foram condenadas por ele, como elementos possíveis de um certo decoro social e pessoal; salva, todavia, a única exceção do interesse. Mas essa mesma exceção foi logo eliminada, pela consideração de que o interesse, convertendo o respeito em simples adulação, era este o sentimento aplicado e não aquele.

Para rematar a obra, entendeu o Diabo que lhe cumpria cortar por toda a solidariedade humana. Com efeito, o amor do próximo era um obstáculo grave à nova instituição. Ele mostrou que essa regra era uma simples invenção de parasitas e negociantes insolváveis; não se devia dar ao próximo senão indiferença; em alguns casos, ódio ou desprezo. Chegou mesmo à demonstração de que a noção de próximo era errada, e citava esta frase de um padre de Nápoles, aquele fino e letrado Galiani, que escrevia a uma das marquesas do antigo regime: “Leve a breca o próximo! Não há próximo!” A única hipótese em que ele permitia amar ao próximo era quando se tratasse de amar as damas alheias, porque essa espécie de amor tinha a particularidade de não ser outra coisa mais do que o amor do indivíduo a si mesmo. E como alguns discípulos achassem que uma tal explicação, por metafísica, escapava à compreensão das turbas, o Diabo recorreu a um apólogo: — Cem pessoas tomam ações de um banco, para as operações comuns; mas cada acionista não cuida realmente senão nos seus dividendos: é o que acontece aos adúlteros. Este apólogo foi incluído no livro da sabedoria.

IV Franjas e franjas

A previsão do Diabo verificou-se. Todas as virtudes cuja capa de veludo acabava em franja de algodão, uma vez puxadas pela franja, deitavam a capa às urtigas e vinham alistar-se na igreja nova. Atrás foram chegando as outras, e o tempo abençoou a instituição. A igreja fundara-se; a doutrina propagava-se; não havia uma região do globo que não a conhecesse, uma língua que não a traduzisse, uma raça que não a amasse. O Diabo alçou brados de triunfo.

Um dia, porém, longos anos depois notou o Diabo que muitos dos seus fiéis, às escondidas, praticavam as antigas virtudes. Não as praticavam todas, nem integralmente, mas algumas, por partes, e, como digo, às ocultas. Certos glutões recolhiam-se a comer frugalmente três ou quatro vezes por ano, justamente em dias de preceito católico; muitos avaros davam esmolas, à noite, ou nas ruas mal povoadas; vários dilapidadores do erário restituíam-lhe pequenas quantias; os fraudulentos falavam, uma ou outra vez, com o coração nas mãos, mas com o mesmo rosto dissimulado, para fazer crer que estavam embaçando os outros.

A descoberta assombrou o Diabo. Meteu-se a conhecer mais diretamente o mal, e viu que lavrava muito. Alguns casos eram até incompreensíveis, como o de um droguista do Levante, que envenenara longamente uma geração inteira, e com o produto das drogas socorria os filhos das vítimas. No Cairo achou um perfeito ladrão de camelos, que tapava a cara para ir às mesquitas. O Diabo deu com ele à entrada de uma, lançou-lhe em rosto o procedimento; ele negou, dizendo que ia ali roubar o camelo de um drogman; roubou-o, com efeito, à vista do Diabo e foi dá-lo de presente a um muezim, que rezou por ele a Alá. O manuscrito beneditino cita muitas outras descobertas extraordinárias, entre elas esta, que desorientou completamente o Diabo. Um dos seus melhores apóstolos era um calabrês, varão de cinqüenta anos, insigne falsificador de documentos, que possuía uma bela casa na campanha romana, telas, estátuas, biblioteca, etc. Era a fraude em pessoa; chegava a meter-se na cama para não confessar que estava são. Pois esse homem, não só não furtava ao jogo, como ainda dava gratificações aos criados. Tendo angariado a amizade de um cônego, ia todas as semanas confessar-se com ele, numa capela solitária; e, conquanto não lhe desvendasse nenhuma das suas ações secretas, benzia-se duas vezes, ao ajoelhar-se, e ao levantar-se. O Diabo mal pôde crer tamanha aleivosia. Mas não havia duvidar; o caso era verdadeiro.

Não se deteve um instante. O pasmo não lhe deu tempo de refletir, comparar e concluir do espetáculo presente alguma coisa análoga ao passado. Voou de novo ao céu, trêmulo de raiva, ansioso de conhecer a causa secreta de tão singular fenômeno. Deus ouviu-o com infinita complacência; não o interrompeu, não o repreendeu, não triunfou, sequer, daquela agonia satânica. Pôs os olhos nele, e disse:

— Que queres tu, meu pobre Diabo? As capas de algodão têm agora franjas de seda, como as de veludo tiveram franjas de algodão. Que queres tu? É a eterna contradição humana.
__________________________________________________________________